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quinta-feira, 30 de junho de 2011

O grande valor de caminhar com Deus


"15 E no dia em que foi levantado o tabernáculo, a nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do testemunho; e à tarde estava sobre o tabernáculo com uma aparência de fogo até à manhã. 16 Assim era de continuo: a nuvem o cobria, e de noite havia aparência de fogo. 17 Mas sempre que a nuvem se alçava de sobre a tenda, os filhos de Israel partiam; e no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de Israel se acampavam. 18 Segundo a ordem do SENHOR, os filhos de Israel partiam, e segundo a ordem do SENHOR se acampavam; todos os dias em que a nuvem parava sobre o tabernáculo, ficavam acampados. 19 E, quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o tabernáculo, então os filhos de Israel cumpriam a ordem do SENHOR, e não partiam. 20 E, quando a nuvem ficava poucos dias sobre o tabernáculo, segundo a ordem do SENHOR se alojavam, e segundo a ordem do SENHOR partiam. 21 Porém, outras vezes a nuvem ficava desde a tarde até à manhã, e quando ela se alçava pela manhã, então partiam; quer de dia quer de noite alçando-se a nuvem, partiam. 22 Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano, ficando sobre ele, então os filhos de Israel se alojavam, e não partiam; e alçando-se ela, partiam. 23 Segundo a ordem do SENHOR se alojavam, e segundo a ordem do SENHOR partiam; cumpriam o seu dever para com o SENHOR, segundo a ordem do SENHOR por intermédio de Moisés." (Números 9.15-22; versão de Almeida Corrigida e Revisada Fiel)


A citação acima narra poeticamente a caminhada dos filhos de Israel pelo deserto num período entre a saída do Egito (o êxodo) e a conquista de Canaã. Segundo a Bíblia, os israelitas viveram por 40 anos nesta condição, acampando em lugares diferentes (oásis e terra árida). E tanto o tempo de andança sob o calor escaldante daquelas areias quentes como a permanência num local poderiam variar.

"Ou, quando a nuvem sobre o tabernáculo se detinha dois dias, ou um mês, ou um ano..." (verso 22) - destacou-se

Igualmente, podemos dizer que a nossa vida aqui nesta terra se assemelha à caminhada dos antigos israelitas pelo deserto do Sinai. Podemos encontrar momentos de refrigério às sombras da palmeira de um oásis, permanecendo nesta condição confortável por uns "dois dias", "um mês" ou "um ano", assim como estamos sujeitos a ficar por um tempo indeterminado debaixo de um sol forte sem sabermos quando aquela exaustiva travessia vai terminar.

Esta percepção é de fundamental importância para que possamos encarar a vida com entendimento e fé. E digo fé porque quem crê em Deus sabe que não está perambulando sem rumo. Pois, mesmo nas noites frias e sombrias, há uma coluna de fogo. E, quando o sol queima as nossas cabeças, uma nuvem estará sempre nos protegendo.

Lembro que, numa igreja onde eu me congregava anteriormente, o pastor pregava em púlpito que o difícil não é ser crente, mas sim ser "ímpio", o que significaria não andar com Deus. E, apesar de não gostar muito do termo "ímpio" para caracterizar os incrédulos, entendi o que ele queria dizer.

Ora, como resistir e superar os tormentos desta nossa peregrinação sem Deus?

Sinceramente acho muito difícil. Aliás, acho até impossível!

E aí não falo exatamente do incrédulo que diz ser ateu, mas também do crente que, nos períodos de dificuldades, passa pelo deserto sem se lembrar do seu Criador.

Se vivo com Deus, experimento a esperança, meus ânimos são renovados e tenho um objetivo que é a realização de um ideal - trabalhar para estabelecer o seu reino neste mundo.

Entendo que ser crente proporciona algo que eu chamaria de saúde espiritual, o que não é fácil de se administrar porque podemos nos resfriar ou nos adoentar em vários momentos. Viver pela fé não significa ser um super herói de aço, mas envolve o desafio constante da dúvida, o enfrentamento do nosso próprio medo, o esgotamento mental e a dor.

Contudo, a fé faz com que possa prevalecer aquela determinação do tipo "eu não vou desistir". Ou "caí, mas eu me levanto".

Certamente que caminhar com Deus não significa você se alienar ou tapar o sol com a peneira em relação aos seus problemas. É antes de mais nada encarar a realidade sem fazer do seu combustível a ilusão. Pois inclui o ato de promover a transformação do deserto em terra agricultável através da inteligência que o Criador nos dá, sem jamais desistirmos de viver. E, assim como a coluna de fogo nos aquece para suportarmos a adversidade, ela também ilumina a alma para que possamos aproveitar os momentos e eventos como, clareando a escuridão como se fosse dia.

Deve-se notar que, nesta longa peregrinação de quatro décadas, os israelitas caminharam sob o mandado de Deus. A luz que os iluminava durante a noite pode ser comparada com a sua Palavra. Isto significa que precisamos buscar sempre a compreensão divina, conforme a conhecida citação do Salmo 119 (o maior capítulo da Bíblia):

"Lâmpara para os meus pés é a tua palavra
e, luz para os meus caminhos.
"
(Sl 119.105; ARA)

Olhando para Jesus, consigo ver nele a expressão exata e autêntica desta luz de um modo humano e palpável. Em toda a sua vida, ele serviu obedientemente o Pai. Seus atos não foram escolhas independentes, mas estiveram sob a direção do Espírito Santo. E a si mesmo se esvaziou, escolhendo o caminho da não exaltação pessoal e do serviço ao próximo que atingiu o seu ponto máximo com a morte na cruz.

Que em toda a nossa travessia pelo deserto possamos olhar para Jesus e com ele aprendermos todas estas bem-aventuranças!


OBS: A imagem acima refere-se à ilustração originalmente encontrada na Holman Bible de 1890 - "O Tabernáculo no Deserto"

2 comentários:

  1. Oi Rodrigo, como vai?!

    Caminhar com Deus é uma necessidade de todos aqueles que se perceberam como impróprios de ter as rédeas de sua própria existência.

    E como escrevi anteriormente, Caminhar com Deus é um exercício de obediência,paciência,fé consciente,re-significação.

    Coluna de fogo a noite e nuvem durante o dia, são só detalhes de quando fizemos a opção radical de estar com ELE.

    Um ABRAÇÃO meu irmão!

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  2. Fala, Franklin!

    Vou bem. Caminhando (rsrsrs). E, na verdade, precisava caminhar mais, lembrando como costumava fazer uns 10 anos atrás explorando trilhas e lugares novos... E como é bom caminhar (nos dois sentidos).

    Concordo que o caminhar com Deus seja mesmo uma "necessidade" como colocou. E gostei do termo que colocou - "re-significação". É ago que precisamos sempre nos indagar:

    Qual o significado que devo dar ao meu casamento? Ao meu convívio com amigos e pessoas da família? Aos relacionamentos que um dia estraguei? A maneira como planejo meu futuro? Aos meus objetivos de vida? O uso de minhas finanças? Os cuidados com o próprio corpo?

    Certamente que caminhar com Deus vai nos dar um novo rumo de vida.

    Grande abraço.

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