Um dos graves erros cometido pelas revoluções socialistas do século XX foi a desvalorização do indivíduo em face do coletivo, tratando pessoas como se fossem massa.
Entretanto, não há como formar a unidade de um povo sem primeiramente considerar o valor individual de cada ser humano, bem como da família. Pois cada homem possui em mesmo um valor que não tem medida, de modo que o povo resulta da
soma de todos os entes que o compõe.
"
Levantai o censo de toda a congregação dos filhos de Israel, segundo as suas famílias, segundo a casa de seus pais, contando todos os homens, nominalmente, cabeça por cabeça." (Números 1.2; ARA) - destacou-se
Sem dúvida que a auto-estima de uma nação deve ser gerada na alma de cada homem e mulher, afim de que se torne perceptível a importância que um indivíduo tem nesta condição e também como povo. Pois, percebendo o valor que tem, o indivíduo pode então libertar-se da opressão imposta pelas classes dominantes, conquistando sua identidade pessoal e levantar a cabeça como um ser politicamente livre.
Infelizmente, as revoluções socialistas do século XX não foram capazes de libertar verdadeiramente os povos das injustiças cometidas pelo trabalho exploratório do capitalismo. O homem que antes fora escravo, depois servo nos feudos medievais e proletário nas fábricas, acabou tornando-se submisso ao Estado, privado da liberdade de pensar, contestar a nova ordem estabelecida e até mesmo de relacionar-se com Deus.
Além do mais, deve-se considerar que a massificação não pode produzir no homem um senso de responsabilidade, seja no sentido pessoal ou coletivo. Pois, se o homem desconhece o valor incalculável que tem como objeto da existência, dificilmente a sua consciência irá se despertar para a necessidade de sua participação na criação de um mundo melhor.
Assim, tanto os regimes comunistas quanto o nazismo e o fascismo foram incapazes de fincar raízes nos povos que viveram debaixo de suas sangrentas ditaduras, onde o indivíduo e a família foram inegavelmente esmagados.
Segundo a Bíblia, Deus conhece cada um de seus filhos. É o que diz o verso deste Salmo:
"
Conta o número das estrelas,
chamando-as todas pelo seu nome."
(Salmo 147.4; ARA)
Ou então como diz outra tradução: "
Somente Ele conhece todo o incontável número de estrelas e atribui um nome a cada uma delas" (Sêfer).
Compreende-se que, ao nos chamar pelo nome (ou nos atribuir um nome), o Criador reconhece as características de seus filhos, valoriza imensuravelmente a nossa existência dentro de um universo tão vasto e demonstra o seu profundo amor por aquilo que criou.
Igualmente, é assim devemos procurar tratar o nosso semelhante e trazermos o respeito pela individualidade para as políticas sociais.
Para finalizar, gostaria de compartilhar aqui a letra de uma música chamada "
Quero que Valorize o que vocE tem", a qual, desde os tempos de adolescente, canto dentro da igreja:
"
Quero que valorize o que você tem
você é um ser você é alguém
tão importante para Deus.
Nada de ficar sofrendo angústia e dor
neste seu complexo interior
dizendo às vezes que não é ninguém
Eu venho falar
do valor que você tem.
Ele está em você
o Espírito Santo se move em você
até com gemidos
Inexprimíveis
inexprimíveis
Aí você pode então perceber
que prá Ele há algo importante em você
Por isso levante e cante exalte ao Senhor
Você tem valor"
Portanto, através da valorização da individualidade, um povo poderá se tornar verdadeiramente capaz de elaborar metas e objetivos bem definidos e, responsavelmente, cumpri-los, escrevendo sua página na História.
OBS: A foto acima refere-se à Assembleia do soviete de Petrogrado, Rússia, ocorrida em março de 1917.
Rodrigo, pertinente, elucidativo e necessário seu texto.
ResponderExcluirRealmente a massificação subverte a individualidade gerando um subconsciente coletivo desprovido de personalidades próprias.
Já que vc tocou em pontos nevrálgicos da história da humanidade, e conhecedor da admiração que vc tem pela cultura judaica, gostaria de saber o porque o regime de Hitler teve uma repercussão maior por exemplo que o liderado por Mao Tsé Tung, sendo que os números da carnificina supera em muito o do nazismo?
Tenho essa indagação já faz muito tempo.
Um grande abraço e no aguardo.
Franklin
Prezado Franklin,
ResponderExcluirTalvez a repercussão do regime de Hitler seja maior no Ocidente porque houve mesmo um massacre de judeus e de outros grupos contrários ao nazismo que nós conhecemos.
Certamente que esta lógica não vale para o tibetanos e para o Dalai Lama, por exemplo. E a sua preocupação é realmente justa porque a revolução cultural na China, bem como a ditadura de Stálin na antiga URSS, mataram um número bem maior de pessoas. Sabe-se que, na China de Mao, muitos seguidores de Jesus foram perseguidos, presos, torturados e mortos porque criam no Evangelho.
Grande abraço.
rodrigão, texto irretocável. você fez muito bem em chamar a atenção para a importância do indivíduo.
ResponderExcluirsobre o que o franklim lhe perguntou, eu concordo com você. hitler matou todo mundo que ele conseguiu por não ser "puro ariano", mao matou só o seu próprio povo com sua revolução cultural.
hitler era mais paranóico assassino que mao pois queria ser o dono do mundo; mao só queria ser dono da china.
Interessante sua colocação, Eduardo.
ResponderExcluirRealmente o potencial maligno de um crime não está nas suas consequências e sim na sua motivação, motivo pelo qual Hitler foi mesmo muito pior do que Mao.
Todavia, Mao fez mal não só aos chineses como a outros povos e nações existentes em seu país.
Abraços.
Rdodrigo
ResponderExcluirTanto o totalitarismo de direita quanto o de esquerda desumanizam o homem, individualmente.
Os românticos de direita, segundo Erich Fromm, acreditavam que o único meio de salvação era fazer cessar o desenfreado "progresso" do sistema industrial e voltar às formas anteriores da ordem social.
Os radicais de esquerda acreditavam que o desenvolvimento econômico não poderia ser detido, e que a única via de salvação era se submeter à máquina em detrimento do homem e seus afetos básicos.
Concordo que o totalitarismo, seja ele de direita ou de esquerda são capazes de desumanizar o ser humano. Porém, quanto ao progresso, entendo que este não pode ser detido. Uma vez descoberta uma tecnologia, ela vem pra ficar até que seja substituída por outra melhor e aí faço a indagação se o Erich Fromm não poderia ter sofrido de algum neofobismo assim como praticamente todos nós sentimos também? No meu ponto de vista, o que a humandiade precisa é harmonizar o seu desenvolvimento científico e tecnológico com o respeito á Vida e à natureza, coisa que as revoluções socialistas acabaram ignorando. E talvez hoje a China já esteja começando a reparar os males feitos por Mao. Só que ainda tem bastante coisa pra ser reparada...
ResponderExcluirAbraços.