Mancha de óleo na Baía da Guanabara atingiu colônia de pescadores em Jurujuba, Niterói 📷: Márcia Foletto |
Há exatos 25 anos, mais precisamente na madrugada de 18 de janeiro de 2000, ocorria o vazamento de cerca de 1,3 milhões de litros de óleo combustível na Baía de Guanabara.
O acidente aconteceu num oleoduto de responsabilidade da Petrobras, espalhou o produto poluente por cerca de 40 Km² e atingiu a área de proteção ambiental (APA) de Guapi-Mirim.
Apenas 3 horas após o ocorrido é que o órgão responsável por emergências ambientais no Estado do Rio de Janeiro, o Serviço de Controle de Poluição Acidental (SCPA) da FEEMA, teve ciência dos fatos no dia do ocorrido.
Devido à gravidade do acontecimento, o Plano de Resposta a Emergência da Baía de Guanabara (PEBG) foi acionado, enquanto uma embarcação da Petrobras recolhia o óleo derramado e barreiras de contenção de outras empresas do ramo de petróleo foram utilizadas para evitar ao máximo que o óleo se dispersasse.
Técnicos da SCPA sobrevoaram a Baía de Guanabara e acompanharam a dispersão do vazamento, identificando que, em menos de 24 horas, o óleo já atingia as praias de Mauá, Anil, Limão e São Francisco no fundo da Baía. Percebeu-se que as barreiras de contenção e embarcações utilizadas na contingência eram insuficientes, de modo que o óleo atingiu também a ilhas de Paquetá, Brocoió e outras regiões da Baía.
Estima-se que cerca de 12 mil pescadores tiveram suas atividades prejudicadas por conta do vazamento, de forma que a Federação dos Pescadores do Estado do Rio de Janeiro (FEPERJ) entrou com ação na Justiça cobrando reparações financeiras relacionadas aos danos morais.
Além dos prejuízos econômicos ligados a pesca, a atividade turística também sofreu redução drástica em suas atividades, especialmente na visitação à Ilha de Paquetá.
Na época, eu tinha apenas 23 anos e já participava de causas ambientais na cidade de Nova Friburgo onde morava cursando Direito. Foi trágico ter lido nos jornais e nas notícias na internet acerca do acontecimento que repercutiu por muitos anos sem que houvesse um amparo imediatamente suficiente aos pescadores.
Lembrar de fatos como esse é importante para que as pessoas não percam a consciência da preservação da natureza e haja um frequente monitoramento das atividades econômicas que são potencialmente impactantes para o ambiente.
Registro do senhor Edésio Ribeiro rodeado da água cheia de peixe morto na Baía de Guanabara 📷: Domingos Peixoto - 21/01/2000 / O Globo |
Imagem icônica de mergulhão coberto por óleo em Magé após o derramamento na baía de Guanabara |
Um ótimo sábado a tod@s!
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