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domingo, 11 de maio de 2014

Uma mãe de coragem!



"Respondeu Maria: 'Sou serva do Senhor; que aconteça comigo conforme a tua palavra'". (Lucas 1:38a; NVI)

Se refletirmos sobre as condições de Maria de Nazaré, ela tinha tudo para não levar adiante a gravidez de Jesus.

De acordo com o Evangelho, sua concepção se deu de maneira sobrenatural através da ação do Espírito de Deus. Diz o texto de Lucas que o anjo Gabriel havia anunciado que ela daria à luz ao "Filho do Altíssimo", herdeiro do trono de Davi. E, tendo ela perguntado como que tal fato se sucederia, a jovem simplesmente creu submetendo-se à vontade do Soberano do Universo.

Embora na atualidade seja comum as mulheres fazerem reprodução independente, não era assim na época de Maria. Uma esposa, ou mesmo uma noiva, caso traísse seu companheiro, poderia ser apedrejada até à morte. E até mesmo para uma jovem descomprometida seria altamente desonroso perder a virgindade antes do matrimônio e mais ainda se não se consorciasse com algum homem. Na hipótese de se casar, não sendo mais uma donzela e enganando o noivo, a tentativa de fraude poderia lhe custar a vida.

Nem Lucas e nem Mateus fornecem todos os detalhes do nascimento de Jesus, mas juntando as narrativas de um e de outro, consegue-se montar uma versão unificada, sendo possível que, após José ter deixado secretamente Maria (Mt 1:19), foi que ela resolveu abrigar-se na casa da prima de Isabel situada nas montanhas (Lc 1:39-40). Um lugar onde certamente encontraria a proteção que precisava.

Por outro lado, deve-se levar em conta o contexto violento da época. Vivendo um dos mais difíceis momentos da História, os judeus que habitavam a Palestina do século I sofriam debaixo da opressão estrangeira em que impostos abusivos eram cobrados, revoltosos eram condenados brutalmente à crucificação e havia muitas injustiças cometidas contra os pobres. Fazia séculos que Israel não tinha mais seus monarcas pois havia perdido a condição de nação soberana desde o século VI a.C, passando então sucessivamente pelos domínios babilônico, persa, grego e romano.

Todavia, o Magnificat, que é o célebre cântico de Maria registrado em Lucas, traduz a esperança de um povo em meio a dor. O nascimento do frágil bebê que crescia em seu ventre significava Deus voltando a agir no curso da História. Daí ser lembrada a aliança do Senhor com Abraão (Lc 1:55), simbolizando que a misericórdia do Eterno não cessa no decorrer das gerações.

Foi com essa grande fé que Maria levou adiante sua gestação e Deus não a desamparou. No momento certo, José, seu noivo, compreendeu a situação depois de avisado em sonhos por um anjo. Confiando na Divina Providência, o casal seguiu para Belém, local de nascimento de Jesus, numa simples manjedoura, e depois, a família partiu para o Egito onde o Mestre foi poupado da ira do rei Herodes até a morte deste.

Todos esses obstáculos Maria superou com enorme coragem. Ela não só amou verdadeiramente o fruto de seu ventre como também creu no amanhã. Foi firme e deu à luz a um menino que, como bem sabemos, mudou o mundo com sua irresistível mensagem de amor.

Neste dia 11 de maio de 2014, no qual se comemora o dia das mães, que possamos nos recordar de Maria de Nazaré. Que nela as mulheres se inspirem para vencer os desafios da maternidade!


OBS: A ilustração acima refere-se à obra Theotokos de Vladimir também conhecida como Nossa Senhora de Vladimir, Virgem de Vladimir ou Vladimirskaya. Trata-se de um ícone russo do século XII e que se encontra na galeria Tretyakov, Moscou. Extraí a imagem do acervo virtual da Wikipédia conforme consta em http://en.wikipedia.org/wiki/File:Vladimirskaya.jpg

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