Fiquei muito feliz quando soube que o Ministério Público Federal (MPF), com apoio da ONG Instituto Boto Cinza e da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR), lançou mês passado uma campanha na internet para salvar o boto-cinza (clique AQUI para acessar). Este trata-se de uma espécie que vive bem aqui na região da esquecida Baía de Sepetiba, embora esteja presente também em outras regiões do país, mas que se encontra ameaçada de extinção (Portaria MMA n.º 444 de 17/12/2014), podendo desaparecer do litoral sul-fluminense em uma década.
De a cordo com a página, os motivos dessa ameaça seriam a captura incidental (enroscamento do animal em rede de emalhe), a interação com a pesca (principalmente quando feita em larga escala e por causa do modo predatório), além da poluição do seu habitat. Lamentavelmente, o alimento para o boto nas águas da baía tem se escasseado nos últimos anos e isso prejudica muito a vida do cetáceo.
Atuando diligentemente em defesa da espécie, eis que o MPF já expediu diversas recomendações, tendo, em fevereiro deste ano, requerido a diversos órgãos que impeçam o risco eminente de extinção do boto nas Baías de Sepetiba e de Ilha Grande. Dentre os órgãos recomendados estão a Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruçá, a Polícia Federal, o Ibama, o Inea, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Mangaratiba. Foi proposto ainda pelos procuradores a elaboração de um cronograma de fiscalização semanal na baía.
Vale esclarecer que o objetivo da campanha é conscientizar a população e cobrar as autoridades para que garantam a proteção do boto-cinza, sob risco de extinção em um dos seus principais habitats no Brasil que é a Baía de Sepetiba. Buscou-se como estratégia de comunicação a replicação da hashtag #SalveoBoto nas redes sociais. Desde o seu lançamento, os canais de comunicação oficiais do Ministério Público Federal (MPF) divulgaram posts, vídeos e matérias sobre o assunto, estimulando o uso da hashtag que dá nome à campanha.
Provavelmente buscando despertar o interesse no público infantil, criou-se para a campanha o mascote Acerola, um carismático boto que gosta de surfar e nadar com sua família pelas águas da baía. Seu nome seria uma homenagem ao boto-cinza encontrado morto em junho deste ano na Baía de Guanabara, o qual, conforme as marcas encontradas no corpo do animal, pode ter morrido afogado em mais uma dessas redes de emalhe.
Tendo em vista o sucesso da campanha, espero que o MPF não só a mantenha como ainda intensifique a sua divulgação nas redes sociais. Aliás, torço para que educadores, militantes ambientalistas e agentes governamentais possam expandir os trabalhos nas escolas e que agora, com o fim da campanha eleitoral em primeiro turno, o tema da ecologia ganhe uma maior visualização em nossa sociedade.
A natureza agradece.
OBS: Foto e ilustração extraídos da página de campanha do MPF na internet em defesa do boto-cinza, conforme consta em http://salveoboto.mpf.mp.br/salveoboto
Na data de hoje, tomei a iniciativa de encam inhar à Prefeitura de Mangaratiba o seguinte pedido de informação:
ResponderExcluir"Boa noite. No dia 10/02 do corrente ano, o Ministério Público Federal expediu uma Recomendação a esta Prefeitura e a outros órgãos solicitando ações a diversos órgãos para impedir o risco eminente de extinção do Boto-Cinza nas Baías de Sepetiba e de Ilha Grande. Dentre os órgãos recomendados estariam a Delegacia da Capitania dos Portos em Itacuruça, a Polícia Federal, o Ibama, o Inea, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Mangaratiba. Quanto às ações recomendadas pelo MPF está a elaboração de um cronograma de fiscalização semanal na Baía. Sendo assim, gostaria de saber se tal cronograma foi elaborado e se o mesmo vem sendo cumprido. Quanto à Recomendação, seu inteiro teor pode ser visualizado pelo seguinte link http://salveoboto.mpf.mp.br/salveoboto/atuacao-mpf/Recomendacao_10_02_2016.pdf Peço, portanto, que seja presta a informação solicitada para que eu como cidadão possa acompanhar como anda a fiscalização ambiental na Baía de Sepetiba em defesa do boto-cinza."
A solicitação foi registrada sob o protocolo de n.º 2016.0148.000109 e eles têm até o dia 30/10 para fornecer uma resposta.