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segunda-feira, 22 de março de 2010

Os milagres e a fé

Sempre que lembro dos milagres registrados na Bíblia, sou levado a um confronto com os meus valores e com a minha experiência de vida cristã. Sou desafiado não só a crer no poder de Deus, como no seu amor e nos seus propósitos para cada indivíduo.

Minha passagem pelo catolicismo romano não praticante, durante a infância, não me despertou nenhuma crença na ocorrência de milagres nos dias atuais. Quando assistia algum filme sobre Jesus na televisão, acreditava que os milagres foram acontecimentos restritos àquela época por causa da presença encarnada do nosso Senhor.

Na adolescência, por volta dos meus 14 anos, passei a frequentar a igreja de minha avó materna, onde pregavam sobre milagres. Lá, os pastores faziam cultos e campanhas em épocas específicas para que as pessoas fossem abençoadas tanto através de curas, como na vida profissional e no meio familiar. Até para as pessoas arrumarem casamento eles faziam reuniões eventualmente e, às sextas-feiras, era o dia da “corrente de libertação”, voltada mais para expulsão de demônios com referências às entidades veneradas pela macumba.

Estar diante de um Deus que, nos dias de hoje, ainda cura as pessoas de quaisquer enfermidades era algo novo para a minha cabeça. Aprendi ali que Deus quer e pode curar todas as minhas doenças e que qualquer pensamento contrário seria coisa do diabo. Assim, durante as reuniões na igreja, eu costumava pedir pela cura dos meus problemas de vista e de coluna, sendo que costumava abrir ansiosamente os olhos para ver se de fato estaria enxergando melhor.

No entanto, em nenhuma das orações, eu recebia a graça de ficar instantaneamente curado da miopia e do astigmatismo que, desde a infância me limitavam. Também continuava andando curvado pelas ruas e, às vezes, sentia fortes dores de coluna decorrentes de algum mal jeito.

Com meus 15 para 16 anos, quando eu era membro da igreja Batista de meus primos, no Rio de Janeiro, passei por uma grande provação na minha vida. Depois de ter tido um sangramento na região coccígea, foi diagnosticado um cisto pilonidal, o qual precisava ser extraído pela via cirúrgica.

Confesso que, ao tomar conhecimento da notícia, fiquei muito preocupado e perturbado nos meus valores cristãos ainda em formação. Pensava que Deus não poderia me deixar passar pela cirurgia e que antes iria me curar de tal anomalia. Além das fortes dores que muito me incomodavam, estavam em jogo as minhas concepções a respeito de Deus sobre seu poder, seu amor por mim e sobre a minha própria fé.

Em janeiro de 1992, acabei enfrentando a mesa de cirurgia e, por meses, precisava retornar ao hospital duas vezes por semana para que o meu médico fizesse novos curativos naquela incômoda região através de aplicações de nitrato de prata. Precisei ficar mais de um mês sem poder tomar um refrescante banho de chuveiro no verão carioca e nem podia dormir de barriga para cima. A cada novo curativo, eu morria de dores, chingava palavrões, agia com rebeldia em casa e começava a descumprir mandamentos bíblicos.

Posso dizer que, em 1992, eu me tornei um desviado sem ter deixado a frequência da igreja. No meio do ano, fui convidado a sair de uma escola por assediar constantemente as meninas da classe de uma maneira indecorosa e, no segundo semestre, tomei a iniciativa de juntar um dinheiro proveniente das mesadas para procurar por conta própria uma prostituta com quem tive a minha primeira relação sexual.

Em 1993, morando em Juiz de Fora (MG), não suportei mais a obrigação institucional com a igreja e resolvi deixar a frequência dos cultos. Meu novo ambiente passou a ser o movimento estudantil cheio de jovens com ideias de esquerda e a política do país era o meu principal pensamento. Nesta época, já não conseguia mais ler a Bíblia e tinha assumido um estilo de vida mundano que trazia muitas tristezas para os que viviam comigo dentro de casa, principalmente para o meu avô paterno.

Nos 12 anos em que andei afastado da comunhão com Deus e dos irmãos da Igreja (1993-2005), se alguém me perguntasse sobre minha crença em milagres, eu não negaria com as palavras, mas, certamente, iria me contradizer com as atitudes. Atribuía os testemunhos que escutava nos programas de rádio e de TV às impressões psicológicas das pessoas. Se o caso fosse muito bem contado, imaginava que algum pastor charlatão teria pago o sujeito para mentir em público.

Contudo, não cheguei a abraçar totalmente a ideia de que os milagres tivessem ocorrido só até à época dos apóstolos. No fundo, eu pensava que a minha fé é que seria insuficiente, de maneira que, por muitas vezes, culpava-me por não ter alcançado uma cura divina. E isto persistiu mesmo depois que voltei a frequentar uma igreja na metade da primeira década do século XXI, quando já residia aqui em Nova Friburgo.

Felizmente, minhas concepções amadureceram e hoje entendo os milagres de uma outra forma.

Quando leio a Bíblia, vejo os milagres como um recado de Deus sobre uma obra muito mais ampla do que simplesmente curar instantaneamente alguém ou ressuscitar um morto. Passei ver como ensinamentos cada um dos sinais extraordinários que Jesus realizou durante o seu ministério, afim de que prestemos a atenção num propósito maior de Deus para a humanidade, o principal recado do Evangelho.

Vejamos, pois, a ressurreição de Lázaro. Uma indagação que talvez esteja na cabeça de todos nós é se algum dia Lázaro tornou a morrer. O próprio texto do Evangelho de João diz que os judeus pensaram em matar a Jesus e a Lázaro, sendo que de fato ambos morreram um dia. Jesus ressuscitou, mas Lázaro hoje aguarda em seu túmulo uma ressurreição definitiva que o livre de uma vez por todas da morte. E, deste modo, creio que tanto a ressurreição de Lázaro quando a do filho da viúva de Naim apontaram para um futuro onde as pessoas não mais vão morrer e nunca mais haverá choro, pranto ou dor.

Outra questão que podemos incluir sobre o tema tratado neste texto é se os milagres são capazes ou não de gerar fé nas pessoas? Porém, a Bíblia mostra que não. Uma das partes mais incríveis do Evangelho de João é aquela do verso 37 do capítulo 12:

“E, embora tivesse feito tantos sinais na sua presença, não creram nele”.

Já no Antigo Testamento, quando o povo de Israel estava atravessando o deserto, após terem sido libertados miraculosamente dos egípcios, atravessado a pés enxutos o Mar Vermelho, visto com os olhos a manifestação da presença de Deus na nuvem que os seguia de dia e na coluna de fogo à noite, terem se alimentado do maná e bebido água da rocha, o próprio Deus se queixa daquela geração:

“Até quando me provocará este povo e até quando não crerá em mim, a despeito de todos os sinais que fiz no meio dele?” (Números 14.11)

Em ambas as passagens, podemos ver que, da mesma maneira como uma geração rejeitou ao Filho de Deus, seus ancestrais também praticaram a mesma incredulidade contra o Pai. A Bíblia mostra que de nada adiantava o povo ter presenciado tantos milagres em ambas as ocasiões, uma vez que poucos de fato manifestaram fé. Na mesma cidade onde Jesus curou o paralítico no tanque de Betesda e abriu aos olhos do cego de nascença, seus habitantes clamaram pela sua crucificação perante Pilatos, preferindo Barrabás do que o Senhor.

Por acaso quantos dos dez leprosos voltaram para agradecer a Jesus pelo milagre? Dentre aqueles homens, apenas um que era samaritano (um israelita mestiço e rejeitado pelos judeus) retornou com uma atitude gratidão, o que demonstra que uma pessoa pode receber vários milagres em sua vida e ainda assim não se converter.

Talvez se aos meus 15 anos Deus tivesse me curado daquele dolorosa enfermidade, ainda assim o meu coração teria se desviado, o que pude comprovar anos mais tarde quando, no ano de 2005, retornei á frequentar a igreja.

Em abril daquele ano, contratei um homem chamado Francisco para instalar uma tomada de três pinos na residência onde eu morava no bairro das Braunes afim de poder ligar o computador que tinha acabado de adquirir. Aquele homem, no entanto, trouxe consigo o seu primo que também tem o mesmo nome, o qual, por coincidência ou plano de Deus é também o primeiro nome de meu falecido pai.

Ousadamente, o primo daquele homem que entrou na minha casa como um ajudante de quem eu havia contratado, começou a profetizar sobre minha vida falando a respeito de minha pobreza. Por motivo de educação, fiquei calado e o ouvi com discordâncias porque eu estava com uma conta bancária de cinco dígitos, situação relativamente confortável para o contexto da maioria da população brasileira. Só que lá no fundo eu sabia de qual pobreza o Sr. Francisco se referia.

Dois dias depois, fui na sua igreja e participei de um culto. Mantive-me bem reservado, mas o meu coração dizia que estava na hora de voltar a ter comunhão com Deus.

Em maio de 2005, quando estava viajando pela Bahia com minha esposa (na época ainda éramos namorados), recebi a notícia de que meu avô paterno estava muito mal no hospital em Juiz de Fora, de modo que, no dia seguinte, comprei logo uma passagem aérea de Ilhéus para Belo Horizonte, tendo lhe visitado constantemente até que apresentasse sinais de melhoras.

Dois dias depois de ter retornado a Nova Friburgo, recebi a impactante notícia sobre o falecimento de meu avô na manhã do dia 30/05/2005 e, novamente, parti para Juiz de Fora, quando me derramei em lágrimas durante o velório e no enterro na manhã seguinte.

Agora sem meu avô que até então me sustentava com quase R$ 1000,00 mensais e apenas com uma poupança decorrente de uma indenização recebida da Telemar e que já não era de cinco dígitos e sim de quatro, uma preocupação me abateu sobre o que seria de mim. Apesar de ter pego a carteira da OAB em abril de 2005, minha profissão não me dava ganhos financeiros suficientes. Na minha mente, passou a ideia de entregar a casa alugada nas Braunes e vir morar com meus parentes na cidade do Rio de Janeiro.

Para minha surpresa, depois de tudo o que aprontei com minha família na juventude, a esposa de meu avô mandou-me o dinheiro da mesada do mês de junho, dois dias depois do falecimento, o que acabou servindo de sinal para que não deixasse Nova Friburgo. E então, com aquele dinheiro da última mesada mais o que sobrava da indenização da Telemar eu fui me mantendo pelos meses seguintes até receber nova ajuda.

Nesta época, outro fato curioso ocorreu. Por culpa minha, posto que não tinha notado a publicação sobre uma decisão desfavorável num recurso que tramitava na 5ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio, temia ter que indenizar meu cliente por não ter conseguido a gratuidade de justiça em seu processo, já que ele não pretendia litigar sem estar isento de custas. E eu andava desesperado porque imaginava que, além de ter que pedir desistência da ação, ainda iria tirar do meu próprio bolso o valor das custas processuais e da taxa judiciária de 2% sobre o valor de R$ 20.000,00 atribuído à causa. Entretanto, foi justamente nesta época em que o juiz de primeira instância, aqui na comarca de Nova Friburgo, resolveu mudar as decisões anteriormente proferidas em tais situações, determinando o cancelamento da distribuição do feito ao invés de remeter o nome de meu cliente para o Fundo Especial do Tribunal e sua inscrição na dívida ativa.

Ao saber da notícia a respeito do cancelamento da distribuição e que seria poupado de um gasto que poderia aproximar-se de uns R$ 600,00 (seiscentos reais), resolvi comemorar e agradecer a Deus por aquele livramento, de modo que passei a reconhecê-Lo em meus caminhos. E fiquei menos preocupado quanto ao meu futuro.

Quando o dinheiro da indenização da Telemar estava acabando, minha avó paterna resolveu doar-me parte do dinheiro do pecúlio que meu avô tinha deixado em seu favor, depositando R$ 10.000,00 na minha conta corrente, o que, juntamente com outra indenização recebida da Claro, permitiu que eu sobrevivesse até o começo do ano de 2006.

Ainda no mês de 2005, decidi que iria me casar com Núbia sem ter nenhuma certeza de futuro. Então, fui gastando o que tinha na poupança com os preparativos da festa matrimonial que ela considerava tão importante. Contratamos uma empresa especializada e em pouco tempo a minha conta estava reduzida a um pouco mais de R$ 1.000,00.

Não vou negar que, apesar dos livramentos e das ajudas anteriores em que Deus havia me sustentado, novamente fiquei angustiado pela situação. Passava pela minha cabeça o pensamento se daquela vez as coisas iriam dar certo e se conseguiria arcar com todos os gastos sem ficar endividado. Contudo, resolvi que manter firme.

Como um teste de fé, meu avô materno que vive no estrangeiro havia me prometido doar uns 500 dólares e enviou a quantia no envelope de uma carta. Porém, quando recebi a missiva, fiquei perplexo com o fato de só ter encontrado duas notas de cem dólares, o que me causou uma grande indignação. Senti-me mais ainda angustiado e com medo de não conseguir saldar todas as obrigações, sem falar que jamais poderia levar aquele caso à Justiça porque é ilegal o envio de dinheiro através de correspondências postais.

Porém, resolvi não mais me abater com aquele acontecimento e, após ter chamado minha esposa, dei-lhe a meação do que tinha recebido e ofertei na igreja a outra nota de cem dólares, afim de não mais ficar com o meu coração preso ao furto que alguém teria praticado.

Poucos dias depois, a esposa de meu falecido avô paterno decidiu me presentear com R$ 1.000,00 e a minha tia com uma importância idêntica, de maneira que vim a receber praticamente o dobro dos 500 dólares, de modo que foi o suficiente para pagar as despesas do meu casamento e ainda sobrar para a lua de mel na praia, em Rio das Ostras.

Menos de uma semana depois do meu casamento, tendo a esposa de meu falecido avô terminado de pagar as despesas do inventário, resolveu dividir o que havia sobrado do dinheiro que eles guardavam numa caderneta de poupança para ser utilizado em caso de necessidade por motivo de saúde, tendo ela resolvido dividir igualmente entre cada herdeiro de modo que, quando me restavam uns três dígitos na minha conta vim a receber uma doação de pouco mais de R$ 12.000,00.

Todos aqueles acontecimentos poderiam ter servido para aumentar a minha fé, mas confesso que não foi isto o que de fato aconteceu logo a seguir. Assim como os israelitas vieram a se esquecer de Deus depois que entraram na terra prometida ou recebiam algum livramento, fui ficando cada vez mais apegado ao dinheiro e ao trabalho. Em meu coração ainda não tinha morrido uma antiga ambição dos tempos em que eu tinha meus 19 anos, quando eu desejava amealhar uma poupança de 1 milhão de dólares antes de fazer 40 anos.

Desde aquela época, eu havia feito cálculos de projeções financeiras sobre quanto eu deveria investir mês a mês para conseguir ficar rico até os 40, quando então iria poder viajar para todos os continentes do mundo, ter uma mulher para dormir comigo todas as noites ainda que fosse pagando para ter sexo e nunca mais precisar trabalhar. Por isto, aprendi desde jovem o que é economizar dinheiro e, se não tivesse sofrido um processo criminal em 1997 por causa de um delito praticado no laboratório de informática na UFJF (meu maior fundo de poço experimentado até hoje), teria continuado a alimentar aquela compulsão.

Só que o desejo de ficar rico ainda não tinha sido sepultado. Eu desejava que Deus agora me transformasse num homem muito próspero e era o que no fundo eu mais queria Dele nos meses seguintes depois que havia me casado com Núbia. Trabalhava de segunda à segunda, inclusive aos sábados, domingos e feriados. Pouco dava atenção à minha esposa, exceto se fosse para fazer sexo e então voltar para o computador e trabalhar. Quando, aos domingos, o relógio marcava 17:40 e faltava 20 minutos para começar o culto na igreja, eu não me alegrava como Davi quando ia para casa do Senhor. Em lugar de Deus, eu estava colocando no meu coração o trabalho e o dinheiro.

Curiosamente, fui fracassando nas minhas atividades. Trabalhava assiduamente, buscava ser perfeccionista nas minhas atividades laborais para não cometer nenhum vacilo quanto aos prazos processuais, bem como no manejo da doutrina jurídica e da jurisprudência para apresentar petições com uma elaboração superior a de meus colegas de profissão. Ainda que eu não estivesse ficando rico, queria que o meu trabalho fosse o melhor, de maneira que eu empreendia boa parte dos meus recursos para manter em dia minhas obrigações. Como advogado sabia que não tinha o dever de ganhar as causas, mas deveria fazer tudo que estivesse ao meu alcance para o processo do meu cliente ser bem sucedido. Só que, ainda assim, a advocacia não estava provendo meu sustento e, na prática, foram as ajudas mensais de minha família que Deus resolveu usar para me manter.

Em 2008, decepcionado com o trabalho e comigo mesmo, sentia-me exausto. Acompanhar dezenas de processos na Justiça tornou-se um grande fardo para mim. Eu não conseguia mais continuar com o mesmo entusiasmo do começo da profissão. Não tinha tempo para nada e o meu dinheiro na poupança tinha acabado. Além disso, os prazos forenses só eram suspensos de 20 de dezembro até 6 de janeiro, sendo que houve um ano em que o recesso acabou e tive uma audiência dois dias depois do Natal. Houve manhãs que eu nem aguentava ligar mais o computador e, ao levantar da cama, encostava-me deprimido na parede da janela de meu apartamento.

Passando por toda aquela crise, resolvi ler a Bíblia a cada manhã. Desde quando eu havia me desviado na década de 90, nunca mais tinha recuperado o saudável hábito de ler as Escrituras todos os dias. Então, lutando contra toda a ansiedade em pesquisar sobre o andamento de meus processos na internet, eu não começava a trabalhar sem antes ler um trecho de algum livro da Bíblia.

Resolvi começar pelos profetas, o que realmente me faltava para eu terminar de ler a Bíblia toda (quando era adolescente eu já conhecia bastante do Novo Testamento, mas detestava os salmos e os profetas, tendo deixado para trás vários trechos do Antigo Testamento). Então, mesmo que fosse um capítulo, dois, três, ou apenas alguns versículos, eu não deixava de ler sequencialmente um livro. Poderia até abrir a Bíblia aleatoriamente ou fazer a leitura de outra passagem, mas não abandonava o método sequencial.

Houve vezes em que eu já estava com o computador ligado para começar a trabalhar, então me recordava sobre o propósito que eu tinha feito de ler a Bíblia, de modo que decidia interromper as minhas atividades laborais e colocar em primeiro lugar a Deus, não o trabalho.

Em meio ao deserto financeiro que atravessei na minha vida no ano de 2008 (acho que ainda não saí dele), dentre outras provações, a Palavra de Deus tornou-se para mim o verdadeiro alimento espiritual. Se antes eu não estava nem conseguindo abrir a Bíblia, agora eu já não suportava passar um dia sem minha leitura. Se, por caso, esquecesse de ter um contato com a Palavra de Deus, sentia falta daquele momento a sós com Ele no meu quarto.

Em pouco tempo, depois que coloquei Deus na minha agenda, percebi que uma grande mudança tinha ocorrido na minha vida. Comecei a ter o desejo de fazer aquilo que há muito tempo deveria estar realizando – a obra de Deus. E o que Deus colocava no meu coração em termos de revelações de sua Palavra, eu sentia o enorme desejo de compartilhar.

Lembro que, no próprio ano de 2008, depois de ter enfrentado a depressão do fracasso profissional e financeiro, meu coração já sentia o desejo de chamar os homens de minha igreja para orarem comigo no período em que os maridos ficavam aguardando suas esposas durante o culto das mulheres nas terças-feiras. E daí posso dizer que, aos poucos, graças a Deus, a rede dos homens da Maranata foi se reorganizando no ano de 2009, quando então começamos a celebrar nossos cultos nas sextas-feiras com o auxílio de um dos pastores.

Se fôssemos perguntar para Deus qual é o maior milagre da Bíblia, não tenho dúvidas de que Ele tem preferência pela transformação de caráter do ser humano. Para Deus, o mais importante não está na admiração do homem pelos seus prodígios ou na sujeição das pessoas por causa da manifestação do seu poder. Ele quer que cada um aprenda a encontrá-Lo através de uma fé pessoal. Ele almeja que tenhamos um permanente e sincero relacionamento, uma dependência constante de Sua Presença e uma conversão verdadeira.

Que Deus possa, nesta semana, iluminar sua vida e trazer novas experiências ao seu cotidiano, gerando no seu coração uma fé inabalável.

4 comentários:

  1. Cade a cura da miopia? Não vi nada de testemunho e sim um bem estar e nada mais, na verdade não sei se percebeu mas tem milhões de reoigiões que tbm proporcionam sentimento de paz, então oque vi foi uma historia criada na tua cabeça e vc continua com miopia do msm jeito, entao nn tem vapor nenhum seu testemunho e nem sentido, sendo que ta cheio de gente sendo curado e vc o unico trouxa que aceita a doença em vez de se livrar logo disso: leia linguagem do corpo da Cristina Cairo muito util

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    1. Somente agora estou lendo o comentário. A miopia pode ser vista como uma maneira como alguém percebe o mundo pelo sentido da visão, embora cause um desajuste ao cotidiano do ser humano perante a sociedade organizada pelo coletivo. No entanto, a maior cegueira pode estar na maneira como o ser humano se arroga dono de suas razões. Ou melhor dizendo, quando fazemos da nossa percepção do mundo a realidade, o que pode ocorrer dentro e fora das religiões. Atualmente vejo nas narrativas sobre milagres metáforas e da miopia nós mesmos nos curamos.

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  2. Boa noite irmão! Li todo seu testemunho e fui muito edificado por ele! Pesquisei sobre o assunto pq tenho problemas de miopia e astigmatismo tbm desde criança e ontem mesmo orei pela minha cura sobre essa doença! Não fui curado como esperava, porém isso não significa que nunca vai acontecer, e mesmo que não aconteça, isso não descredibiliza o agir ou o poder de Deus! Os planos Dele certamente são maiores que os nossos!! A maior transformação que o Senhor deseja fazer é em nosso interior e não simplesmente em nosso exterior, ainda que Ele possa fazer os dois quando bem entender!! Louvado seja Deus em todo tempo! Obrigado por compartilhar seu testemunho!! Deus lhe abençoe! Abraço!

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    1. Olá, Paulo. Fico feliz em saber que meu texto de quase 14 anos atrás, escrito quando eu ainda era um jovem com menos de 35, tenha lhe ajudado em algo. De fato, a transformação interior do ser humano é algo de maior valia porque, mesmo limitados no plano físico por alguma circunstância, podemos ver mais além. E a miopia assim como a própria cegueira física não nos torna deficientes quanto à realidade. O tempo em que enfrentamos uma dificuldade se torna também um aprendizado. Muito obrigado pela leitura com comentários. Forte abraço e tudo de bom

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