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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Decidi meu voto pela Dilma!



"Era uma vez uma ovelha chamada Maria.
Onde as outras ovelhas iam, Maria ia também.
As ovelhas iam pra baixo, Maria ia pra baixo.
As ovelhas iam pra cima, Maria ia pra cima.
Um dia, todas as ovelhas foram para o Pólo Sul.
Maria foi também.
Ai, que lugar frio!
As ovelhas pegaram uma gripe!!!
Maria pegou gripe também. Atchim!
Maria ia sempre com as outras.
Depois todas as ovelhas foram para o deserto.
Maria foi também.
Ai, que lugar quente!
As ovelhas tiveram insolação.
Maria teve insolação também. Uf! Uf!
Maria ia sempre com as outras.
Um dia, todas as ovelhas resolveram comer salada de jiló.
Maria detestava jiló. Mas, como todas as ovelhas comiam jiló,
Maria comia também. Que horror!
Foi quando, de repente, Maria pensou:
“Se eu não gosto de jiló, por que é que eu tenho que comer salada de jiló?”
Maria pensou, suspirou, mas continuou fazendo o que as outras faziam.
Até que as ovelhas resolveram pular do alto do Corcovado pra dentro da lagoa.
Todas as ovelhas pularam.
Pulava uma ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra, quebrava o pé e chorava: mé!
Pulava outra ovelha, não caía na lagoa, caía na pedra, quebrava o pé e chorava: me!
E assim quarenta e duas ovelhas pularam, quebraram o pé, chorando: me, me, me!
Chegou a vez de Maria pular.
Ela deu uma requebrada, entrou num restaurante e comeu uma feijoada.
Agora, mé, Maria vai para onde caminha o seu pé!"
(História Maria vai com as outras - Sylvia Orthof)

Como muitos que me acompanham sabem, apoiei Marina Silva no primeiro turno defendendo a sua candidatura como sendo a melhor opção para o Brasil. Já havia votado nela em 2010 e, no ano passado, ajudei-a recolhendo algumas assinaturas para que a Rede Sustentabilidade fosse então criada como um novo partido político. Não cheguei a me filiar formalmente à nova agremiação, mas continuei acompanhando os trabalhos e compreendi a necessidade dela entrar no PSB vindo como vice na chapa de Eduardo Campos. Quando este morreu no acidente aéreo de agosto, continuei firme com minha candidata na corrida presidencial não cessando de publicar mensagens na internet em favor de sua campanha.

Entretanto, chegou o dia 05/10 e Marina não ganhou. Tão pouco conseguiu ir para o segundo turno pois, em seu lugar, uma parcela significativa do eleitor brasileiro preferiu Aécio Neves do PSDB para concorrer com a presidenta Dilma. E, naquela mesma semana, várias lideranças e partidos que davam sustentação a outras candidaturas começaram a declarar apoio ao tucano, entre os quais o PV de Eduardo Jorge, o PPS de Roberto Freire, o PSC do Pastor Everaldo e até o PSB de Campos e de Marina. Já a Rede manifestou-se de maneira bem contraditória permitindo que os seus filiados optassem por Aécio, por votarem nulo ou em branco, mas não na candidata do PT.

Desde então, confesso que fiquei em dúvida sobre em quem votar. Anular eu sou contra porque, mesmo entre duas opções ruins, podemos escolher a que for menos pior. Logo, ou eu ficaria com Dilma, ou com Aécio, ou, se ainda permanecesse indeciso até o dia 26, votaria em branco deixando que a maioria do eleitorado decidisse no meu lugar. Aí comecei a refletir acerca de cada candidatura analisando os prós e contras de cada um, trocando umas ideias com outras pessoas e ponderando sobre as vidraças que tanto o PT quanto o PSDB têm, visto que ambos os partidos já foram governo. Inclusive o próprio Aécio já administrou Minas Gerais não tendo feito nada de tão excepcional por lá.

Bem, a conclusão que cheguei foi que de fato nenhum outro governo desenvolveu tantas políticas públicas na área social capaz de tirar dezenas de milhões de brasileiros da pobreza. Foram mais de 30 milhões de brasileiros beneficiados! E, embora o país e o mundo precisem de mudanças, de modo algum podemos identificá-las com a candidatura de Aécio cujo partido já governou o Brasil por oito anos e adotou uma política econômica bem impopular trazendo arrocho salarial, desemprego, demissões em massa e juros altos.

Certamente que o PT terá pela frente um grande desafio que é dar continuidade às mudanças desejadas pela maior parte da população brasileira como melhorias no ensino, na saúde, na qualidade dos transportes públicos e na promoção do lazer. Também terá que investir mais na criação de novas tecnologias bem como dar um novo rumo à economia para que possamos continuar crescendo e nos inserindo no mundo globalizado de maneira ativa. Fora isto, precisará adotar um diálogo mais próximo do cidadão e cuidar melhor das nossas florestas.

Com todo respeito às posições de Marina Silva e do Eduardo Jorge (outro candidato nestas eleições que admirei), não posso apoiar Aécio Neves no segundo turno. Diferentemente das quarenta e duas ovelhinhas que se jogaram do alto do Corcovado, não quero quebrar meu pé. Vou com Dilma neste domingo! E pra governador, Pezão. Nada de ter Armínio Fraga como ministro da Fazenda para depois chorar mé.


OBS: Ilustração acima extraída de http://umaseoutrasjoicy.blogspot.com.br/2011/10/maria-vai-com-as-outras.html

8 comentários:

  1. Meu amigo, acabei de ler seu blog e me emocionei com a sua decisão. Parabéns!
    Foi muita honra pra mim ler a informação nos comentários do meu blog.
    Dia 26, renovarei meus votos. Eu e você, como outros milhões, votaremos neste projeto de país que vai dando certo. Nada de arriscar com uma incerteza.

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    1. Pois é, Lacerda. Eu riria que Aécio não chega a ser uma incerteza pois o PSDB já governou o país e já assistimos a este filme por longos oito anos. Não dá para trair os interesses nacionais e nem o bem estar da nossa população. Um abraço!

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  2. Que pena, Rodrigo, que o terrorismo criminoso que Lula anda fazendo, venha afetando a decisão de muitos.

    Você sabe que para Lula e sua criatura, Dilma, a corrupção, definitivamente, se tornou uma coisa banal, principalmente por causa de nossa aquiescência.

    Eu, francamente, não me assustarei se os escrúpulos de consciência da corja que vai permanecer mais 12 anos no poder sejam jogados às favas, e o Delúbio Soares venha ser entronizado na Presidência do Banco Central do próximo governo.

    O povo, realmente, terá o governo que merece. A Bolívia, a Venezuela e Cuba agradecem.

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    1. Caro Levi,

      Minha decisão pelo voto em Dilma em nada tem a ver com o baixo nível usado nessa campanha e nem com os argumentos comuns utilizados pelos candidatos. Simplesmente, meu amigo, tenho memória histórica! Sei muito bem o que o PSDB fez nos seus 8 anos que governou o país e resolvi dizer não ao retrocesso.

      No primeiro turno, votei em Marina. Mas agora estou tendo que escolher entre as duas opções que restaram: Dilma ou Aécio e Pezão ou Crivella. E aí, pensando bem, por mais que eu deseje mudanças, não identifico tal desejo com as duas candidaturas de oposição.

      Certamente os 36 milhões de pessoas que estão asaindo da pobreza agradecem...

      Pense bem até domingo, Levi!

      Um abraço.

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Você viu, Rodrigo, a Dilma de saia justa gaguejando hoje no debate da Globo diante das perguntas desconcertates realizada pelos eleitores na Globo. Sinceramente tive pena da pobre afilhada de Fidel, Hugo Chaves, Evo Morales. (kkkkkkkkkkkkkkkkkkk). Foi vergonhoso demais.

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    1. Oi, Levi. O "Zé Pestana", como dizia minha avó em suas historinhas, não me deixou passar do segundo bloco do debate do Plim Plim. Queria ter ido até o final. É que costumo dormir bem cedo. Mas pelo que acompanho a Dilma, ela não tem o mesmo jeito firme de se expressar como o Aécio e às vezes parece se esquecer do que iria falar. Acho que é da natureza dela. Boas eleições, meu amigo!

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    2. Caro Levi,

      Embora não tenha assistido o debate até o final, soube que a sua audiência foi de 30 pontos na média e 38 pontos no pico. Isto é, a cada 100 televisores ligados, uns 47 sintonizavam o debate.

      Como se sabe, os debates não mudam o voto dos decididos, embora possam influenciar os indecisos (6%- somados aos que marcam sua intenção de voto nas pesquisas, mas admitem que podem mudar - 10%).

      Pode-se afirmar que a tendência dos indecisos se mensuraria pelas perguntas feitas pelos indecisos escolhidos pelo Ibope para fazerem perguntas sendo que praticamente todas elas foram de críticas ao governo. Ou seja, tais pessoas precisavam de razões para votar na oposição.

      Inegavelmente que Dilma não tem eloquência, pois gagueja, perde a continuidade da frase e se interrompe. Claro que o Aécio não levou vantagem apenas por isso, mas com tiradas que geram lembrança como "para acabar com a corrupção no Brasil: tirar o PT do poder". Com isso, o debate mostra a falta que faz a prática parlamentar, mas bem sabemos que não são essas habilidades que definem uma candidatura e nem tudo se resolve tirando o PT do poder...

      Segundo uma pesquisa telefônica (600 ligações Rio, SP, BH), buscando aqueles que não estavam convencidos antes do debate, citando Aécio, Dilma e nenhum dos dois por enquanto, e usando como referência aqueles 16% de indecisos, eis que 39% responderam que o debate não foi suficiente. Já 41%, responderam Aécio e 20% Dilma. Ou seja, liquidamente, Aécio pode crescer no máximo uns 3,3 pontos em relação à Dilma pelo debate, o que não lhe garantiria a vitória conforme as últimas pesquisas Ibope e Datafolha, desta vez mais próximas da realidade do que no início da campanha do 2º turno.

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