Fez bem o chamado "Grupo de Lima" ao condenar as eleições presidenciais na Venezuela. Para os 14 países que o compõem, incluindo o Brasil e a Argentina, o pleito não foi legítimo e, por isso, irão convocar os seus embaixadores.
Verdade seja dita que a Venezuela já deixou de ser uma democracia faz tempo. Eu diria que, antes mesmo de Maduro assumir, quando Hugo Chavez estava no comando do governo, a democracia deles já se encontrava em processo de desconstrução. Só que, nos últimos anos, a situação piorou ainda mais.
Quanto às eleições de domingo (20/05), houve fundadas denúncias de fraude, boicote da oposição e uma alta abstenção. O presidente foi reeleito com 67,7% dos votos (menos de 6 milhões) aos 92,6% das urnas apuradas, porém a participação foi uma das mais baixas da história venezuelana. Ou seja, apenas 46% do eleitorado e um total de 8,6 milhões de votos.
Em nota, os 14 Estados que fazem parte do Grupo de Lima disseram que irão "reduzir o nível de suas relações diplomáticas com a Venezuela", o que se faz necessário para se cortar a sustentação econômica de um bruto regime ditatorial que hoje caminha na contramão do próprio mundo socialista. Isto porque até Cuba e Coréia do Norte agora se mostram dispostas a um diálogo enquanto só o país vizinho está interessado em repetir aquilo que não deu certo em lugar algum do planeta nos últimos 100 anos.
Como nem sempre conseguimos frear a estupidez de certas bestas humanas, considero que a Organização dos Estados Americanos (OEA) precisa tomar uma atitude. Até porque o problema na Venezuela está atingindo a todos nós na América do Sul causando uma crise humanitária próximo às fronteiras que temos no estado de Roraima. Pois, como reconhecido pelo Grupo de Lima, cuida-se de algo que "se reflete na migração em massa de venezuelanos que chegam a nossos países em condições difíceis".
Assim, mais do que nunca, quem mais tem sofrido é a população da Venezuela que, como foi exposto, não apoia esse ditador. Porém, acolher os refugiados que cruzam as nossas fronteiras constitui um dever ético de todas as nações sulamericanas e que podem, proporcionalmente entre si, suportar esse ônus. Afinal, precisamos ser solidários com as nações irmãs e cabe à OAE liderar esse papel. Inclusive contando com uma ajuda ativa dos Estados Unidos.
Ótima segunda-feira a todos!
OBS: Imagem acima extraída da página de Nicolás Maduro no Facebook.
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