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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

Um acordo que, felizmente, não deu certo...



Há exatos 30 anos, mais precisamente em 9 de dezembro de 1994, começava a ser delineado o acordo da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) na Cimeira das Américas, realizada na cidade de Miami. 


No entanto, o projeto foi recusado pela maioria dos governos latino-americanos desde novembro de 2005, durante a 4ª Cúpula das Américas, ocorrida em Mar del Plata, na Argentina, pois continha 2 níveis de integração que favoreceriam os países ricos, gerando um impasse não resolvido entre o MERCOSUL e os EUA. 


Fato é que, se fosse efetivada a proposta da ALCA, a indústria norte-americana ofereceria produtos a preços mais baixos no continente latino-americano, levando, supostamente, ao fechamento de indústrias e ao aumento do desemprego. Tanto é que houve muitas críticas tanto de Lula quanto de Chávez, na época presidente da Venezuela.


Igualmente, na atualidade, indaga-se se algo semelhante não poderá ocorrer caso se concretize o acordo entre o MERCOSUL e a UE. Pois, embora países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai poderão ganhar mercado na Europa para a venda dos seus produtos agrícolas, certamente será a indústria alemã quem terá um maior proveito.


OBS: Logotipo da Área de Livre Comércio das Américas.

5 comentários:

  1. Olha, lembra quando Collor dizia que nossos carros e computadores eram umas carroças por conta da reserva de mercada imposta em 1984? A lei proibia comprar qualquer computador ou peças importadas e a razão era até nobre: desenvolver um parque tecnológico no Brasil. O sonho era ser um novo Japão. Funcionou? Claro que não, enquanto lá fora os computadores avançavam em tecnologia, aqui estávamos presos a "carroças".
    Então, essa questão precisa ser muito bem avaliada.

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    1. Caro, Edu. O fato é que, enquanto não investirmos de fato em pesquisa e em tecnologia, bem como em educação que precede a ambas, de pouco adiantará sonhar em sermos um "novo Japão". Mas, por outro lado, devemos ficar atentos para que esse acordo entre MERCOSUL e a UE não se torne um novo "Tratado dos Panos e Vinhos" como na época em que Portugal e a Inglaterra de 1703, o que bloqueou o desenvolvimento da indústria portuguesa e fez com que as terras que poderiam produzir alimentos para a população virassem parreirais. Ou seja, o país ficou dependente cada vez mais das importações. De qualquer modo, são apenas alertas que a História nos mostra, como recentemente expôs o deputado Chico Alencar. Particularmente, acho pouco provável que o tal acordo com a UE seja aprovado considerando os interesses protecionistas da França e que deverão ser acompanhados pela Itália. Já a Alemanha tem sido uma das maiores apoiadoras do acordo. Até mesmo porque ela é a coluna industrial da União Europeia. A preocupação do nosso parlamentar é pertinente, porém, como já dito, o certo é que, enquanto deixarmos de investir em tecnologia, as nossas relações comerciais com os países desenvolvidos tenderão a ser desvantajosas. Reitero o quanto o Brasil precisa apoiar mais as universidades e destinar mais recursos aos centros de pesquisa. Exportar produtos agrícolas ou minério bruto jamais fará do país uma nação desenvolvida pois estaremos sempre recomprando o que vendemos com valor agregado.

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    2. Sabe o que eu sinto? O Brasil perdeu o bonde da história. Jamais seremos um país de Primeiro Mundo.

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    3. Caro, Edu. Achei pessimista a sua colocação e confesso não concordar muito com essa classificação de primeiro e terceiro mundos. Primeiro que o planeta é um só e o que existe é o desenvolvimento de uma sociedade cujo conceito muda. O Brasil, se souber preservar seus ecossistemas, terá capital verde e para isso precisa de tecnologia. Não precisamos ser a nação mais rica do mundo, tipo um novo Japão. Basta termos qualidade de vida e sustentabilidade ambiental.

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    4. Nesse momento, precisamos é de geração de emprego, benefícios assistenciais que proporcionem dignidade à população, mais educação com melhor qualidade, investimentos na infraestrutura, inclusive trens de alta velocidade, promoção do turismo, cuidado com a Amazônia, Cerrado, Pantanal, regiões costeiras, além da Mata Atlântica.

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