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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Fazendo justiça às "bruxas"



Nós brasileiros, por sermos grandes importadores da cultura anglófona, comemoramos nesta data de 31/10 o "Dia das Bruxas", sendo que algumas das nossas crianças e adolescentes hoje em dia curtem muito as festas de Halloween.

Apesar de não ver lá tanta identidade do Brasil com essas tradições estrangeiras, penso que ao menos elas servem para mudar um pouco o imaginário acerca das bruxas, erroneamente associadas à figura de uma mulher velha, feia, nariguda e encarquilhada.

Sem pretender nutrir qualquer preconceito contra as idosas, visto que cada mulher mantém a sua beleza no contexto de sua respectiva idade, fato é que criaram uma imagem completamente errônea das bruxas. Aliás, até este vocábulo vem do verbo italiano bruciare, que, por sua vez, significa queimar (brucia), lembrando as punições e torturas da época da Inquisição.

Se bem pesquisarmos, as mulheres que eram acusadas de bruxaria naqueles tempos sombrios eram praticantes de rituais e de cultos pagãos ou sincréticos. Só que as suas reuniões, geralmente ocorridas nos locais secretos junto à natureza, eram duramente perseguidas pela religião dominante.

Na atualidade, pode-se dizer que a "bruxa" ainda revive um pouco na religião Wicca, a qual é influenciada por crenças pré-cristãs da Europa ocidental, com base na afirmação da existência do poder sobrenatural (como a magia) e os princípios físicos e espirituais masculinos e femininos que interagem com a natureza. Seus seguidores celebram os ciclos da vida e os festivais sazonais, conhecidos como Sabbats, os quais ocorrem, normalmente, oito vezes por ano.


Portanto, há que se fazer uma espécie de justiça histórica às "bruxas" que apenas eram remanescentes de uma cultura politeísta que, mesmo asfixiada pela religião cristã, tentava suspirar à margem da sociedade da mesma maneira como sofreram no Brasil, por longos séculos, os seguidores dos cultos afros do Candomblé e da Umbanda.


OBS: A primeira imagem acima referente a um quadro do pintor espanhol Luis Ricardo Falero, feito em 1880. Já a segunda mostra a comemoração dos Sabbats

2 comentários:

  1. Ora cá está! Um dia que não gosto! Nem o 31 nem o 1, .

    Bjos

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  2. Olá, Larissa.

    Também não sou muito fã das duas datas. E nem do 2, apesar de encarar o feriado de Finados como uma maneira de se honrar a memória dos que já foram.

    Um abraço

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