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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O que você entende por salvação?

Olá, amigos! Gostaria de compartilhar uns pensamentos meus aqui.

Acredito em salvação num amplo e talvez num "duplo" sentido. Tanto no "presente" quanto em relação ao "futuro", se é que o tempo de fato existe.

Somos ensinados por Jesus a sermos salvos das doenças, das emoções negativas e de todo comportamento vil, assim como somos salvos da morte física através da percepção da vida que é eterna. E, sob certo aspecto, somos salvos das nossas ficções também.

Por outro lado, esta salvação se dá tanto individualmente quanto no aspecto coletivo. Pois eu entendo que o Reino de Deus não seria numa segunda Terra e muito menos num novo Universo visível, mas sim neste mesmo planeta transformado. Ou seja, imagino a humanidade com o seu modo de pensar modificado, aprendendo a lidar melhor com o seu lado mau.

Pra mim, um fim de mundo tal como ocorre nas sensacionalistas interpretações do Apocalipse, a exemplo do livro "Deixados para trás", com arrebatamentos de pessoas, vinda do anticristo, marcação das mãos e testas dos incrédulos com o 666 e perseguição aos crentes que restarem por um governo mundial até que Jesus volte sobre as nuvens montado num cavalo branco parecem mais paranoias humanas integrantes de uma absurda teologia do medo e que ajuda a movimentar uma rentável indústria literária nos meios eclesiástico e secular.

Cada vez mais tenho percebido que a manifestação do Reino de Deus se dará imperceptivelmente aos olhos humanos até que o mundo realmente compreenda o amor ensinado pelo Messias que eu creio ser Jesus e também todos os que alcançam a consciência messiânica. E, quando houver um número bem representativo de pessoas praticando o amor, nossa atmosfera espiritual vai mudar, o que não significa perfeição total. Talvez, neste tempo, o homem estará respeitando melhor a natureza, o seu próximo e compreendendo que a sua sobrevivência e bem estar dependem também da felicidade de todos, bem como de se liberar graciosamente o perdão.

Todavia, o Reino não se restringe à fisicalidade ou à chegada desta era de amor e paz. Pois, como fica o destino das pessoas "mortas" e que continuarão a "morrer"? É aí que entra a inteligência espiritual em que aprendemos a lidar com a nossa inevitável dessoma e com a ausência dos entes queridos, coisa que o materialismo é incapaz de proporcionar.

É possível que, no futuro glorioso da humanidade, a concepção de morte (não a desencarnação) deixe de existir e ninguém fique mais excessivamente preocupado com o amanhã. Porém, quem deixar o mundo físico, continuará amparado por Deus e participando da comunidade dos justos, conforme acredito que sempre ocorreu. E daí a importância da mensagem do Evangelho ser aplicada aos que estão nesta vida, para sermos salvos do presente século e da concepção equivocada sobre a morte, não de uma fictícia ameaça de castigo para quem não concordar com o pacote de crenças oferecido pelas empresas religiosas que se autodenominam "igrejas".

Paz!


OBS: A imagem acima trata-se de uma obra do pintor alemão Hans Memling, que viveu no século XV, sendo bem de domínio público e foi extraída da Wikipédia em http://en.wikipedia.org/wiki/File:MemlingJudgmentCenter-crop.jpg

6 comentários:

  1. Rodrigo

    Gostaria de repetir aqui um comentário que fiz sobre um texto de Franklin, "O EVANGELHO QUE NÃO É O DO MEIO", lá no blog "Caminhos da Teologia " do Edu, que creio tem a ver com o tema postado por você:


    Entendo que os conceitos salvação, condenação eterna e vida eterna no MEIO evangélico (que mais atrapalham que ajudam) têm que ser revistos, repensados e reinterpretados, para que, enfim, venha reinar o milênio de paz entre os povos e entre os deuses.

    Aí então, quando chegar esse milênio, todos compreenderão que o RE-LIGARE é um sentimento universal presente em todo ser humano. Todos verão que não mais necessitarão de trocar de IDOLOS.

    Abraços,

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  2. Ou, em outras palavras, todos verão que não precisarão mais de ídolos. Não seria melhor assim?

    Pois, no meu ponto de vista, este universalismo só deve ocorrer quando toda a humanidade compreender que o Eterno é um. Não será a concepção de divindade da religião A, B ou C. Nem do povo D, E ou F. Ou tão pouco do fulano ou do siclano.

    Mas como que alcançarmos a compreensão de que "o RE-LIGARE é um sentimento universal presente em todo ser humano"?

    Eis aí o grande desafio porque envolve diversas questões que vão além da simples percepção do olhar humano, visto que o sectarismo envolve ambições financeiras, vaidades, fobias, ilusões fantasiosas alimentadas por cada um, tradições culturais arraigadas, moralismos, dependências assistenciais, proselitismos, doutrinas, peconceitos e emocionalismos.

    A questão da fobia para os evangélicos, por exemplo, é uma enorme barreira visto que o medo é um dos instrumentos utilizados por muitos pastores como ferramenta da lavagem cerebral. Alimenta-se em várias igrejas o medo do inferno e que muitas das vezes está relacionado a sentimentos de culpa, causando hipertrofia intelectual, repressão sexual e serve principalmente para satisfazer a arrogância ou justificar a pretensa superioridade dos líderes religiosos.

    O mesmo ocorre em certa medida no catolicismo, assim como no islamismo e em outras tradições não monoteístas.

    Acredito, amigo Levi, que a racionalidade com aplicação da lógica e esclarecimento, o incentivo à autopesquisa com aberturas à refutação, a promoção da autonomia de cada consciência sem dependência de líderes ou de textos sagrados, a reciclagem consciencial com um apurado autoexame de nós mesmos capaz de nos levar a assumir nossas responsabilidade de uma maneira madura, juntamente com o desenvolvimento da democracia e da liberdade de pensar, talvez um dia as religiões comecem a se entender.

    Abraços.

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  3. Rodrigo,

    Você disse:

    "Pois, no meu ponto de vista, este universalismo só deve ocorrer quando toda a humanidade compreender que o Eterno é um. Não será a concepção de divindade da religião A, B ou C. Nem do povo D, E ou F. Ou tão pouco do fulano ou do siclano."

    E a sua resposta a compreensão do re-ligare foi perfeita.

    Gosto muito de ler Boff. Inclusive tenho um texto no meu blog “cristianismo fora do cristianismo” onde indiretamente abordamos esta questão.

    Boff, afirma Rodrigo, que todas as religiões são caminhos ordinários pelas quais o homem se dirige a Deus e também O experimenta e recebe dEle revelações. Porém é com ressalvas que ele faz essa confissão. Segundo ele, todas as religiões são respostas do homem a proposta de Deus. Contudo estas podem conter erros e interpretações inadequadas à proposta de Deus. Aí é que entra a polêmica; pois ele deixa claro sua convicção de que na “religião cristã” que o homem encontra a totalidade dos meios de salvação.

    Abraços!

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  4. Também gosto do Boff e também concordo "que todas as religiões são caminhos ordinários pelas quais o homem se dirige a Deus e também O experimenta e recebe dEle revelações".

    Entretanto sobre ser na "religião cristã" onde "o homem encontra a totalidade dos meios de salvação" eu discordo frontalmente. Ainda mais se falarmos neste cristianismo grego e fraudulento. Mas não vou entrar neste mérito, ressaltando apenas que Yeshua (Jesus) não foi cristão e sim judeu.

    Embora eu entenda que haja uma especial revelação para a humandiade através dos judeus e de Yeshua, penso que o Evangelho por ele semeado não seja obra pronta e acabada. Aliás, foi a semente de um grão de mostarda e que, deste modo, cabe a nós completarmos sua obra na Terra, sendo certo que obras maiores ainda poderão ser feitas por quem se dispuser a cumprir a vontade de Deus.

    Paz!

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  5. Rodrigão, também entendo que "o Reino de Deus não seria numa segunda Terra e muito menos num novo Universo visível, mas sim neste mesmo planeta transformado", pois afinal de contas Deus viu que tudo que havia feito era bom.

    Particularmente tenho vertigem de altura, por isso a idéia de morar no céu e ser arrebatado me causa fobia e taquicardia!!! rsrsrs

    Se a escolha de moradia eterna tiver opções, prefiro optar por esse planeta mesmo perto de uma boa praia com um quiosque onde se possa fazer um churrasco santo e um pagode sacro!!! rsrsrs

    Desculpe, mais vc já me conhece e sabe que meu sobrenome é "sarro".

    Um abraço e mil desculpas sem arrendimento pelo escrito! rsrsrs

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  6. Meu amigo Franklin,

    Gostei!

    Acho que também prefiro um "céu" com uma praia rodeada por montanhas, mais rios e cachoeiras. Serra e mar juntos, tal como é a paisagem do sul do RJ e litoral norte de SP.

    Um "céu" onde possamos conviver harmonicamente com tudo de bom que Deus fez, sendo que tudo é bom: praias, rios, montanhas, florestas, desertos, calotas polares, pessoas, animais e até o pagode. E por que não uma boa cerveja gelada e que desce redondina (não precisa ser Skol)?

    Valeu!

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