"Por isso deixai a mentira, e falai a verdade cada um com o seu próximo" (Efésios 4:25a)
Ontem (01º/04/2014) foi comemorado o "dia da mentira", o qual, embora longe de virar mais um feriado, sempre trás a tona algum debate e também aquelas velhas pegadinhas entre amigos, muitas das vezes indispensáveis para elevar o humor nos ambientes de convivência.
Embora considere tolerável contar mentiras de brincadeira, desde que sejam obviamente de leve impacto, devemos sempre lembrar que a pior coisa seria alguém viver na mentira. Pois tal comportamento é capaz de bloquear o nosso desenvolvimento espiritual impedindo que enfrentemos (ou entendamos) certos sentimentos capazes de escravizar nossas escolhas. Daí ser possível estabelecer uma ligação forte entre o medo e a inverdade.
Neste domingo passado (30/03), estava eu a conversar com um casal na praia de Muriqui e abordamos o assunto da honestidade por ser vista como "coisa rara hoje em dia" já que muitos enganam seu próximo para se dar bem, conforme o imediatismo em que vivem. Na minha resposta, mesmo defendendo o ideal elevado do comportamento íntegro, busquei ao mesmo tempo ser compreensível com os que ainda se utilizam do recurso da mentira, recordando-me de que eu mesmo, em outras épocas, tinha uma enorme dificuldade de superação nessa área.
Mas qual deve ser a motivação para alguém não mentir e agir corretamente? Seria o medo de um castigo humano ou divino? A vergonha por ser descoberto? Ou uma questão de maturidade pessoal?
Sem dúvidas, elejo a maturidade como a justificável motivação que deve caracterizar as nossas escolhas porque é a busca da justiça e da santidade que nos faz realmente felizes. Pois não faz sentido pra mim obter determinadas conquistas trapaceando prejudicialmente outras pessoas. Mesmo se ficasse bilionário como o Bill Gates, não me faria bem saber que fui dominado pela cobiça e que, devido a isso, causei mais mal a este mundo já tão devastado pelas ações humanas.
Entre os advogados chega a ser conflituoso exercer a profissão sem mentir, mas creio que é possível defender com integridade um cliente acusado da prática de qualquer delito. Como se sabe, não cabe ao causídico entregá-lo e sim agir parcialmente em favor do assistido. Quem tem que fazer prova dos fatos seriam a Polícia e o Ministério Público! Porém, pode-se buscar na apresentação da defesa os caminhos corretos, tipo recursar-se a colocar a cupa em outra pessoa ou jamais criar provas falsas com a finalidade de induzir em erro o julgador. Basta ao profissional agir conforme os recursos disponibilizados pela legislação do país.
Uma ótima quarta-feira a todos!
OBS: A ilustração acima trata-se da obra Pinocchio (1883) do artista Enrico Mazzanti (1852-1910), conforme extraído do acervo virtual da Wikipédia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Pinocchio.jpg
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