Dia 02/02/2012, o Ministério da Saúde lançou aqui no Rio de Janeiro a sua campanha de prevenção à AIDS no Carnaval 2012 com o objetivo de estimular o uso de preservativos durante as festas carnavalescas, voltando-se a propaganda para jovens de 15 a 24 anos e com prioridade no público gay.
O órgão pede aos blogueiros que divulguem a campanha através da internet, o que pra mim não custa nada fazer. Só que, geralmente quando exponho material ou texto de terceiros em minhas páginas, costumo publicar junto com meus comentários pessoais. E aí vão as minhas breves considerações.
Até hoje não existe método mais eficiente de proteção contra a AIDS do que o uso de preservativos! Campanhas de abstinência sexual ao público solteiro, conforme promovia o retrógrado governo Bush nos Estados Unidos com o apoio de grupos religiosos radicais dentro de escolas, acaba não surtindo um resultado desejado. Isto porque, na maioria dos casos, as pessoas vão querer transar mesmo, motivo pelo qual seria hipocrisia um governo mascarar uma realidade em que adolescentes andam fazendo sexo cada vez mais cedo.
Igualmente, considero de pouca eficácia o estímulo à masturbação a dois, coisa que, ultimamente, passou a ser divulgado pelas instituições envolvidas com a prevenção à AIDS como um substititutivo da relação sexual penetrativa por ser baixíssimo o risco de transmissão da doença. Porém, no calor do envolvimento, os parceiros podem não se conter e quebrarem os limites por eles estabelecidos, fazendo sexo desprovidos camisinha. Logo, mesmo nas hipóteses em que as pessoas resolvem apenas "ficar" sem chegarem transar, parece-me desaconselhável não levarem consigo preservativos porque elas podem acabar mudando de ideia quando a coisa esquenta. Mas de qualquer modo, se na hora H faltar a camisinha, é preferível se masturbar do que se contaminar (ou contaminar alguém) com o vírus HIV.
Confesso que, devido aos meus valores espirituais, sou contra a prática do sexo sem que haja um compromisso de relacionamento, o que necessariamente não precisa ser um casamento formal. Porém, o comportamento da sociedade obriga-nos a ser realistas e aí a forma mais segura de prevenção é incentivar o público a vestir a camisinha, sem nenhum julgamento moral ou preconceito.
Penso também que a distribuição de preservativos (não só nesta época como em todo o ano) precisa ocorrer em vários pontos nas cidades brasileiras de fácil acesso ao cidadão. Não somente os postos de saúde deveriam fornecê-los, mas também outras unidades governamentais ou instituições privadas que se tornariam conveniadas com o SUS, recebendo do governo pra isto.
Além do público gay, o Ministério da Saúde também está focado ambém nos heterossexuais. Dentre os filmes a serem transmitidos pela TV e internet, são apresentadas situações em que os públicos-alvo da campanha (homens gays jovens e um casal heterossexual) encontram-se prestes a ter relações sexuais sem camisinha. Em ambas as exibições, surgem personagens fantasiosos com uma camisinha: uma fadinha, no caso do filme do casal gay, e um siri, no do casal heterossexual.
Outra novidade da campanha é o clipe do Michel Teló para a campanha de prevenção contra AIDS. Nota 10 pra esta iniciativa de marketing do Ministério da Saúde!
OBS: A primeira ilustração acima foi extraída de uma página oficial do Ministério da Saúde, acessada em http://www.aids.gov.br/campanhas/2012/carnaval/. Já a segunda imagem encontrei-a disponível no Facebook. O vídeo está no Youtube.
Warum haben wir die derzeitige gefährliche Situation erreicht?
-
Leonardo Boff Es ist eine Binsenweisheit, dass
wir uns im Zentrum einer großen Zivilisationskrise befinden. Sie ist nicht
region...
Há 23 horas
Por mais que eu tenha minhas divergências políticas com o governo Dilma, penso que, nestas horas, sociedade e Poder Público precisam atuar juntos.
ResponderExcluirE acho também que a maneira liberal como Brasil vem abordando a questão da AIDS, desde a época do Itamar, dando continuidade tanto o FHC quanto o Lula, tem sido feita até hoje com sucesso.
Com certeza Rodrigão, não podemos fechar os olhos e nos manter retrógrados por conta das nossas convicções religiosas, enquanto um problema tão grave de saúde como este está aí na nossa cara!
ResponderExcluirPois é, amigo! Um grave erro cometido na política de prevenção à AIDS nos USA foi justamente esta visão atrasada. Algo que poderia ter sido um desastre se não fosse a atitude ousada do então chefe do Departamento de Saúde dos Estados Unidos do governo Reagan - o Dr. Charles Everett Koop.
ResponderExcluirConforme nos conta Philip Yancey, em seu livro Alma sobrevivente: Sou Cristão, Apesar da Igreja, Koop teria con seguido seu cargo com o apoio dos conservadores dos Estados Unidos, sobretudo de igrejas cristãs fundamentalistas. No entanto, a política por ele adotada veio a contrariar as expectativas deste grupo da sociedade norte-americana.
Em relação ao combate à AIDS, ele posicionou-se a favor da educação sexual nas escolas e da distribuição de preservativos ao invés de defender apenas a abstinência sexual como forma de prevenção da epidemia. Por este motivo, Koop veio a obter o apoio da comunidade homossexual nos Estados Unidos no curso de seus trabalhos.
Contudo, Koop não deixou de ser um valoroso homem de fé e tinha fortes convicções éticas e religiosas baseadas na Bíblia. Ele mesmo defendia que o certo seriam as pessoas só fazerem sexo dentro do casamento e não aprovava o comportamento homossexual. Mas o interessante é que ele não permitia que suas convicções morais e religiosas entrassem em conflito com as políticas do Estado.