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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Nós e a tragédia da fome no planeta

Acho que esta forte imagem sobre a desnutrição de uma criança na África já fala por si só.

Diante de problemas assim, muitas das nossas preocupações cotidianas tornam-se mínimas. Mas cabe aí a pergunta sobre o que fazer e como fazer para mudarmos este quadro?

Lembro que, no nosso país, não muitas décadas atrás, tínhamos vários bolsões de miséria não muito diferentes do continente africano e de outras partes do mundo. Principalmente na Região Nordeste. Porém, com o desenvolvimento da economia e também da democracia e dos direitos sociais, é certo que muita coisa mudou.

A vida do brasileiro pode não ser ainda 100% satisfatória, mas não temos mais tantas crianças morrendo por desnutrição. Morre-se ainda pela violência, pela má prestação dos serviços de saúde na rede pública, pela nossa vulnerabilidade às catástrofes climáticas e acidentes. Só que aí eu volto à questão. Como iremos agir?

Bastam só orações, recitar trechos da Bíblia e colocar em prática os métodos espirituais ensinados pelas religiões? Será que a nossa atuação política como militantes de organizações que agem de verdade não deve TAMBÉM ser incluída?

Sem dúvida que a fome na África tem inúmeras razões. Uma delas poderia ser os problemas ambientais e climáticos que assolam o planeta. Contudo, eu entendo que o maior problema é mesmo de natureza política. Hoje os países africanos são dominados por terríveis ditadores. Como herança da colonização europeia, eis que, dentro do mesmo território de um país, existem várias tribos de idiomas e origens diferentes que nem sempre se entendem. Faltam escolas, serviços de saúde, combate a epidemias e endemias, empregos, terras disponíveis para a população pobre plantar e paz. Devido às inescrupulosas guerras, nem sempre é possível levar os alimentos até os bolsões de miséria porque determinadas guerrilhas não permitem.

Enfim, não é um problema muito fácil de se resolver e nem sempre a ONU quer atuar já que certos ditadores africanos interessam às políticas das potências. Só que ainda assim, é o trabalho voluntário que tem feito a verdadeira diferença e daí a importância dos movimentos sociais de dentro e de fora desses países que podemos considerar como sendo verdadeiramente pobres.

Sinto que, na atualidade, há uma forte tendência de integração das nossas dimensões existenciais. Até porque a compartimentação do ser humano em corpo, alma e espírito foi uma invenção grega a ponto do homem ocidental moderno ter criado "uma vida política", "uma vida religiosa", “uma vida familiar”, etc. Sinto que hoje precisamos integrar a nossa espiritualidade com a luta política por um mundo melhor. E, se faltam aos religiosos mais atuação política, eu diria que para inúmeros militantes das causas sociais existe a necessidade de um despertamento espiritual.

Imagine, por exemplo, se num protesto político as pessoas dobrarem seus joelhos em oração e recitarem um salmo da Bíblia? Ou mesmo a oração do Pai Nosso que, dentro do Brasil, é algo praticamente universal para quase todos os brasileiros. Ou ainda fazermos um minuto de silêncio diante de um prédio público onde ficam as nossas autoridades corruptas, o que pode ter mais efeito do que manifestantes ficarem dizendo palavrões ou chamando os políticos de “safados”.

Mais do que nunca os dois lados precisam andar juntos, o que não significa retornarmos a um Estado religioso como foi no passado e como ainda são diversas nações do Oriente Médio. Até porque despertar a espiritualidade independe de seguir religiões ou uma tradição específica, mas sim na desobstrução da nossa sensibilidade.

Pensando na triste foto que ilustra o texto e sentindo neste momento a minha impotência diante de situações desse tipo, posso neste instante pedir a Deus que tenha misericórdia dessas crianças no outro lado do oceano e compartilhar afim de que mais pessoas que me lerem se interessem pela causa, sentindo-se não culpadas, mas sim responsáveis pelo drama social do nosso planeta.

Compartilho a seguir uma matéria extraída do site "Terra" e que fala sobre a preocupante situação da Somália:


ONU: fome na Somália se agravará nos próximos quatro meses

A fome afeta uma sexta região da Somália e a situação se agravará nos próximos quatro meses, já que a ajuda humanitária não aumentará, anunciou a ONU nesta segunda-feira.

O limite da fome foi superado ante a desnutrição aguda e o índice de mortalidade registrado na região de Bay, sul da Somália, em consequência de uma seca devastadora no Chifre da África, destacou a ONU.

"Se o nível atual de resposta (a crise humanitária) continuar, a fome seguirá progredindo nos próximos quatro meses", adverte em um comunicado a Unidade de Análises da ONU para a Segurança Alimentar e a Nutrição (FSNAU).

"No total, quatro milhões de pessoas estão em situação crítica na Somália, das quais 750 mil correm o risco de morrer nos próximos quatro meses na ausência de uma resposta adequada em termos de envio de ajuda", completa o texto. "Dezenas de milhares de pessoas já morreram, sendo que mais da metade eram crianças", recorda a FSNAU.

O estado de fome responde a uma definição estrita das Nações Unidas: pelo menos 20% das residências confrontadas com uma grave penúria alimentar, 30% da população com desnutrição aguda e uma taxa de mortalidade diária de dois sobre 10 mil pessoas.

A região de Bay, a última declarada em fome pela ONU, é controlada pelos insurgentes islamitas shebab, assim como grande parte do sul e do centro da Somália, e inclui sobretudo a cidade de Baidoa, uma das principais do país.

No total, 12,4 milhões de pessoas residentes no Chifre da África sofrem com a pior seca em décadas e precisa de ajuda humanitária, segundo a ONU. A Somália é o país mais afetado em consequência da guerra civil iniciada em 1991, que destruiu boa parte das infraestruturas e dificulta muito o acesso ao centro e ao sul do país.



OBS: A primeira foto extraí da comunidade "Zohar para uma causa" do Facebook em http://www.facebook.com/photo.php?fbid=206279429440509&set=a.206279426107176.46679.205561879512264&type=1&theater#!/pages/Zohar-para-uma-causa/205561879512264

Já a segunda imagem, que mostra mulheres e crianças se aglomerando para receber ajuda humanitária de membros da al Shabaab, no campo de Ala Yaasir, foi tirada pela Reuters e eu a extraí do site "Terra" nesta matéria acima de 05/09/2011 em http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI5330857-EI17615,00-ONU+fome+na+Somalia+se+agravara+nos+proximos+quatro+meses.html

15 comentários:

  1. “Durante muito tempo a Bíblia foi usada para justificar a escravidão, a morte de prisioneiros de guerra, os desejos sádicos dos assassinos de mulheres acusadas de serem bruxas, poligamia e crueldade com animais. Foi usada para encorajar a crença nas mais infames superstições e desencorajar o ensino de verdades científicas. Não devemos esquecer que, bem e mal, fluem da bíblia. Logo, ela não está acima da crítica.”

    Dez mil crianças m,orrem todos os dias no chifre sa África, de fome, vou repetir...de fome. Não tenho pena de tais crianças, mas sim de suas mães que têm que contemplar sua cria esvair-se em fome.

    Por que será que isto acontece? Onde estão os bons, os cristãos do mundo inteiro? Já sei: assim como eu, estão apenas escrevendo seus textos sentados confortavelmente em suas cadeiras de respaldar com um pacote de salgadinhos ao lado. Ou melhor: Estão pregando sobre prosperidade em uma dessas igrejinhas neopentecostal.

    É tudo uma grande merda Rodrigo! A cada dia que passa tenho mais raiva de mim, dos crentes, dos políticos, dos filósofos e pra ser bem sincero, raiva dos próprios pobres e mortos de fome que não resolvem se levantar e conquistar à força seu prato de comida.

    Coincidência ou não, Somália, Eritréia, Quênia, e Etiópia, são países de negros.

    O Provocador

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  2. Rodrigo, durante um ano e meio meu marido esteve trabalhando em Angola, em uma cidadezinha miserável. Ele me mandou fotos das terras produtivas, das fontes de água em lugares belíssimos...

    Não fecho os olhos para os poderosos que se banham com as riquezas da África, para os vendedores ambulantes que fazem feira com as roupas doadas do EUA e outros países para a classe miserável, que jamais poderão usar uma peça sequer. No entanto, meu marido ficava indignado com a preguiça que os nativos evidenciavam quando no emprego ou para plantarem algo que service para sua própria família, de como eles se habituaram a pedir e em troca do objeto adquirido, oferecem as sus próprias esposas ou filhas para um coito.

    A missão em que trabalhei, abriu um seminário e uma escola para alfabetizar crianças em Guiné Bissau. Missionários brasileiros fazem um belo trabalho sustentados pela missão Peniel, sediada em BH. Eles tem muitas histórias para contar.

    Eu sou uma das muitas pessoas que sonham dá uma parcela de tempo e ajuda em algum lugar da África.

    Parabéns pelo artigo. Beijão.

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  3. Prezados amigos,

    Realmente fica difícil fugirmos de um sentimento de impotência diante de situações como esta.

    Volto à pergunta sobre o que fazer e como fazer?

    Vejo que até para combater os problemas sociais daqui, sobretudo a corrupção no Poder Público, ainda nos sentimos de mãos atadas para fiscalizar a máquina administrativa do governo.

    Analisando uma situação dessas, em que nós tivemos uma responsabilidade histórica porque compramos escravos da África até o século XIX, além de sermos herdeiros dos colonizadores portugueses, não podemos também deixar de considerar o outro lado da moeda. Ou seja, o colonizado, tendo perdido os seus valores, passa a assimilar os do colonizador. E para o colonizador europeu interessou formar uma elite africana sem vergonha que mantivesse o sistema exploratório depois da independência desses países.

    Lutar pela real libertação desses nossos irmãos do outro lado do oceano requer além de tudo paciência e persistência. Podemos estudar soluções, jejuar e nos rasgarmos em orações. Só que as coisas não se resolvem apenas por um lado. Colaborar com trabalhos assistenciais sérios também ajuda, mas não põe fim ao sistema. E intervir militarmente pode se tornar um enorme erro (lembro que os capacetes azuis da ONU já estiveram na Somália em 1993 e o país está numa situação terrível novamente).

    A situação de Angola hoje é complicada. Luanda cresce, atrai profissionais do mundo inteiro e se tornou um canteiro de obras. Por lá encontramos empreiteiras brasileiras e pessoas daqui ocupando o emprego do angolano. Também se vê movimentos xenófobos, guerrilhas e violência. Tudo isso acobertado por um governo ditatorial que se encontra há décadas no poder: José Eduardo dos Santos do Movimento Popular de Libertação de Angola, desde 1979 no comando do país.

    Numa situação dessas, que tipo de sentimento devemos cultivar? Decepção e raiva?

    Sinceramente, considero os políticos e as pessoas cultas cúmplices desses sistemas os grandes responsáveis. Porém, se eu tiver raiva do povo que, por vezes, torna-se passivo ou se deixa corromper, vou acabar sendo injusto. Pois, se olhar para mim mesmo, vivo numa situação bem cômoda. Então, o que dizer de um pai que, vivendo uma situação miserável, prostitui ou vende a própria filha? Certo ele não está, mas não me sinto em condições de julgar ninguém por nada. Nem mesmo esses ditadores sanguinários, a respeito dos quais posso julgar tão somente suas atitudes erradas e pedir a aplicação contra eles as normas de direitos humanos.

    Meditando na história dos israelitas, os quais ainda tinham uma mente de escravos ao saírem do Egito, creio que a Bíblia pode se tornar instrumento de libertação desses povos africanos. Ainda que muitas "missões" foram pra África para servirem de instrumento para o colonizador (algumas "igrejas" brasileiras continuam servindo aos interesses de ditadores desses países), usando a Bíblia deturpadamente para promoverem o mal, creio que se o Evangelho da libertação for de fato pregado na África, veremos uma mudança acontecer.

    Que surjam missões! Mas que sejam missões realmente comprometidas com o Evangelho e com a Verdade. Não essas enganações ou tapeações onde pessoas ficam mais é fazendo turismo do que lidando realmente com o povo sofrido.

    Um abraço, tenham um excelente final de semana e obrigado pelos comentários.

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  4. o que fazer?

    ora, quem está mudando o mapa político das ditaduras árabes? o povo. mas a velha estratégia de roma de pão e circo continua valendo hoje.

    quantas pessoas se acotovelam para comprar a novidade eletrônica da epple?

    o capitalismo nos mantém anestesiados, mas só a voz do povo pode mudar o mundo para melhor. existem vários grupos protestando contra a corrupção no brasil e creio que isso tem uma ressonância incrível lá no congresso e no planalto.

    confesso que deveria me envolver mais ativamente em algum desses movimentos, mas creio que escrever textos como o seu também é uma forma de protesto e de conscientização.

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  5. Respondeu bem, Edu! É o próprio povo de um país ou de uma cidade quem deve tornar real a mudança.

    Quem está de fora pode prestar algum tipo de colaboração, mas sempre será limitada. Assim, cabe-nos ensinar aos irmãos da África o caminho da autonomia, no qual nem nós mesmos sabemos ainda trilhar.

    O movimento contra a corrupção representa algo bem positivo na nossa sociedade. Mas ainda é pouco expressivo, restringindo-se mais à classe média. Isto porque falta colocar na pauta dessas manifestações a satisfação dos principais problemas da população carente. Se bem que a corrupção está relacionada a tudo. E, sem ela, até o capitalismo respiraria mais aliviado porque alcançaria uma sobrevida.

    Concordo que escrever textos na internet também seja "uma forma de protesto e de conscientização". E muitas das vezes a palavra é a única arma que nos resta, mas que, como sabemos, tem grande poder.

    Encorajo você a participar de movimentos sociais. Será uma ótima experiência. AInda mais se for experimentada junto com o desenvolvimento da espiritualidade.

    Vamos em frente!

    Abração.

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  6. Rodrigo, o comodismo do povo é responsável por toda a escravidão humana e você sabe bem disto. Veja que quando o povo da Líbia decidiu dá um basta a ditadura, conseguiu, não sem banho de sangue, porque existem os que amam a escravidão e beijam as mãos do seu senhor.

    Veja as mortes por acidentes de trânsito aqui no Brasil como nos faz ferver o sangue, mas que fazemos para mudar o quadro? Falo deste tema, porque hoje ouvi uma reportagem que estremeceu meu coração.

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  7. Veja, quanto tempo Cuba está sob o regime maldito do Fidel, seguido agora pelo irmão.
    Veja só: eles mandam médicos para Angola, que ficam longe de suas esposas, filhos, etc. O salário desses médicos seria 6 mil dólares, mas o governo fica com cinco e o pobre médico com os míseros mil dólares.Ai de quem abrir a boca e chegar ao conhecimento do governo...

    Estes monstros já gozaram tudo que quiseram gozar deste mundo em detrimento do seu própio povo. Eu vou ter pena do Kadaf? Jamais!
    Para mim, não é questão de julgamento pela vista dos olhos ou ouvir dos ouvidos, é a realidade gritando...
    Beijo amigo.

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  8. Para cada dor no mundo algumas soluções pequenas a cada paso podem fazer uma revolução. Para quem se sentir tocado por alguma das dores do mundo cabe decidir: agir falando, agir trabalhando em algo concreto, agir rezando, agir conscientizando, agir en silêncio, agir aos gritos. Mais se agirmos em função da dor que nos mexe para aliviar a culpa nada serve salvo fazer algo apenas para si mesmo. Na comprensão do que sería compaixão o primeiro passo está em saber o qué cada um veio fazer, como é quando neste mundo. E deixarnos assim si ser orientados por inteligências sutis e cooperativas para fazer o que será de melhor fazer. Agir poco pode ser ás vezes melhor que agir com uma sobredosis de indignação.Hoje precissamos aprender a ter mas sobrdosis de amor. Não sou religiossa de igrejas mas sem dúvidas tenho sido testemunho de que inúmeros fieis tambêm tem levado muita paz e continência a inúmeros desesperados.Outros tem dado realente estruturas, outros contribuiram a que dessem o salto para um estado de dignidad humana. Outros brincan com a próproia igreja... Não há nenhuma diferença entre religiossos de qualquer fe, ateos, políticos ou indignados, Somos iguais em tudo o que temos ainda por aprender. Cómo querer um mundo melhor colocándo-se como superiores a qualquer tendência religiosa, política ou o que seja?. O mundo não está dividido.Sigue o mmesmo interinho, um só espelho do ser humano que é. Vamos atrais de conhecer-nos junto a querer fazer algo pelos desesperados tambêm.Assim sendo tal vez descobramos que o mendigo, o faminto antes que mas nada precissa sentir-se digno frente a nós. E isto acontece quando o olhamos eles dignos no estado em que se encontram.A situação pode não ser digna mais o ser é sempre digno. E olharnos a nós mesmos sendo partícipes de TODA indignidade estrutural no mundo pela forma que abraçamos os sistemas.
    Um abraço, Eli

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  9. "(...) Veja que quando o povo da Líbia decidiu dá um basta a ditadura, conseguiu, não sem banho de sangue, porque existem os que amam a escravidão e beijam as mãos do seu senhor (...)"


    Olá, Guiomar.

    Embora não seja adequado repensar a história através da partícula "se", ainda assim fico a indagar se uma resistência pacífica na Líbia não teria sido uma melhor opção?

    No Egito, o povo compareceu rotineiramente à praça para protestar e, apesar de alguns conflitos e mortes, o ditador acabou caindo com muito menos sangue do que na Líbia. E o interessante era que, naqueles dias, muçulmanos e cristãos uniam-se em torno do mesmo objetivo.

    Aqui no Brasil somos demasiadamente passivos. Isto tem seu lado bom e ruim. Pois, embora não tenhamos protestos tão violentos quanto no Oriente Médio, por outro lado o povo quase não se incomoda.

    Você falou no problema dos acidentes de trânsito. Muito bem lembrado! E, infelizmente, as leis de trânsito e a aplicação delas ainda é muito branda, sendo que as autoridades têm feito muito pouco. Além de um número imenso de motoristas sem consciência e pessoas sem educação emocional para dirigir (pra mim não basta aprender a conduzir um veículo), nosso sistema de trânsito continua sendo um facilitador para que casos de infração venham a reincidir. E, se dependesse de minha opinião, quem fosse pego dirigindo sem careira duas vezes nunca mais deveria pegar num volante, poids afinal o carro é uma arma e quem possui um veículo deve ser comparado a quem tenha um revólver dentro de casa. E de qualquer modo, defendo que tenhamos um programa de educação emocional no Brasil visto que, em outros países, com leis até menos rígidas do que aqui, têm um número proporcionalmente menor de acidentes.

    Também não aprovo a ditadura de Cuba. Aliás, não aprovo nenhuma ditadura. E acho que nenhum modelo de socialismo implantado no século XX serve e tão pouco o "socialismo do século XXI" defendido pelo Hugo Chávez da Venezuela. Aliás, o país vizinho já pode ser considerado o começo de uma ditadura populista.

    Olha, minha amiga, temos que continuar orando pelo mundo e ao mesmo tempo colocarmos mais vezes esses temas em discussão.

    Abraços.

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  10. Excelentes contribuições, Eli!


    "Para cada dor no mundo algumas soluções pequenas a cada paso podem fazer uma revolução"

    Concordo plenamente! Já que o alcance individual de alguém muitas das vezes é pequeno, então que abracemos com intensidade as pequenas soluções!


    "Para quem se sentir tocado por alguma das dores do mundo cabe decidir: agir falando, agir trabalhando em algo concreto, agir rezando, agir conscientizando, agir en silêncio, agir aos gritos."

    Exato! E esta decisão é de grande importância. Pode-se praticar vários desses exemplos de conduta que mencionou sendo que o exemplo foi muito bem lembrado porque ele tem muita força e nós brasileiros geralmente não sabemos utilizá-lo ainda. Vez ou outra percebo que o povo o faz de modo inconsciente.


    "se agirmos em função da dor que nos mexe para aliviar a culpa nada serve salvo fazer algo apenas para si mesmo"

    Estou de pleno acordo! Se alguém está agindo em função da dor, será que tal pessoa ainda não estará sendo controlada por seu ego e não pela consciência messiânica ou superior? Realmente a base da ação deve ser a compaixão e o amor, como bem colocou. Precisamos aprender a sentir as dores do mundo!


    "Na comprensão do que sería compaixão o primeiro passo está em saber o qué cada um veio fazer, como é quando neste mundo"

    Outra afirmação sábia! Devemos nos perguntar: qual é a minha missão? E, dentro deste passo, inclui-se o diagnóstico do tempo que se chama hoje, aquilo que no idioma grego se chama kairos que corresponde às estações da vida da Bíblia hebraica em Eclesiastes 3. Logo, a descoberta da nossa missão não estaria de certo modo relacionada com o nosso aprendizado quanto a viver no tempo kairótico? De qualquer modo, trata-se do despertar da consciência visto que muitas das vezes o agir de um militante político pode se tornar também uma conduta de alienação.


    "Agir poco pode ser ás vezes melhor que agir com uma sobredosis de indignação"

    Concordo! Nas artes marciais, um golpe bem dado é capaz de derrubar de vez o adversário na arena. Penso que assim também deve ser a nossa ação política no mundo. Muitas vezes, quando as lideranças promovem protestos e manifestações em excesso, elas exaurem a energia das massas e o povo acaba desanimando. Isto significa que os líderes precisam ouvir/perceber mais o momento. E há algo bem interessante no que colocou. Pois realmente o excesso de indignação pode vir a atrapalhar a ação. Pois, quando estamos super indignados, predominam as emoções e não nos tornamos capazes de racionalizar ou de refletir afim de buscarmos a providência cabível e certeira.

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  11. Continuando...


    "Cómo querer um mundo melhor colocándo-se como superiores a qualquer tendência religiosa, política ou o que seja?"

    Excelente pergunta e que já trás em si um pouco da resposta! E aí você me fez lembrar do conto sobre a "Torre de Babel" que se encontra lá na Bíblia, em Gênesis. Aí penso que, se buscarmos nos expressar dentro de uma linguagem mais universal e que se torne acessível ao outro, conseguiremos mais êxito. Contudo, se o outro estiver movido por interesse diverso, ou num grau de consciência mais próximo do ego, fica complicado. Na verdade, o sentimento de "superior" tem a ver com esta nossa egolatria. Observe que pessoas de nações, culturas e religiões diferentes conseguem se comunicar bem e outras não. Muitas vivem em conflitos até com quem faça parte de seu próprio ambiente político ou religioso. A meu ver, precisamos primeiro despertar em cada um a sua consciência superior e aí torna-se estratégico usarmos os próprios valores culturais da pessoa para auxiliá-la. Afinal, é cada língua que deve falar com suas próprias palavras...


    "Vamos atrais de conhecer-nos junto a querer fazer algo pelos desesperados tambêm (...)"

    Bem colocado! E aí se buscarmos o autoconhecimento, creio que aumentaremos a nossa identificação com o outro. Logo, o que concluiu com suas brilhantes palavras tem a ver com despertarmos a nossa consciência a partir de dentro, não de fora. Pois, se pensarmos bem, é superficial quando se busca incutir no outro certos valores. Pois, ainda que formemos um ambiente propício numa escola, cabe a cada um despertar a sua consciência crística ou superior, subjugando o ego. Do contrário, qualquer sistema igualitário que vier a ser construído sofrerá uma implosão com terríveis retrocessos.

    Bem, gostei bastante de suas colocações, as quais acrescentaram muito. Volte mais vezes aqui, Eli!

    Abraços.

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  12. Em tempo!


    "Não sou religiossa de igrejas (...)"

    Posso dizer que eu de certo modo também não sou. Aliás, já não concordo com este modelo de igreja que se vê por aí. Igrejas que promovem a alienação e não a conscientização... Igrejas autoritárias e que servem muitas das vezes mais para patrocinar o modo de vida egolátrico de seus líderes...

    Porém concordo quando você diz "que inúmeros fieis tambêm tem levado muita paz e continência a inúmeros desesperados.Outros tem dado realente estruturas, outros contribuiram a que dessem o salto para um estado de dignidad humana".

    Aí, por mais que eu seja um crítico ferrenho do atual modelo de igreja, não posso esconder que por diversas vezes sou surpreendido com ações partindo de grupos que pré-julguei como incapazes de fazerem algo positivo para a sociedade. E aí isto vale para qualquer religião e partidos. Enfim, são situações que muitas vezes me levam a repensar a própria crítica que faço, ensinando-me que não posso me arrogar em ser o dono da verdade.

    Valeu!

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  13. Rodrigo, você já percebeu que para entrar no seu blog passamos pelo seguinte aviso? :

    "O blog que você está prestes a abrir pode ter conteúdo adequado somente para adultos. Em geral, o Google não analisa nem endossa o conteúdo deste ou de qualquer outro blog. Para saber mais sobre nossas políticas de conteúdo, acesse os Termos de Serviço do Blogger.

    Eu não sei se isto é normal...

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  14. Rodrigão, enquanto existirem aqueles que amam a escravidão, não haverá libertação sem sangue. Foi por isto que Jesus morreu, mas os homens continuam querendo derramar sangue por uma libertação que já deveria ser gozada.

    Como vão os estudos? Beijo.

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  15. Olá, Gui!

    Fiz isto proposital, classificando o meu blogue como sendo de conteúdo adulto. Geralmente trata-se de um aviso porque pode haver coisas indescentes ou impróprias para crianças. Porém, para despertar a atenção das pessoas para assuntos mais sérios que busco tratar aqui, bem como poupar-me de problemas quanto ao uso de imagens que possam ser consideradas como material inadequado, preferi optar pelo aviso. (rsrsrs)

    Sobre os derramamentos de sangue, eu acredito na ideia de resist~encia pacífica e também que precisamos inicialmente ser livres internamente. Pois do que adianta uma independência se a escravidão ou o colonialismo ainda está dentro de nós. Foi por isto que na narrativa da Torá, o povo de Israel demorou quatro décadas até entrar na Terra Santa.

    Meus estudos prosseguem. Não saiu ainda o edital do concurso, mas como o professor nos disse esta sexta, precisamos continuar estudando. Mesmo depois que as aulas do cursinho acabarem.

    Abraços.

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