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quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Vai uma cloroquina aí, freguês?

Ou que tal rirmos para não chorar?!

Pois é. Essa imagem ao lado de um camelô nos trens da SuperVia, no Rio de Janeiro, vendendo remédios ao invés de balas, tem circulado pela internet e, certamente, entrará para a história, quando nossos netos e bisnetos forem estudar o início dos anos 20 em seus e-books escolares. 

Trata-se de um claro retrato do abandono do povo brasileiro em plena pandemia, em que pessoas recorrem à automedicação, sem apresentar receita médica, baseando-se nos protocolos que são divulgados pelos usuários leigos do WhatsApp, sem terem acesso a um atendimento decente na rede pública de saúde, uma vez que costumam faltar testes nos hospitais e unidades de pronto-atendimento próximas onde o cidadão humilde mora. 

Assustadoramente, pessoas têm tido que sair para trabalhar estando infectadas e, se os sintomas da "gripezinha", como disse o presidente, logo se apresentam, o jeito acaba sendo comprar uma cloroquina ou outra droga com o ambulante, o qual, por sua vez, tenta sobreviver como pode diante da falta de emprego e de uma assistência governamental que seja suficiente para suprir todas as necessidades de uma família. 

Assim caminha o nosso país que, de acordo com os números de falecimentos diários divulgados pela mídia, poderá chorar 100 mil mortos por COVID-19 já no próximo final de semana. Isto sem contar os óbitos causados pelo coronavírus até hoje desconhecidos, considerando as subnoficações que são muitas. 

Triste a nossa situação e o mundo lá fora sente pena do Brasil. Porém, ainda somos um povo que aprendeu a rir da própria tragédia...

OBS: É possível que essa "árvore" de medicamentos pendurada tenha sido uma montagem, mas o medicamento na mão da moça, à direita, parece-me real. Mas quer tenha sido uma imagem hiperbolicamente editada ou não, ela retrata a nossa infeliz realidade.

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