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sexta-feira, 15 de março de 2019

Meu repúdio a qualquer tipo de terrorismo e violência



Engana-se quem pensa que apenas muçulmanos sejam terroristas porque esse delito hediondo encontra-se presente em todas as culturas. Inclusive na nossa cuja base religiosa é o cristianismo, visto que é um comportamento violento do ser humano.

Confesso estar perplexo com a recente notícia dos ataques a duas mesquitas na Nova Zelândia e que deixou um rastro de quase  50 mortes. Trata-se de um lugar pacífico do globo terrestre, mas que teve em sua sociedade a ação de quatro criminosos (três homens e uma mulher) que promoveram essa matança que chocou o planeta. Aliás, como bem lamentou a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, tratou-se de "um ato de violência sem precedentes" e disse ser esse "um dos dias mais sombrios e sangrentos da história do país".

Segundo o jornal "The Guardian", Brenton Tarrant, um dos suspeitos de ser o autor de um dos ataques, teria deixado um manifesto em que afirma ter 28 anos, ser australiano, defensor da ideologia de extrema-direita e anti-imigração. Tal documento de 74 páginas faz menção a genocídio promovido por brancos e possui uma lista com vários objetivos, incluindo a criação de "uma atmosfera de medo" contra os muçulmanos.

Felizmente, no Brasil, ainda não temos esse tipo de terrorismo étnico ou religioso, muito embora, na atualidade, vários conflitos andam ocorrendo aqui a exemplo da hostilidade que refugiados venezuelanos têm sofrido em Roraima. E, se não mudarmos a nossa realidade, em breve esse tipo de intolerância irá encontrar um terreno fértil por aqui. Ainda mais com um presidente da República que parece desprezar os direitos humanos.

Recordo que, nos meus tempos de infância e de adolescente (até meados dos anos 90), a violência no Brasil estava mais relacionada às questões sociais, ao crime organizado e à truculência policial em comunidades carentes como ainda é. E, mesmo assim, o quantitativo dos homicídios era numa proporção bem menor, assim como a letalidade das armas usadas pelos bandidos.

Esta semana, na cidade de Suzano (SP), foi amplamente noticiado pela mídia que um adolescente e um homem encapuzados atacaram uma escola e mataram sete pessoas, sendo cinco alunos e duas funcionárias do colégio. Em seguida, um dos assassinos atirou no comparsa e, então, se suicidou. Pouco antes do massacre, a dupla havia matado o proprietário de uma loja da região:

"Os assassinos – Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 – eram ex-alunos do colégio. A investigação aponta que, depois do ataque, ainda dentro da escola, Guilherme matou Henrique e, em seguida, se suicidou. A polícia diz que os dois tinham um "pacto" segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam. Cinco dos mortos são alunos do ensino médio, com idade entre 15 e 17 anos, de acordo com o secretário de Segurança Pública de SP. Entre as vítimas, há ainda duas funcionárias do colégio, uma delas a coordenadora. O dono de uma locadora de veículos próximo ao local, que era tio de um dos assassinos, foi morto pouco antes do ataque. Também há registro de 11 feridos." (Extraído de https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2019/03/13/tiros-deixam-feridos-em-escola-de-suzano.ghtml

Ora, ainda que o crime tenha sido cometido sem motivações política, religiosa ou racial, não poderíamos considerar o episódio como algo semelhante ao terrorismo?

Diante de tudo isso que vem acontecendo no mundo, vejo o quanto o nosso ambiente social tem adoecido e se tornado propício para o aumento da frequência de novos massacres uma vez que as pessoas têm se embrutecido e ficando cada vez mais ignorantes. Por isso, com menos racionalidade e preferindo ter uma visão tosca da vida, novos assassinos vão sendo formados, quer sejam brasileiros, norte-americanos, árabes, europeus, africanos, asiáticos, cristãos, muçulmanos, judeus, budistas, hindus, ateus, etc.

Apesar de estarmos vivendo dias muito difíceis, não podemos perder as esperanças de um futuro melhor. Por isso, soluções precisam ser pensadas, dente elas políticas públicas que promovam mais apoio na área de saúde mental e a criação de uma cultura de paz em que a solução de conflitos seja buscada em todos os aspectos.

Ótimo final de semana a todos!

OBS: Com informações do portal G1 e agências de notícias

4 comentários:

  1. Olá, Rodrigo!

    Não entendo o k pensam as mentes desses assassinos, não entendo!
    Seu texto, sua análise estão excelentes e dá pra pensar ainda mais.

    Não sei, tenho dúvidas, que essas pessoas tenham problemas mentais, no verdadeiro sentido da palavra, pois tudo é organizado e combinado antes, e depois é só passar aos atos.

    Repare, Rodrigo, é sempre o sexo masculino a fazer desse tipo de coisas? Mas o k se passará no e com o cérebro masculino? Tanta maldade! Porquê? Mera coincidência, não pode ser. Desde os primórdios, k o homem, o macho, sempre faz esse tipo de crime e outros.

    Cultura da Paz, ah, isso não vai dar em nada, em minha opinião, e gostaria de estar enganada.

    Em Paris, e aproveitando as reivindicações dos coletes amarelos, grupos destroem "tudo" por onde passam. Macron não pode continuar com aquela "lengalenga" de fraternidade, igualdade e liberdade. Há k tomar sérias mto concretas e duras.

    Beijos e boa semana. E Núbia?

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    1. Olá, CEU

      Obrigado por sua leitura e comentários.

      Realmente fez uma boa observação pois, em geral, são os homens e dificilmente as mulheres que praticam atos violentos. Vejo isso não como instinto e sim cultural. Porém, essa tao sonhada cultura de paz levará muito tempo para ser construída e requer educação, consciência e a formação de um ambiente social sadio. E aí penso que quando abraçamos a ideia de um futuro inclusivo e de compreensão sobre o agir dos outros, podemos incentivar uma outra postura.

      Estudando o caso da Nova Zelândia, vejo ali uma sociedade bem mais saudável que muitas,porém houve um pequeno grupo de extremistas que preferiu cultivar o ódio e a irracionalidade, vendo os imigrantes muçulmanos como ameaças a eles e achando que o extermínio seria a solução. Porém, há que se buscar justamente uma redução da desigualdade entre as regiões do mundo para que os movimentos migratórios se reduzam.

      Quanto a Paris, sou favorável que lá os manifestantes sejam respeitados, embora a atitude de alguém destruir tudo por onde passa não seja correta.

      Núbia vai bem, dentro das condições dela, embora não esteja escrevendo ultimamente em seu blogue.

      Beijos e um excelente final de semana.

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  2. Abomino o terrorismo. Como é possível se matar outro ser humano(s) só por convicções religiosas?
    Aquele que agora matou 50 pessoas ainda vai comer à conta dos impostos das famílias dos que matou a sangue frio. Não consigo tolerar isto.
    .
    Abraço

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    1. Boa noite, Nuno.

      Realmente é espantoso esse outro lado do ser humano em suas atitudes de intolerância e violência.

      De fato, como não podemos ter outras penas e nem acho possível algo mais severo que a prisão dentro do Estado Democrático de Direito, teremos que nos contentar com a prisão desses terroristas.

      Forte abraço e volte sempre.

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