Conforme li no
blogue do vereador angrense Eduardo Jorge Mascote, está marcada uma
Audiência Pública para esta sexta-feira (03/07) com o objetivo de debater o assunto que versa sobre a privatização da Rodovia Rio-Santos. A reunião será no espaço do Centro Cultural Casa Laranjeiras, Praça Zumbi dos Palmares, Centro de Angra dos Reis, às 18 horas.
No dia 09/06, o governo federal havia anunciado a privatização de mais um pedaço da BR-101 dando continuidade ao seu
Programa de Investimentos e Logística (PIL). Trata-se dos 357 km de extensão da rodovia Rio-Santos entre o Rio de Janeiro e Ubatuba, no litoral norte paulista. A previsão é que o leilão se realize em 2016 e sejam investidos R$ 3,1 bilhões, incluindo também o Arco Metropolitano, o qual liga a BR 101, no município de Itaboraí, à Baixada Fluminense.
A meu ver, a concessão desta estrada à iniciativa privada, além constituir de uma alternativa para a conclusão das obras do Arco Metropolitano, poderá ser benéfica para o desenvolvimento de um turismo de qualidade aqui na região da Costa Verde. Isto porque,
com os investimentos previstos, teremos a ampliação de capacidade da Rio-Santos até Ubatuba, o que incluirá a totalidade o trecho que atravessa Mangaratiba. Ou seja, um número maior de pessoas poderão visitar as nossas praias, ilhas, cachoeiras, sítios históricos e parques ambientais.
Além disso, há que se pensar na
segurança dos motoristas que usam a BR-101 pois, como se sabe, a rodovia Mário Covas é bastante sinuosa e possui pista simples, sendo muitos os acidentes registrados anualmente aqui. Por isso, deve-se se promover obras de alargamento que permitam a duplicação da pista, o que torna fundamental a perfuração de novos túneis, medida que aliviaria muito os engarrafamentos aqui em Mangaratiba (nos trechos perto de Muriqui e da Praia do Saco).
Cercada por áreas de Mata Atlântica, a rodovia corta diversos destinos turísticos, como Paraty, Angra dos Reis, Mangaratiba e Caraguatatuba, conduzindo o viajante a cenários incríveis. Em diversos pontos dá para avistar locais como a Marambaia e Ilha Grande, numa beleza de tirar o fôlego. Principalmente por causa da proximidade entre montanhas e praias, havendo ainda alguns recantos paradisíacos.
A meu ver, é importante que essa privatização tenha por foco o desenvolvimento da atividade turística. Há que se incluir no projeto a construção de uma ciclovia, ideia que já apresentei no blogue
Propostas para uma Mangaratiba melhor em 17/09/2013 (ler artigo
Que tal uma ciclovia para a Rio-Santos?). Devemos lembrar que uma das tendências dos países de Primeiro Mundo é permitir que as pessoas possam viajar pedalando nas suas bicicletas. É o que muitos jovens costumam fazer passeando pela Europa. Logo, se o governo federal atentar para isto, poderemos fazer com que a Rio-Santos venha a se tornar uma verdadeira
estrada-parque.
Havendo interesse do governo a esse respeito, nós moradores dessa região ganharíamos mais qualidade de vida, tendo uma opção segura, ecológica e saudável de lazer. Isto sem nos esquecermos de que a bicicleta é ainda um meio de locomoção usado por vários trabalhadores e estudantes em suas rotinas diárias dentro de cada distrito daqui de Mangaratiba. Ou seja, com uma ciclovia na Rio-Santos, os riscos de atropelamento na estrada ficariam menores e nos tornaríamos menos dependentes dos serviços prestados pelas empresas de ônibus ao nos deslocarmos entre as localidades mais próximas.
Enfim, para resumir posso dizer que
a população anseia por algo a mais do que apenas obras de duplicação e pedágios, sendo certo que essa audiência pública será uma grande oportunidade para os interessados expressarem suas opiniões.
OBS: Ilustração acima sobre a BR-101 extraída de uma página da Prefeitura Municipal de Ubatuba em
http://www.ubatuba.sp.gov.br/licitacao-da-duplicacao-da-br-101-tem-menor-proposta-em-r-470-milhoes/
Participei da audiência, como informado no blogue do vereador Zé Maria:
ResponderExcluirhttp://mandatodovereadorzemaria.blogspot.com.br/2015/07/acompanhando-os-debates-sobre.html
Sinceramente, não sou contra que as rodovias sejam entregues à iniciativa privada desde que possamos usufruir de serviços de qualidade que proporcionem mobilidade, conforto e segurança aos usuários. Tendo em vista que uma expressiva parcela da produção agrícola e industrial do país é transportada por meio de caminhões nas rodovias, toda a nossa economia tende a ganhar com as melhorias previstas. Lembremos, por exemplo, de quem faz comércio exterior e depende do transporte terrestre para exportar/importar.
No entanto, faço uma crítica quanto ao fato do governo federal não ter incluído nos últimos editais de privatização das estradas a construção de uma faixa cicloviária, o que considero fundamental para alavancarmos o turismo neste nosso Brasil. Trata-se, pois, de considerarmos uma tendência cada vez mais crescente no continente europeu onde os governos dos países membros da UE têm desenvolvido vários trajetos ciclísticas por lá.
Assim, a ciclovia Paneuropa tomou isso como exemplo e ligou diversos caminhos ciclísticos a uma rota de Paris até Praga. Ao todo são 661 quilômetros! Quem já viajou pra Alemanha sabe como o país de Angela Merkel é bem desenvolvido no que diz respeito ao transporte alternativo, fontes renováveis de energia e preservação do meio ambiente. E, se pararmos para refletir, a América do Sul pode e deve seguir esta mesma tendência, sendo certo que o nosso potencial de exploração turística é enorme. Logo, nessa onda de de investimentos em rodovias, pode-se muito bem adotar uma nova visão de Brasil.