Gosto muito de entrar em discussões na internet que falam sobre história, política, filosofia e teologia. Tem vezes que fico horas debatendo sobre tais assuntos e, frequentemente, acabo transformando minhas ideias em textos que compartilho no meu blog.
A busca do conhecimento pra mim é algo delicioso e não nego que às vezes chego a ficar meio que embriagado com esta “cachaça intelectual”, a qual considero como uma opção melhor do que sofrer pelos decepcionantes jogos do Flamengo em 2010. E não condeno quem goste de Copa do Mundo, novelas, filmes, Ratinho ou da "Dança dos Famosos" no programa do Faustão. Cada um descobre sua própria diversão.
Entretanto, quando passo bastante tempo debatendo a respeito dos citados temas, tem horas que me sinto confrontado com a angustiosa situação presente. Pergunto a mim mesmo o que tenho feito diante de tanta miséria, violência e falta de assistência social? Qual a minha postura quando vejo meu semelhante precisando de algum tipo de ajuda?
Penso que posso fazer uma coisa sem deixar de lado a outra.
Também sou um ativista social, mas, ao mesmo tempo, me interesso pela investigação histórica, por filosofia e por teologia. Não me considero um ativista nota 10, nem o melhor filantropo ou o marido mais dedicado do mundo. Conforme meu interesse e possibilidade, tenho denunciado os absurdos do SUS e da Unimed aqui em minha cidade. Frequentemente faço minhas representações ao Ministério Público, denunciando as irregularidades e desrespeitos que são praticados contra os interesses coletivos. Ter adquirido conhecimentos ao longo dos anos, ajuda-me a olhar para o caótico sistema de saúde e compreender melhor suas falhas, entender que o médico que atende aos idosos que ficam desde madrugada nas filas não está prestando nenhum favor e sim efetivando o dever estatal previsto no art. 196 da nossa Constituição Federal.
Contudo, atuo como militante político há bastante tempo e a conclusão que chego hoje é que, apesar das lutas coletivas nas quais me envolvo, nada se compara ao bem que podemos fazer pessoalmente a alguém. É dando uma atenção especial a cada pessoa, ouvindo-a e compreendendo sua situação que realmente podemos manifestar amor. Aí nenhum programa social do governo ou de ONGs substitui a prática do amor agape que encontramos muito bem registrado em Jesus lendo o Evangelho de João, quando o Senhor conversa com a mulher samaritana junto ao poço de Jacó, curando o desamparado paralítico do tanque de Betesda, amando Marta e Maria pela morte de Lázaro a ponto de gemer e chorar (o versículo mais curto da Bíblia é "Jesus chorou") e depois morrendo numa cruz para redimir toda a humanidade de seus pecados.
Se o planeta anda desse jeito não é apenas porque faltam políticas públicas eficientes, pois estas sempre existiram (mesmo quando há omissão) e são direcionadas para o interesse dos que comandam o poder. Mas eu digo que o problema do sofrimento humano está ligado á falta de amor, o qual não é um sentimento e sim um comportamento que escolhemos. Neste sentido cito o apóstolo Paulo na sua brilhante carta aos Coríntios:
Passo agora a mostrar-lhes um caminho ainda mais excelente. Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine. Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei. Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me valerá. O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha. Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará. Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos; quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá. Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino. Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido. Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor. (1Co 12.b-13.13; NVI)
Lendo o texto acima, percebo que o amor está acima das obras assistenciais, sejam elas filantrópicas ou políticas públicas, bem como supera qualquer tipo de conhecimento, os serviços prestados numa comunidade eclesiástica, a própria fé e até mesmo uma atitude de auto-sacrifício. É algo que ainda não tenho suficientemente na minha vida, mas que desejo aprender e para isto não vejo outro meio senão tentar aceitar e praticar o amor.
Mas como amaremos o próximo se não permitimos ser amados por Deus? Num mundo sem amor, como foi no primeiro século com injustiças não muito diferentes do que na atualidade, Deus manifestou todo o seu amor, dando seu único Filho para sofrer em nosso lugar a pena do pecado. Quando Jesus foi crucificado, era por nós homens pecadores, adúlteros, egoístas, omissos, blasfemos, homicidas e ladrões que ele estava sendo morto afim de que, uma vez cumprida a nossa sentença de morte, pudéssemos viver sem culpa para retribuir tão grande amor fazendo o bem ao nosso semelhante.
Que sejamos felizes olhando para Cristo, pois é apenas ele quem pode nos mostrar o imenso amor de Deus.
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