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terça-feira, 7 de agosto de 2018

Uma eleição com um número bem elevado de candidaturas



Desde as eleições presidenciais de 1989 que o Brasil nunca mais teve tantos candidatos à cadeira número um do país. Pois, com o encerramento do prazo para convenções partidárias em 05/08, eis que catorze legendas aprovaram candidatos próprios para a disputa da Presidência da República em outubro.

Entretanto, através da formação de coligações, os partidos que decidiram não lançar candidato se uniram aos que optaram por ter candidatura própria de modo que das 35 legendas atualmente existentes, pelo menos 34 definiram qual candidato irão apoiar. Desta maneira, tais instituições agregam tempo de TV e dinheiro do fundo eleitoral durante a campanha presidencial, objetivando resultados nas disputas para senador, deputado federal, governador e deputado estadual. 

De todos os partidos o que mais fez alianças foi o PSDB, reunindo em torno da candidatura de Geraldo Alckmin também o PP, o PPS, o PTB, o PSD, o SD, o PRB, o DEM, e o PR. Isto representará um tempo maior de propaganda eleitoral gratuita na TV e no rádio, o que ainda pode ter influência sobre o eleitorado mesmo nos tempos atuais de internet e de desinteresse político.

Até o momento, faltando menos de 60 dias para os mais de 147 milhões de brasileiros irem às urnas eleger o novo presidente da República, é certo que o cenário eleitoral ainda está indefinido. Com Lula de fora da disputa deste ano, o deputado Jair Bolsonaro (PSL) encontra-se, momentaneamente, em primeiro nos cinco maiores colégios eleitorais do país: São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Rio Grande do Sul, segundo sondagens realizadas pelo Instituto Paraná Pesquisas. No último levantamento do instituto em São Paulo, entre os dias 13 e 18 de junho, o parlamentar somou 21,4% das intenções de voto dos paulistas e ficou empatado tecnicamente com o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), com 18,4%. Já a Marina Silva (Rede) aparece lá com 11,7%. 

Mas o fato é que Lula, embora não possa vir como candidato, ainda possui força política. E, deste modo, conforme noticiado ontem pelo UOL, o nome do ex-prefeito paulistano Fernando Haddad (PT), citado como candidato do ex-presidente ao Planalto, "ganha cerca de dez pontos percentuais em relação ao cenário em que seu nome não é atrelado ao líder petista". De acordo com a matéria,

"No último levantamento, divulgado na sexta-feira (3), o ex-prefeito aparece com 2% das intenções de voto quando seu nome não é ligado a Lula. Ele fica atrás de Jair Bolsonaro (PSL, com 22%), Marina Silva (Rede, 11%), Ciro Gomes (PDT, 10%), Geraldo Alckmin (PSDB, 10%), Alvaro Dias (Podemos, 5%), e empatado com Manuela D’Ávila (PCdoB) e Henrique Meirelles (MDB).
Ao ser apontado como candidato de Lula, Haddad salta para 13%, e fica atrás apenas de Bolsonaro, que registra 20%. O terceiro lugar é dividido entre Marina e Alckmin, com 9% cada um"

Apesar de toda a incerteza e imprevisibilidade existentes no nosso cenário político, tenho a impressão de que a candidatura do radical de direita Jair Bolsonaro deve perder fôlego nas próximas semanas quando se iniciar a campanha na TV, em que tanto Alckmin quanto Haddad cresceriam e ambos iriam para o segundo turno. Com isto, repetiríamos a rivalidade entre PT e PSDB que, há 24 anos, predomina na corrida presidencial.

Seja como for, devemos considerar que, além da fragmentação, o período de campanha este ano corresponde à metade do que foi em 2014, visto que a minirreforma eleitoral de 2015 reduziu o tempo de 90 dias para 45. E também há uma evasão de audiência da TV aberta para a internet, como já foi dito, além do descontentamento muito grande do eleitor com a política. Logo, nunca sabemos quais serão os números das abstenções, votos nulos e em branco.

Que o eleitor brasileiro possa se definir com consciência e não se deixar enganar com aventureiros.

Ótima terça-feira e todos!

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