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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Movimento Antinuclear

"Podemos desacelerar a sexta extinção em massa já que somos seus principais causadores? Podemos e devemos. Um bom sinal é que estamos despertando a consciência de nossas origens há 13,7 bilhões de anos e de nossa responsabilidade pelo futuro da vida. É o universo que suscita tudo isso em nós porque está a nosso favor e não contra nós. Mas ele pede a nossa cooperação já que somos os maiores causadores de tantos danos. Agora é a hora de despertar enquanto há tempo." (Leonardo Boff)


Um ano após o desastre nuclear de Fukushima, ambientalistas decidem promover um protesto mundial em vários países, inclusive aqui no Brasil onde já existem três usinas atômicas situadas no município fluminense de Angra dos Reis.

Acho importante apoiarmos iniciativas como esta da Articulação Antinuclear Brasileira que, em 11/03/2012, pretende organizar um movimento em Angra dos Reis e em outras quatro capitais brasileiras:


- Corrente Humana de São Paulo; Avenida Paulista - Vão do MASP; Horário: a partir das 09:30; Contato: http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br ; https://twitter.com/brasil_ccun ; http://antinuclearbr.blogspot.com/ ; http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br/contato/ ; antinuclearmovimento@gmail.com ;

- Corrente Humana de Rio de Janeiro; Praia de Ipanema, Posto 9; Horário: a partir das 09:30; Contato: http://www.facebook.com/groups/iniciativapopularantinuclear/ ; http://twitter.com/antinuclearbr ; http://antinuclearbr.blogspot.com/ ; antinuclearmovimento@gmail.com ; http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br ; https://twitter.com/brasil_ccun ; http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br/contato/ ; correnteantinuclear@gmail.com ;

- Corrente Humana com Velas em Angra dos Reis. Vigília durante toda a noite nas Usinas Nucleares Angra 1 e 2, a partir das 21:00h do Sábado 10 de março. Ao amanhecer do Sol, Domingo 11 de março, uma barcaça será colocada ao mar, em homenagem às vítimas de Fukushima, na Vila Histórica de Mambucaba, a uma distância de 5 Km das Usinas Nucleares; Contato: sape.angra@gmail.com ; sape.angra@terra.com.br ; https://www.facebook.com/sape.angra ; http://antinuclearbr.blogspot.com/ ; antinuclearmovimento@gmail.com ; http://www.sapeangra.blogspot.com/ ; http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br ; https://twitter.com/brasil_ccun ; http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br/contato/ ;

- Corrente Humana de Porto Alegre, no Parque da Redenção; Horário: a partir das 09:30; Contato: http://antinuclearbr.blogspot.com/ ; antinuclearmovimento@gmail.com ;
http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br ; https://twitter.com/brasil_ccun ; http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br/contato/ ; correnteantinuclear@gmail.com ; http://www.facebook.com/groups/iniciativapopularantinuclear/ ;

- Corrente Humana de Manaus, no Parque dos Bilhares; Horário: a partir das 09:30; Contato: http://antinuclearbr.blogspot.com/ ; antinuclearmovimento@gmail.com ; http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br ; https://twitter.com/brasil_ccun ; http://www.brasilcontrausinanuclear.com.br/contato/ ; correnteantinuclear@gmail.com ; http://www.facebook.com/groups/iniciativapopularantinuclear/ ;


Verdade é que os moradores das duas maiores metrópoles do país dormem todas as noites com três bombas atômicas no "quintal" de suas casas. E mais ainda estão expostos os cidadãos de Angra dos Reis e municípios próximos ou adjacentes como Paraty, Mangaratiba, Lídice ou Rio Claro. Estes vivem como se estivessem com um detonador "debaixo da cama".

Embora sejam raros os acidentes nucleares de grandes proporções, sabemos que eles ocorrem e o desastre de Fukushima, ocorrido em março de 2011, mostrou-nos mais uma vez que o risco é real e os seus resultados são potencialmente devastadores. Tanto para o meio ambiente quanto para as vidas humanas. Então, por que continuarmos alimentando estas fontes perigosas de geração de energia elétrica?

Compartilho com todos estas informações acerca do protesto de 11/03 para que, caso nem todos estejamos presentes fisicamente, ao menos possamos nos unir em espírito e em propósito com os manifestantes, dando de algum jeito um apoio a esta relevante causa de interesse global.

A saúde do planeta depende de todos nós!


MANIFESTO DA ARTICULAÇÃO ANTINUCLEAR BRASILEIRA

Nós, organizações da sociedade civil, movimentos sociais e pesquisadores, abaixo-assinados, mobilizados pelo grave acidente nuclear de Fukushima, declaramos nossa firme oposição à retomada do Programa Nuclear Brasileiro, pelas seguintes razões:

A energia nuclear é suja, insegura e cara. O ciclo do nuclear – da mineração do urânio, ao problema insolúvel da destinação do lixo radioativo – revela-se insustentável do ponto de vista social, ambiental e econômico.

A usina nuclear é uma falsa solução para evitar o aquecimento global. Como os reatores não emitem gás carbônico (CO2) – o principal dos gases do efeito estufa – os defensores desta energia tentam convencer a sociedade que ela é limpa e segura. Não é limpa, de forma alguma, pois o ciclo de produção de seu combustível – que começa com a mineração do urânio e termina no descomissionamento das instalações – apresenta relevantes e cada vez maiores emissões de gases de efeito estufa.

Há suficiente produção de energia no Brasil, porém mal distribuída. Atualmente o consumo se concentra em seis setores da indústria: siderurgia, cimento, papel e celulose, alumínio, petroquímica e ferro-liga, atividades que respondem por 30% da demanda de energia no país. Só o consumo anual da indústria de alumínio é equivalente a duas vezes o total da energia produzida por Angra 2.

Não existe lugar apropriado para confinar o lixo nuclear em nenhuma parte do mundo. Rechaçamos qualquer política energética que ameace as gerações presentes e futuras.

O manejo e transporte de substâncias radioativas pelas precárias estradas e portos brasileiros é inseguro e coloca em risco cidades vizinhas das rodovias e portos, bem como moradores de grandes cidades como Rio de Janeiro e Salvador.

A geração de energia nuclear é caríssima. E o custo para o encerramento adequado das atividades das usinas antigas é altíssimo, o que torna irracional, em termos financeiros, o investimento neste tipo de energia.

A energia nuclear representa menos de 2% da matriz energética brasileira. Investindo-se em eficiência energética é perfeitamente possível dar fim a essa produção, sem ônus para o contribuinte e para a geração de energia.

A energia nuclear é perigosa para a humanidade, pois seu sub-produto pode ser usado para produzir armas atômicas. Cada instalação nuclear é uma ameaça em caso de acidente, atentado ou guerra.

Não há transparência ou participação popular no acesso à informações sobre o ciclo da energia nuclear. Sob o falso argumento do “segredo militar”, alimenta-se a desinformação da população sobre um assunto que diz respeito à sua vida e segurança.

Os acidentes nucleares de Three Miles Island, Chernobyl, Goiânia e Fukushima revelam que as normas nacionais e internacionais de segurança não são cumpridas. Em Goiânia (1987), 19g de Césio abandonado irregularmente num hospital desativado causou a morte de 4 pessoas, a contaminação direta e indireta de milhares de pessoas e gerou mais de 6.000 toneladas de lixo radioativo.

A mineração em Caetité, recordista em acidentes e multas ambientais (não pagas) na Bahia, vem contaminando a água no entorno da mina, ameaçando a integridade ambiental, a segurança alimentar e a saúde da população. Há suspeita de ter contaminado seus trabalhadores.

Nas duas usinas de Angra dos Reis, onde há um histórico de acidentes e interrupções de funcionamento por problemas técnicos (inclusive com a contaminação de empregados), não existe um plano - sério e crível - de evacuação da população, em caso de emergência.

Os reatores não sofreram significativas alterações ou inovações tecnológicas que garantam a sua total segurança, continuando a apresentar riscos sérios, inerentes à manipulação do átomo.

Por estes motivos, reivindicamos:

01. O fim do Programa Nuclear Brasileiro;

02. O cancelamento da construção da Usina de Angra 3;

03. O cancelamento dos planos de construção de novas usinas nucleares no país;

04. O fim da mineração e do processamento de urânio, em todas suas modalidades;

05. Resolução imediata para os danos sociais e ambientais das localidades onde houve exploração de urânio ou instalação de depósitos de material radioativo, bem como justa indenização para seus habitantes e trabalhadores de instalações nucleares;

06. Desativação das usinas de Angra 1 e 2;

07. Participação da sociedade civil em todos os processos de tomada de decisão relativos à indústria nuclear e amplo debate público sobre energia nuclear;

08. Separação imediata entre fiscalização e operação/fomento e criação de um órgão especializado em segurança nuclear e radiológica;

09. Fomento a uma política energética baseada na descentralização da geração de energia, eficiência energética e utilização de fontes limpas, renováveis, e sócio ambientalmente corretas;

10. Reconhecimento público dos direitos dos atingidos direta e indiretamente pela contaminação radioativa, com indenização e assistência integral à saúde;

11. Aprovação das iniciativas legislativas de regulamentação da produção e comercialização de energias limpas e renováveis;

12. Efetiva democratização, transparência e desenvolvimento do debate público sobre as informações referentes às atividades nucleares no Brasil, especialmente sobre os sinistros e impactos sobre o meio ambiente e a saúde da população.

Junho de 2011



OBS: As informações sobre o protesto e o manifesto foram encontradas no blogue http://antinuclearbr.blogspot.com/.
Quanto à imagem acima, eu a extraí da página da Eletronuclear http://www.eletronuclear.gov.br/AEmpresa/CentralNuclear/Angra3.aspx

4 comentários:

  1. Concordo que o caso merece atenção total, mas a pergunta é: Como fazer para gerar energia a curto prazo de modo eficiente e que custe pouco aos cofres públicos?

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  2. Olá, Franklin.

    Eu acredito nas fontes alternativas e renováveis de energia que são bem mais baratas do que as usinas atômicas. Neste sentido, faço minhas as colocações do Greenpeace:


    "A geração de energia a partir de combustível nuclear representa um grande perigo para as pessoas e o ambiente. Ela demanda maior investimento público e gera mais poluentes quando comparada às energias renováveis. Ressuscitar o Programa Nuclear Brasileiro é um retrocesso.

    Produzir energia nuclear continua sendo um problema. Anualmente, diversos acidentes são registrados ao redor do mundo. Desde a extração, até o transporte e descarte do material radioativo, a população está exposta aos riscos de doenças fatais.

    Investir em tecnologia nuclear para a geração de energia é perigoso, piora o cenário de aquecimento global e joga na privada o dinheiro dos contribuintes.

    (...)

    Estudo de 2006 da Universidade de São Paulo (USP) revela que serão necessários R$9,5 bilhões e mais seis anos para a finalização de Angra 3. Com um investimento menor, de R$7,2 bilhões, seria possível construir um parque eólico com o dobro da capacidade de Angra 3, ou seja, 2.700 MW, em dois anos – sem produzir lixo radioativo, sem o perigo de contaminação e com as emissões de gases estufa quase zeradas."

    (http://www.greenpeace.org/brasil/pt/O-que-fazemos/Nuclear/)

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  3. Em tempo!

    Segue aí uma exposição mais aprofundada da ONG Greenpeace sobre a questão nuclear brasileira:

    http://www.greenpeace.org/brasil/Global/brasil/report/2008/3/elefante-branco-o-verdadeiro.pdf

    Abraços.

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  4. Em tempo 2!

    Para melhor informar os leitores do blogue, acrescentei acima o "MANIFESTO DA ARTICULAÇÃO ANTINUCLEAR BRASILEIRA".

    Que tenhamos um mundo livre das usinas atômicas!

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