Páginas

domingo, 11 de julho de 2010

Não se esqueça de quem você votou nas eleições passadas!

Este ano iremos mais uma vez participar de uma eleição que envolve o preenchimento de cargos para Presidente da República, Governadores, Senadores (duas vagas por estado para um mandato de oito anos), Deputados Federais e Deputados Estaduais. Serão muitos nomes e números que teremos que memorizar até a hora de chagarmos nas urnas eletrônicas para então aguardarmos a contagem dos votos que se inicia no mesmo dia da votação, depois das 17 horas.

Quase todo mundo acaba se ligando mais nas disputas majoritárias para os cargos de presidente ou de governador, sendo que as eleições proporcionais para deputado ficam geralmente em segundo plano. E, infelizmente, muita gente escolhe muito mal o seu candidato apenas por se sentir sem opção.

Nestas horas, quando não sabemos em quem votar, reconheço a utilidade do voto branco, do voto nulo e até mesmo do voto de legenda. Por mais que se fale contra o voto nulo e o voto em branco, considero tais opções melhores do que um eleitor votar sem consciência, isto é, sem saber para quem estará dando seu voto e por qual motivo. O voto em branco significa que aqueles que a maioria dos eleitores escolherem estará bom enquanto que o voto nulo expressa um não a todos os políticos e ao próprio sistema eleitoral.

A meu ver, o povo brasileiro acompanha muito pouco as atividades dos parlamentares, o que me parece ser um dos principais motivos das escolhas erradas. Grande parte do eleitorado nem sabe qual é a função típica de um legislador e associa mal a figura do deputado como sendo o cara que vai defender os interesses de uma determinada região ou de um segmento da sociedade.

De fato, o político que vai em Brasília está sempre representando algum interesse e, quanto a isto, não podemos ser ingênuos a ponte de negarmos que a prática realmente diverge daquilo que teoricamente deveria ser apenas um colegiado de legisladores meramente interessados em cuidar das leis e do orçamento. Na verdade, a atividade legislativa é o que menos interessa à maioria dos parlamentares, dentre os quais um grande número não sabe nem como redigir uma projeto de lei sem o auxílio de sua assessoria.

Não quero aqui cultivar preconceitos contra pessoas de poucos estudos e sem conhecimento acerca do processo legislativo serem eleitas ou do contrário estaremos elitizando o poder. Acho até bom que entrem representantes autênticos de grupos sociais menos favorecidos, como sindicalistas e produtores rurais, os quais estarão defendendo interesses das categorias que os elegeram. Porém, é importante que cultivemos seletivos critérios éticos e de capacidade política (não técnica) para alguém desempenhar o cargo que postula.

Como resultado da falta de acompanhamento da população brasileira acerca dos trabalhos do candidato deputado que apoiou, existe um grande número de pessoas que nem se lembram qual foi seu candidato nas eleições passadas e retrasadas.

Votar errado é normal, ainda mais porque nem todos nós temos condições de saber o que se passa pelo íntimo do candidato. Mesmo quem faz parte do grupo de algum político, bem como os próprios políticos, cometem enganos a respeito de seus candidatos.

Contudo, precisamos aprender a guardar o nome daqueles que votamos, cobrar deles uma atuação condizente (não favores pessoais), avaliá-los e, se for o caso, fazer uma propaganda negativa a respeito deles. Na política um dos erros que não podemos cometer é levar as candidaturas para o lado pessoal, deixando que as emoções nos levem a tomar decisões. Muita gente ainda escolhe seu candidato pela aparência, proximidade familiar, promessas de emprego, recebimento de cestas básicas (isto é ilegal, denuncie) e até mesmo pressões de prefeitos ou governadores no caso de funcionários públicos contratados temporariamente sem terem prestado concurso. Porém, ocorre que se a nossa população continuar votando desta maneira, vamos estar sempre nos frustrando com políticos que, ao chegarem no poder, viram as costas para o povo e vão defender seus interesses pessoais.

Todavia, apesar de todo o desânimo que me causa a falta de formação política do nosso povo brasileiro, não quero aniquilar as minhas esperanças. Acho que a cada eleição temos a oportunidade de educar melhor o eleitor, ajudar as pessoas a tomarem decisões refletidas e quiçá assumirem uma nova postura após este momento de campanha. Neste sentido, espero que a lei da Ficha Limpa ajudará um pouco para que tenhamos um novo quadro de candidaturas em 2010, mas esta norma, por si só, não será suficiente sem a presença do principal fiscal – o eleitor.

Não restam dúvidas de que ainda precisamos aprender a participar da política o tempo todo, opinando diante de cada tema e mantendo uma comunicação contínua com o parlamentar (jamais dê seu voto pra quem não consegue dialogar de maneira transparente e atenciosa). Daí por diante, a partir do momento em que nos tornarmos cidadãos mais exigentes e politicamente ativos, tenho o forte palpite de que também a atuação dos nossos legisladores não poderá ser mais a mesma.

Para finalizar, quero lembrar a todos que esta já é a segunda semana de campanha eleitoral e agora é o momento de debatermos conscientemente estes assuntos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário