Embora com o Neymar machucado, fico feliz com as posições alcançadas pelas duas seleções sul-americanas neste Mundial, a saber, Brasil e Argentina. Ambas as equipes são hoje semi-finalistas invictas e podemos ter uma decisão do dia 13 como sendo a final de um torneio de Copa América, isto é, com as maiores potências regionais disputando o título no Maracanã. E será bonito demais, se os hermanos passarem pela temida Holanda e o time de Felipão conseguir vencer a disciplinada Alemanha, como na linda batalha de 2002.
No entanto, também são dignas de nossos aplausos as seleções da Colômbia e de Costa Rica, além do México e Chile. Todas, ainda sem nenhum campeonato no Mundial, realizaram proezas. Principalmente os costarriquenhos que tiveram umas das melhores defesas desta competição, não perdendo para ninguém em tempo normal de jogo, enquanto que a artilharia até o momento pertence aos colombianos com seis gols marcados por James Rodríguez. Atrás dele estão Messi e Müller, ambos com quatro gols, além do Robben e o Van Persie com três. Já o Benzema, o Enner Valencia, o Shaqiri e o nosso talentoso camisa 10 não estão mais nesta Copa.
Verdade seja dita que a maior bola fora do ano está sendo a arbitragem com sua absurda economia de cartões em que os juízes têm trocado as punições efetivas pelas advertências verbais seguindo as orientações da FIFA. Devido a essa política, juntamente com os vários erros até aqui cometidos, já assistimos a lamentáveis cenas nos gramados tipo mordida no ombro e joelhada na coluna, atitudes estas nada esportivas. Inclusive a nossa partida contra a Colômbia foi uma disputa repleta de faltas cometidas pelos dois lados, demonstrando que as condutas omissas dos árbitros estão favorecendo abusos praticados pelos jogadores em geral.
Ora, onde está o caráter preventivo das punições?! Tudo bem que o rigor em excesso acaba se tornando uma hipocrisia e causa prejuízos para as equipes. Porém, se as pessoas ainda não alcançaram um nível evolutivo onde uma mera advertência mostre-se suficiente para desestimular ações potencialmente lesivas, serão os cartões que de alguma maneira vão dissuadir os competidores quanto às jogadas violentas em campo. Principalmente se for num clássico entre seleções da América do Sul (imaginem quanta pancadaria não pode haver numa eventual final entre Brasil e Argentina?!).
Como pra mim a vitória não é o mais importante numa competição, torço que acima de tudo prevaleça o bom futebol sendo que o fato de sermos hoje umas das quatro seleções semi-finalistas significa a presença brasileira até ao sétimo jogo, nem que seja disputando o terceiro lugar em Brasília com quem perder a partida de quarta-feira entre Holanda e Argentina. Mas acho que temos boas chances de passar pela Alemanha na terça. Digo isso porque os nossos próximos adversários, embora sejam altamente disciplinados e tenham mostrado grande seriedade quando chegaram à Bahia para se prepararem para o Mundial, acostumando-se desde então com o clima quente do país, não podemos nos esquecer jamais de que o brasileiro é bicho talentoso e capaz de criar incríveis oportunidades. Deste modo, mesmo sem o Neymar, o verde-amarelo pode surpreender.
Quanto aos argentinos, confesso que não estou contra eles. Acho uma mediocridade o brasileiro ficar torcendo para o time do Messi perder assim como considero desrespeitosas as piadinhas de uma determinada fábrica de cerveja cujos comerciais são exibidos na TV fazendo chacota com os hinos dos países. Hoje os hermanos são a maior presença de estrangeiros nesta caríssima Copa e devem ser bem tratados pelo nosso povo como se estivessem em casa afim de que retornem outras vezes como turistas. Aliás, vale ressaltar que o maior legado desse mundial espero que seja a projeção turística do Brasil, algo que precisamos saber aproveitar nos próximos anos da década afim de que esse potencial setor da economia comece a dar certo, gerando emprego e renda de Norte a Sul.
OBS: Ilustrações acima extraídas da Agência Brasil em que a primeira, tirada por Tânia Rêgo, diz respeito a uma festa brasileira ocorrida na abertura da Copa enquanto que a segunda refere-se à festa dos torcedores argentinos após vencerem a Bélgica, sendo a autoria da imagem atribuída a Antônio Cruz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário