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sábado, 26 de agosto de 2017

Pé na estrada novamente



Neste último sábado de agosto, tirei o dia para caminhar explorando novos destinos aqui na região. Desta vez, encarei os 21 quilômetros da Estrada da Represa de São João Marcos que liga a localidade de São Roque, situada na rodovia RJ-149, até Passa Três, um outro Distrito de Rio Claro. Foi uma travessia inédita para mim, apesar de não ter sido em trilhas na floresta.

Há tempos eu intencionava fazer esse percurso, o qual já havia visualizado no Google e obtido umas poucas informações disponíveis na internet acerca do roteiro. Porém, para que eu pudesse fazer essa caminhada, era preciso acordar bem cedo, tomar o primeiro ônibus que passa por Muriqui rumo ao Centro de Mangaratiba cerca de seis e meia da manhã, chegar a tempo para embarcar no coletivo local que parte às sete horas para a Serra do Piloto e então prosseguir numa terceira condução que conecta a divisa dos municípios com a cidade de Rio Claro. Isto porque os horários pra lá são bem escassos (caso perdesse este ônibus só teria outro por volta do meio dia).

Assim, apesar de quase haver perdido o segundo ônibus (o que vai do Centro de Mangaratiba para a Serra do Piloto, na divisa com Rio Claro), consegui chegar a São Roque mais ou menos às nove da manhã. Desembarquei e pus logo os meus pés naquela estrada de chão, a qual hoje em dia é uma via bem desconhecida pelos turistas.


Entretanto, não demorou muito para que um casal morador da região oferecesse uma carona, o que me poupou de caminhar seis quilômetros, significando uma hora a menos. Não recusei e fomos conversando sobre o local e a respeito da Represa Ribeirão das Lages que seria o meu primeiro ponto de observação. Gentilmente, eles pararam o carro para que eu pudesse fazer umas fotos do lugar.





Fiquei perplexo em saber que, em décadas passadas, aquela represa ficava lotada de banhistas durante o verão, principalmente na virada de Ano Novo e no Carnaval. Pessoas vinham do Rio de Janeiro e de outros lugares para acamparem, tomarem banho no rio e até venderem uns produtos. Só que, com o tempo, acredito que por causa do surgimento de novos roteiros ecológicos e da falta de políticas públicas voltadas para o turismo em Rio Claro, acabou ocorrendo um certo desinteresse do público.

Contudo, há algumas ruínas de São João Marcos nas proximidades da represa, anteriores à inundação, e que não estão dentro do Parque Arqueológico e Ambiental da antiga cidade. E esses detalhes o casal me explicou falando sobre a paisagem, sendo que, dali, fui direto com eles tomar um café na fazenda.

Resolvi não demorar muito e outra vez botei os pés na estrada porque ainda teria que encarar uns 15 quilômetros pela frente e um percurso inicial de subida. Bebi bastante água da nascente que há na propriedade porque não encontraria nenhuma fonte no caminho. Então, dentro de uma hora andando, eu já estava no alto da serra a contemplar a paisagem que havia ficado para trás.

No meio dessa estrada, dá muito bem para ver no outro lado as serras que fazem a divisa entre Macundu e Lídice, ambos localidades de Rio Claro que já conhecia de outras caminhadas passadas. Só que desta vez, eu estava caminhando em direção oposta, mais para o sentido de Piraí.




A descida até Passa Três foi bem tranquila, apesar do sol que estava mais quente e queimando o meu rosto. Passei pela entrada de muitos sítios e fazendas, sendo que as pastagens de gado nos morros predominam a paisagem. Também observei a falta da mata ciliar nos rios e córregos da região, inclusive na área da represa. Aliás, esta estrada já se situa um pouco distante do Parque Estadual do Cunhambebe.




Em minhas reflexões, pensei na possibilidade dos governos ampliarem os espaços ambientalmente protegidos em Rio Claro, considerando a baixa densidade populacional desse Município. Claro que para isso precisa haver um debate democrático com a população, políticas de incentivo à preservação e recursos públicos que se destinem às ações de preservação. Porém, mesmo o lugar não sendo ainda o meu ideal naturalista, procurei apreciar cada pedacinho daquela paisagem transformada pelo homem, chamando-me a atenção as flores plantadas na estrada, em frente à entrada de uma fazenda.


Minha chegada a Passa Três se deu um pouco depois do meio dia. Procurei logo por um restaurante onde almocei uma costela bovina com arroz, feijão, fritas e salada. Informei-me sobre o próximo horário do ônibus que partiria dali rumo ao município de Piraí de modo que tive só alguns minutos para fotografar o pequeno povoado, devido à necessidade de pegar quatro conduções até voltar pra casa.






A distância de Passa Três até Piraí é menor do que até o Centro de Rio Claro. A viagem se faz numa rodovia asfaltada percorrendo, salvo engano, apenas uns 11 quilômetros. Por isso, não demorei a chegar no próximo destino. Ao desembarcar, teria mais de uma hora para dar uma volta pela cidade até a partida do ônibus seguinte para Seropédica.

Sinceramente, o Centro de Piraí me agradou bastante. Achei a cidade aconchegante, com um clima agradável, sossegada, com uma praça arborizada, alguns prédios antigos preservados e um comércio satisfatório. Ao que me pareceu , tudo ali fica perto a exemplo dos bancos, dos restaurantes, das lojas, da Prefeitura, do Fórum, da Igreja, da unidade de ensino profissionalizante da FAETEC, do hospital e da Casa de Cultura (inexplicavelmente fechada num final de semana).











Por acaso, pessoas do local mostraram-me qual seria a residência do governador Luiz Fernando Pezão, o qual havia sido prefeito da cidade. Trata-se de um pequeno castelinho e, em frente, fica permanentemente uma viatura da Polícia a fim de proteger o imóvel. Não perdi a chance de fotografar mesmo não sendo algo relevante.


Assim, passei o restante da tarde de sábado viajando até regressar para o lar. Só que o meu retorno foi por um caminho diferente do que utilizado na ida, pegando a Dutra e descendo pela Serra das Araras ao invés de ir pela RJ-149. Antes de chegar em Seropédica, peguei um ônibus no seu ponto final rumo a Itaguaí, continuando depois numa quarta condução (a sétima do dia) até Muriqui.

Mesmo tendo caminhado em outras vezes mais do que o dobro dos quinze quilômetros, senti um certo cansaço já que estou um pouco fora de forma e com uns dez quilos a mais que em meados de 2016. Porém, valeu a pena para fazer uma higiene mental, esquecendo um pouco dos meus compromissos profissionais e me reanimando para uma nova semana de batalhas.

Ótimo domingo a todos e aproveitem!

4 comentários:

  1. Olá, Rodrigo!

    Isso é que foi caminhar, hein! Decerto, você já tinha programado esse passeio, que decorreu mto bem.
    Viu "coisas", que não conhecia, falou com pessoas amáveis, k até lhe deram boleia (carona) e fez exercício físico, de um outro jeito.
    Gostei das fotos, mas algumas ficaram pequeninas, não podendo ver, pormenorizadamente.

    Isso! Repita o passeio, pke para além de perder peso, alivia a mente da vida profissional e vai alargando horizontes.

    Abraço e boa semana.

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    1. Olá, CÉU.

      Obrigado por sua leitura e comentários. Andava sumida aqui do blogue!

      Aos poucos tenho refeito e refeito algumas caminhadas aqui na região. Gosto muito das travessias, conhecidas no ecoturismo como trekking, sendo que muitas vezes tenho me contentado em andar pelas estradas ainda não pavimentadas mesmo amando as trilhas por dentro da floresta.

      Não entendo muito de fotos na internet e só passei a me interessar por fotografias de uns tempos para cá. Quando comecei a caminhar pelas regiões rurais, há quase vinte anos atrás, não me importava tanto em registrar o momento e posso lhe dizer que aproveitava com grande intensidade.

      Mais uma vez agradeço pela participação nesta postagem e lhe desejo uma excelente semana.

      Abraços.

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  2. Olá, Rodrigo!

    Pois, é verdade. Tenho andado desaparecida de alguns blogues, nomeadamente do seu, que desde k lhe deixei este comentário, ainda não deixou umas linhas no meu, embora já lá tivesse passado duas vezes. Só publico de mês a mês, pke o tempo não estica, tenho/temos as nossa vida profissional e o virtual tem de ficar para 2º plano. Com os/as comentaristas, que insistentemente, passam pelo meu blog e dizem um olá, perguntam qdo volto a postar, que não é o caso do Rodrigo, acho que devo lhes dizer umas palavrinhas, caso não, pareço que não tenho coração e sou insensível. Blogs com Aviso de Conteúdos só comento um, que, você tb comenta, frequentemente, pke tb é comentado, mas tento escolher o post que mais me agrada ou menos fere minha suscetibilidade, mas o Rodrigo é homem e eu sou mulher, sexos e atitudes bem distintas, concluo!

    Eu pratico dança, uma vez por semana, duas horas e isso me faz mto bem ao corpo e ao espírito. Se mexa pela sua saúde, slogan português.

    Também não entendo nadica de fotografia, aliás, nem tenho máquina fotográfica. Deixo os pormenores técnicos e não só para os especialistas.

    Abraços e tudo de bom.

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    1. Oi, CEU.

      Obrigado por mais uma visita e comentários.

      Realmente não consigo muitas vezes ser recíproco quanto à mesma qualidade dos comentários que faz. Confesso que é mais pela minha pouca abertura para o aspecto poético da vida, o qual ocorre mais é nas caminhadas.

      Trmo decepciona-la em aparecer lá só para dizer um oi pois a considero um pouco exigente.

      Atualmente acho que só um blogue com aviso de conteúdo que estou seguindo, o qual é administrado pelo Nuno que vez ou outra me visita assim como outras pessoas de sua equipe. Como ele divulgou lá o meu, mantenho a divulgação do dele aqui por certa reciprocidade, muito embora este espaço tenha outra finalidade e vez ou outra abordo aqui assuntos sobre sexualidade. E, em tais ocasiões, de modo diferente.

      Acredito que dança realmente faz muito bem a quem pratica. Nunca me abri pra isso tal como ainda não me animo tanto com as poesias. Porém, não desconsidero a importância de dançar e gostei do inspirador slogan que pode ser citado aqui num artigo ou palestra em favor da dança...

      Agradeço mais uma vez sua visita e volte sempre

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