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quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

Uma esperança que acabou frustrada


Tancredo Neves e Paulo Maluf


Há exatos 40 anos, mais precisamente em 15 de janeiro de 1985, o mineiro Tancredo Neves era eleito indiretamente presidente do Brasil, encerrando a ditadura militar brasileira e derrotando o adversário Paulo Maluf, num placar de 480 votos contra 180.

Na época, eu tinha meus 8 para 9 anos, estava morando com o avô em Juiz de Fora, acompanhei a votação pela TV e vi muita gente na cidade comemorando o resultado (ainda havia as "chuvas" de papel picado que lançavam dos edifícios). Em casa, porém, meu véio, embora fosse um coronel da reserva de 67 anos, por opção distante da vida política, deixava transparecer a sua preferência conservadora por Maluf.

Infelizmente, Tancredo adoeceu gravemente em 14 de março do mesmo ano, na véspera da posse, tendo havido uma grande comoção nacional com pessoas rezando pela sua recuperação. E, em 21 de abril, o presidente eleito morreu aos 75 anos.

Por coincidência, a declaração do falecimento de Tancredo coincidiu com o dia em que Tiradentes havia sido enforcado pelo colonizador. Aquele feriado nacional acabou se tornando em luto por todo o país.

Apesar de tudo, lembro bem que a sociedade brasileira de 40 anos atrás queria vivenciar a tão desejada democracia, escrever uma nova Constituição e deixar para trás os terríveis anos de chumbo do AI-5. Ninguém nas ruas pedia para ser governado pelos militares outra vez e, tão pouco, se ouvia falar em intervenção militar, ainda que a nova política inaugurada pelo vice-presidente eleito José Sarney, já como governante, tivesse se tornado alvo de críticas pelo insucesso das sucessivas tentativas de controle da inflação através dos planos econômicos Cruzado I e Cruzado II, Bresser e Verão.

Precisamos lembrar das boas motivações que a nossa sociedade nutria naquela época e buscarmos hoje o desenvolvimento da democracia, não o retrocesso.

Ótima quarta-feira a tod@s!

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