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terça-feira, 24 de maio de 2011

A Igreja precisa influenciar e transformar a sociedade onde se encontra!

"A igreja precisa de homens sem a fantasia do diploma de teologia e com a certeza diplomada pelo conhecimento do Deus da teologia."
(trecho dos comentários do Pr. Newton Carpinteiro na postagem "Minha agenda na Paraíba para o período de carnaval" no Blog do Ciro)


A última vez que preguei na igreja, aqui em Nova Friburgo (RJ), dia 06/03/2011, eu me propus não ficar gastando o meu tempo e o das pessoas com a transmissão de conhecimentos teológicos na reunião daquele domingo. Surpreendi-me com a boa presença de jovens na igreja durante um culto ocorrido durante o feriado de Carnaval e com a ausência do nosso amado pastor-presidente Robson Rodrigues, o qual precisou viajar com a família por motivo de saúde de seu sogro.

Neste ano, minha cidade havia resolvido deixar de lado a fantasia carnavalesca e se pôs de luto pelas centenas de mortes ocorridas na tragédia climática de 12/01 na Região Serrana fluminense, a qual abalou o país com notícias que permaneceram como destaque diário na mídia por duas semanas. E a decisão de não realizar o Carnaval em 2011 pela Prefeitura (não demonizo a festa), tornou-se bem adequada ao momento triste que estamos vivendo coletivamente, visto que é tempo de chorar, não de rir.

Antes de pregar naquela noite de domingo, havia refletido junto com minha esposa sobre o que dizer num momento difícil desses, visto que fazia menos de 02 (dois) meses das chuvas que arrasaram a região serrana do Rio de Janeiro. Então ela me ajudou com uma frase que traduz reconstrução e união. E, sem muitos "logismos", procurei assim transmitir uma mensagem que se mostrasse prática para aquele público ali presente sendo que, no final, resolvemos orar por necessidades específicas de cada pessoa ali presente.

O ânimo que precisamos para reconstruir Nova Friburgo é algo que me fez lembrar das palavras ditas por Deus a Josué antes da conquista de Canaã pelos israelitas, quando o Deus Eterno lhe exortou:

"Seja forte e corajoso, porque você conduzirá este povo para herdar a terra que prometi sob juramento aos seus antepassados" (Js 1.6; tradução da NVI)

Lembrei-me também da situação das tribos de Ruben e de Gade que, antes de Israel tomar posse da Terra Prometida, já tinham se estabelecido na Transjordânia (terras situadas na margem oriental do rio Jordão), mas com o compromisso assumido com o restante da nação israelita de parmanecerem lutando pela conquista de Canaã:

"Não retornaremos aos nossos lares enquanto todos os israelitas não receberem a sua herança". (Nm 32.18; NVI)

Felizmente, o bairro Cascatinha, onde fica a minha congregação, assim como várias outras localidades de Nova Friburgo, não foi atingido pela catástrofe. Porém, penso que todas as comunidades devem participar ativamente do processo de reconstrução da cidade e não se omitirem. Logo, vi alguma pertinência quanto à atitude solidária dos rubenitas e dos gaditas no texto que se encontra em Bamidbar (Números) que é o quarto livro de Moisés, da Torah.

Atualmente já fazem algumas semanas e temos tido o prazer de receber aqui uma equipe de voluntários da JOCUM, sigla que corresponde à uma denominação evangelística que é "Jovens Com Uma Missão". Na semana passada, este grupo esteve num dos bairros mais atingidos pela catástrofe de 12/01 que foi a comunidade de Córrego Dantas. Ali aqueles rapazes e moças oriundos de diversos lugares do país (havia também uma americana no meio deles) puderam participar do processo de reconstrução da localidade e compartilhar da alegria estampada nos rostos de seus moradores em ver suas casas sendo limpas da lama da enchente mas que agora estão sendo reparadas e pintadas.

Aqui em Nova Friburgo, a Igreja de Cristo está tendo uma oportunidade bem distinta de amadurecer, crescer, atuar e influenciar a apática sociedade onde se encontra através do amor que vem de Deus. Temos hoje a possibilidade de trabalharmos solidariamente pelas vítimas dessa tragédia e nos interessarmos mais pela participação política, fiscalizando os recursos públicos, questionando as autoridades, denunciando a corrupção e nos interessando mais pelas coisas espirituais.

Ampliando este entendimento para uma realidade mais global, acho que é isto que a Igreja no mundo inteiro precisa fazer! Temos que ser agentes de transformação e de fato fazermos diferença no meio onde nos encontramos, coisa que os teólogos da prosperidade e do entretenimento geralmente não pregam.

Abraços fraternos e que Deus nos guie nesta jornada, renovando o amor em cada coração para que não venhamos a nos esquecer do nosso próximo cuidando só dos interesses próprios.

4 comentários:

  1. Oi Rodrigo,

    O conceito comum que se tem no meio quando se refere a influenciar a sociedade, é de que temos que impregnar a mente das pessoas com conceitos bíblicos.

    O que Jesus mais espera de seus seguidores, é que eles sejam gente, se relacionem com gente, se sembilizem e desçam do patamar de escolhidos do Senhor, para se identificarem e auxiliarem o próximo em suas fragilidades.

    Que bom que vcs tem feito isso aí em Nova Friburgo!

    Um ABRAÇÃO,

    Franklin

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  2. Há alguns dias eu vi o Caio Fábio dizer que os contatos dele são só com gente de verdade e não tem tempo para ficar nas redes sociais, ou seja nós não somos de verdade, somos 'virtuais'...Como o que ele diz não se escreve...

    A igreja é feita de pessoas 'de verdade' como você que mesmo num blog com suas palavras escritas de forma mecânica (por não ser um manuscrito) transmitem vida e amor e leva amor e vida.

    Parabéns!

    ( Parece perseguição... eu encontrei o Franklin Rosa (Conexão da graça) em vários locais hoje, eu amo esse cara )

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  3. Olá, Franklin!

    Realmente a ideia que a sociedade ainda tem da Igreja é que se trata de um bando de fundamentalistas querendo impor uma moral deturpada através das leis.

    É o que a Igreja Católica fez há séculos no Brasil e continuou pressionando depois que deixou de ser a religião oficial com a Proclamação da República. Haja vista a demora para que a lei do divórcio fosse aprovada no Brasil, o que só ocorreu em 1977.

    Por sua vez, isto é também é o que muitos evangélicos fundamentalistas andam fazendo na atualidade através da banca de deputados que têm em Brasília, conforme esse movimento que o Silas Malafaia está querendo convocar para o dia 29 em frente ao Legislativo contra a união estável de homossexuais.

    Porém, eu penso que devemos influenciar a sociedade com valores positivos e sem precisarmos impor. O objetivo da Igreja deve ser o de ganhar a consciência das pessoas de uma maneira voluntária. Não através de um lobbie em Brasília ou por meio de discursos que se apoiam na ignorância das massas.

    Grande abraço!

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  4. Seja bem vindo, Iveraldo!

    Acho que as redes sociais podem servir como bons instrumentos para divulgarmos a mansagem do Evangelho e com grande potencial para atingir o pensamento das pessoas.

    No entanto, tenho feito reflexões há algum tempo sobre as limitações dos contatos não pessoais (se bem que Deus não tem limites). E, obviamente que, ao lado do uso da escrita em sites e de canais de comunicação, além de livros, os programas de rádio e TV, precisamos estar também presentes de corpo físico, conversando de viva voz como nos versos 12 e 14, respectivamente da 2ª e 3ª espístoals de João.

    Agradeço pelo seu incentivo, amigo, e volte em outras vezes para trocarmos ideias.

    Abração!

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