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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Os quatro principais problemas do Rio de Janeiro e a sucessão estadual


Assisti hoje a propaganda eleitoral do Gabeira (PV) na televisão e achei que, desta vez, ele bateu no ponto certo - o caos da saúde no Rio de Janeiro.

Nenhum outro candidato de oposição no programa de hoje falou de tema mais adequado às necessidades sociais. Nem os comunistas, a exemplo dos candidatos do PCB e do PSTU, conseguiram desenvolver um discurso adequado às necessidades sociais e daí acho que o Gabeira conseguiu chegar mais perto das principais necessidades cotidianas da população humilde, embora o programa eleitoral dos verdes tenha perdido um pouco do precioso tempo na TV com outras apresentações que não despertam tanto a insatisfação do eleitorado.

Os temas mais necessários para a população fluminense, que não estão sendo devidamente tratados pelo burocrático governo estadual, seriam: filas nas unidades de saúde, trânsito congestionado, transportes coletivos super lotados e segurança pública. Logo, é indispensável pensarmos em quais seriam os motivos por trás da omissão estatal em resolver tais problemas. O que realmente está impedindo as coisas de acontecerem?

Entendo que há fortes interesses por trás prendendo o Rio de Janeiro e também o Brasil. Por exemplo, sabemos que na saúde existe uma repugnante máfia de branco que não deseja o bom funcionamento do SUS e ainda busca se aproveitar dos recursos públicos. Os planos de saúde e outros grupos privados não querem que seus interesses sejam contrariados (o maior concorrente das operadoras de planos de saúde é o SUS) e falta coragem, e quiçá interesse do governador Sérgio Cabral, para mudar esta dura realidade já que o problema não é a falta de dinheiro porque o Rio de Janeiro é um estado rico.

Já na área de transportes, que envolve também a questão do trânsito, por que o governador não incentiva um uso mais intenso da Baía da Guanabara através de novas linhas de barcas ou catamarãs que incluam estações nos municípios de São Gonçalo, Duque de Caxias e Magé e um transporte entre estas localidades? Será que os interesses da concessionária que administra a Ponte Rio-Niterói e as empresas de ônibus não podem ser contrariados?

Volto a dizer que o Rio de Janeiro hoje é um estado rico! Nesses anos todos, o governo e determinadas prefeituras de municípios litorâneos vêm captando preciosos recursos da exploração petrolífera, mas os recursos acabam sendo desperdiçados com coisas que não satisfazem verdadeiramente a população. Poderíamos ter hospitais de primeiríssima qualidade, com equipamentos super modernos, bem como médicos com excelentes salários e condições de trabalho aceitáveis. Só que não é isso o que acontece! Professores, policiais, agentes de saúde e as demais categorias do funcionalismo público continuam ganhando muito mal. Em vários hospitais encontramos pacientes idosos em estado grave mas que estão deitados em macas espalhadas pelos corredores contando com um péssimo atendimento.

Verdade é que entra governo e sai governo e ninguém tem coragem de transformar essa lamentável realidade. Aliás, o Poder Público acaba sendo o maior cúmplice da dependência excessiva do transporte rodoviário de passageiros quando promove obras caras e inadequadas como a duplicação da Alameda em Niterói visando a fluidez do trânsito. Nesses últimos quatro anos, não tivemos muita mudança significativa para a era Garotinho-Rosinha que dominou o Rio de Janeiro de 1999 até 2006. O corporativismo de matriz estatizante continua se fortalecendo cada vez mais, de modo que hoje a aliança PT/PMDB contribui para enriquecer empresas parasitárias que lucram com o governo estadual.

Além das questões da saúde, transportes coletivos e trânsito, existe o tema da segurança que é decisivo na capital, o qual não perde a sua importância aqui no interior. Nem todos percebem, mas o governo Sérgio Cabral está apenas ponto o lixo debaixo do tapete, usando muitas das vezes da truculência policial e, indiretamente, "empurrando" bandidos para o interior fluminense. Cidades como Petrópolis, Cabo Frio, Nova Friburgo, Macaé, Resende, Volta Redonda, Campos e até mesmo Niterói tendem a ficar mais violentas porque o governo estadual, priorizando "pacificar" a cidade do Rio de Janeiro com vistas nos eventos esportivos de 2014 e de 2016, poderá estar propiciando a migração de quadrilhas para outros locais.

Casos de violência policial precisam ser lembrados pelos eleitores nesse decisivo momento de campanha! Devemos pensar em candidatos que, ao discutirem segurança pública, estejam realmente comprometidos com a defesa de propostas em benefício dos agentes policiais que continuam vulneráveis na guerra contra a violência.

Há outras questões também importantes como cultura, meio ambiente, educação e turismo, mas que não fazem parte das necessidades mais imediatas da população fluminense. E aí acho que nós eleitores devemos reivindicar dos nossos candidatos as principais providências, mas sempre de olho no comprometimento dos políticos porque, como bem sabemos, esses caras prometem muito, mas quando estão no poder tornam-se uma frustrante negação.

2 comentários:

  1. Acredito no trabalho que o Governador está desempenhando pelo Estado. É uma questão de mais tempo para que tudo e todos recebam os benefícios criados por Cabral e sua equipe. Eu apoio sua reeleição, pois até hoje nunca vi o que estou vivenciando no seu Governo.

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  2. Olá, Roberta. Respeito sua opinião, mas gostaria de saber quais benefícios desse governo você se refere? Um abraço e participe sempre que desejar.

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