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domingo, 6 de maio de 2012

Uma perigosíssima estrada cortando as matas do Rio de Janeiro

Tenho uma visão de ecologista quanto à perigosa Estrada Grajaú-Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Nas caminhadas que andei fazendo pelo Parque Nacional da Tijuca (PNT), a partir do Grajaú que é o bairro onde moro, pude constatar o quanto a Estrada Menezes Cortes (Grajaú-Jacarepaguá) é potencialmente danosa para o meio ambiente natural.

Ela tem pistas largas, sendo bem propícia para o abuso de velocidade dos motoristas e acidentes fatais já que suporta um volume de quase 40 mil veículos por dia, em média, ligando a região de Jacarepaguá e a Zona Norte, além de servir também como trajeto para o Centro.

Acredito que seria um grande benefício para a cidade do Rio de Janeiro se a referida via fosse transformada num tipo de estrada-parque com a redução da pista e disponibilização de espaço para uma ciclovia. Então, passariam a circular somente micro-ônibus e veículos menores, sempre em velocidade mais baixa para não atropelarem animais silvestres que cruzam a rodovia (e nem pessoas).

Penso que também poderia ser cobrado um eco-pedágio, cuja receita seria destinada para o PNT e também em melhorias para as comunidades carentes da área. Somente os moradores da região da estrada é que ficariam isentos do pedágio.

Vale lembrar que uma estrada-parque, conforme define Lauro da Silva, seria:

"um parque linear, de alto valor educativo, cultural, recreativo e panorâmico que protege faixas de terra ao longo de trechos ou a totalidade de caminhos, estradas ou vias de acesso, e cujos limites são estabelecidos com vistas à proteção de suas características e mantidos em estado natural ou seminatural, evitando-se obras que desfigurem o meio ambiente." (Ecologia: Manejo de Áreas Silvestres. Ministério do Meio ambiente, 1996)

Mais do que nunca está na hora do Rio de Janeiro começar a tomar medidas restritivas ao automóvel e que privilegiem o transporte coletivo, acompanhando a tendência ecológica das grandes cidades do mundo desenvolvido. Por mais que o carioca se queixe da lentidão do trânsito, isto não pode servir de pretexto para causar graves danos ambientais a um parque ecológico que é indispensável para a qualidade de vida das pessoas como é o PNT cujo setor D, em Jacarepaguá, ainda é uma área em recuperação.

Após anos de obscuridade, somente agora a sociedade está começando a acordar para o resgate da sua qualidade de vida. E, seguindo esta tendência, viadutos devem ser retirados, a água dos rios tratada, espaços naturais recuperados, ciclovias incentivadas e o transporte coletivo melhorado. Penso que é através da expansão do metrô e do trem, com novas linhas e melhoria das atuais, que o morador da cidade poderá deixar o seu carro na garagem (ou optar por não ter automóvel).

Portanto, é neste contexto, e pensando com racionalidade, que proponho mudanças para melhor na Estrada Menezes Cortes. E sinto que o Rio precisa urgente ter uma estrada-parque.


OBS: A imagem acima foi extraída da página da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro em http://www.rio.rj.gov.br/web/smtr/exibeconteudo?article-id=1840781

4 comentários:

  1. Muito bacana esse seu interesse eco-turístico Rodrigão. Creio que com seu conhecimento jurídico, vc pode contribuir muito com essa área.

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    1. Olá, Franklin!

      Obrigado por seu incentivo, amigo.

      Meu objetivo é justamente este. Proteger as áreas verdades da cidade, mas ao mesmo tempo encontrar soluções que tragam bem esatr social e conciliando os interesses dos mais pobres. Ou seja, desenvolver uma ecologia que inclua o ser humano.

      Além dos acidentes na rodovia, a área ainda está em processo de recuperação e ainda se encontra sujeita a incêndios. Acredito que buscando a sabedoria "do alto" agente consegue.

      Abraços.

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  2. Rodrigo,

    Eu adoraria caminhar num lugar desses. Desde é claro que a estrada tenha um bom acostamento.

    Desci certa vez a serra de Santos pela Imigrantes. São 15 Km Indescritíveis. Lindo lindo!

    Abraços!

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    1. Caro Doni,

      Pelo que soube certa vez, há uma rodovia ligando São Paulo até Santos que foi cosntruída por uma engenharia super moderna e que evita atropelamentos de animais silvestres, curvas perigosas e quedas de barreiras já que as obras não agridem tanto a topografia serrana. Isto porque ela estaria em grande parte suspensa em relação ao solo. Não sei se é a estrada a qual você se referiu.

      Já a estrada que liga os bairros de Grajaú e Jacarepaguá dentro do município do Rio de Janeiro, não seguiu as ecológicas endências da engenharia moderna. Ela tem pistas largas e oferece muito perigo para quem trafega ali com curvas bem fechadas. Porém, a ideia que tenho seria reduzir o espaço dos carros, instituir um pedágio e reservar um pedaço dela para ciclistas e pessoas que querem fazer suas caminhadas.

      Polêmico, não? Só que depois que as obras de expansão do metrô forem concluídas até à Zona Oeste e o prefeito inaugurar a Transcarioca, já não vai mais haver tanto motivo para os cidadãos usarem tanto o automóvel porque terão à sua dosposição um transporte coletivo menor e aí justificaria o governo local adotar medidas para reduzir o tráfego de veículos. E que mora na área não seria prejudicado pelo pedágio porque poderiam pedir isenção.

      Sei que muitos cariocas não vão gostar do que estou propondo, mas me parece o mais sensato. Afinal, são momentos como este em que precisamos provar que amamos mesmo o meio ambiente.

      Valeu aí pelos comentários. Abração!

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