Nas caminhadas que andei fazendo pelo Parque Nacional da Tijuca (PNT), a partir do Grajaú que é o bairro onde moro, pude constatar o quanto a Estrada Menezes Cortes (Grajaú-Jacarepaguá) é potencialmente danosa para o meio ambiente natural.
Ela tem pistas largas, sendo bem propícia para o abuso de velocidade dos motoristas e acidentes fatais já que suporta um volume de quase 40 mil veículos por dia, em média, ligando a região de Jacarepaguá e a Zona Norte, além de servir também como trajeto para o Centro.
Acredito que seria um grande benefício para a cidade do Rio de Janeiro se a referida via fosse transformada num tipo de estrada-parque com a redução da pista e disponibilização de espaço para uma ciclovia. Então, passariam a circular somente micro-ônibus e veículos menores, sempre em velocidade mais baixa para não atropelarem animais silvestres que cruzam a rodovia (e nem pessoas).
Penso que também poderia ser cobrado um eco-pedágio, cuja receita seria destinada para o PNT e também em melhorias para as comunidades carentes da área. Somente os moradores da região da estrada é que ficariam isentos do pedágio.
Vale lembrar que uma estrada-parque, conforme define Lauro da Silva, seria:
"um parque linear, de alto valor educativo, cultural, recreativo e panorâmico que protege faixas de terra ao longo de trechos ou a totalidade de caminhos, estradas ou vias de acesso, e cujos limites são estabelecidos com vistas à proteção de suas características e mantidos em estado natural ou seminatural, evitando-se obras que desfigurem o meio ambiente." (Ecologia: Manejo de Áreas Silvestres. Ministério do Meio ambiente, 1996)
Mais do que nunca está na hora do Rio de Janeiro começar a tomar medidas restritivas ao automóvel e que privilegiem o transporte coletivo, acompanhando a tendência ecológica das grandes cidades do mundo desenvolvido. Por mais que o carioca se queixe da lentidão do trânsito, isto não pode servir de pretexto para causar graves danos ambientais a um parque ecológico que é indispensável para a qualidade de vida das pessoas como é o PNT cujo setor D, em Jacarepaguá, ainda é uma área em recuperação.
Após anos de obscuridade, somente agora a sociedade está começando a acordar para o resgate da sua qualidade de vida. E, seguindo esta tendência, viadutos devem ser retirados, a água dos rios tratada, espaços naturais recuperados, ciclovias incentivadas e o transporte coletivo melhorado. Penso que é através da expansão do metrô e do trem, com novas linhas e melhoria das atuais, que o morador da cidade poderá deixar o seu carro na garagem (ou optar por não ter automóvel).
Portanto, é neste contexto, e pensando com racionalidade, que proponho mudanças para melhor na Estrada Menezes Cortes. E sinto que o Rio precisa urgente ter uma estrada-parque.
OBS: A imagem acima foi extraída da página da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro em http://www.rio.rj.gov.br/web/smtr/exibeconteudo?article-id=1840781
Muito bacana esse seu interesse eco-turístico Rodrigão. Creio que com seu conhecimento jurídico, vc pode contribuir muito com essa área.
ResponderExcluirOlá, Franklin!
ExcluirObrigado por seu incentivo, amigo.
Meu objetivo é justamente este. Proteger as áreas verdades da cidade, mas ao mesmo tempo encontrar soluções que tragam bem esatr social e conciliando os interesses dos mais pobres. Ou seja, desenvolver uma ecologia que inclua o ser humano.
Além dos acidentes na rodovia, a área ainda está em processo de recuperação e ainda se encontra sujeita a incêndios. Acredito que buscando a sabedoria "do alto" agente consegue.
Abraços.
Rodrigo,
ResponderExcluirEu adoraria caminhar num lugar desses. Desde é claro que a estrada tenha um bom acostamento.
Desci certa vez a serra de Santos pela Imigrantes. São 15 Km Indescritíveis. Lindo lindo!
Abraços!
Caro Doni,
ExcluirPelo que soube certa vez, há uma rodovia ligando São Paulo até Santos que foi cosntruída por uma engenharia super moderna e que evita atropelamentos de animais silvestres, curvas perigosas e quedas de barreiras já que as obras não agridem tanto a topografia serrana. Isto porque ela estaria em grande parte suspensa em relação ao solo. Não sei se é a estrada a qual você se referiu.
Já a estrada que liga os bairros de Grajaú e Jacarepaguá dentro do município do Rio de Janeiro, não seguiu as ecológicas endências da engenharia moderna. Ela tem pistas largas e oferece muito perigo para quem trafega ali com curvas bem fechadas. Porém, a ideia que tenho seria reduzir o espaço dos carros, instituir um pedágio e reservar um pedaço dela para ciclistas e pessoas que querem fazer suas caminhadas.
Polêmico, não? Só que depois que as obras de expansão do metrô forem concluídas até à Zona Oeste e o prefeito inaugurar a Transcarioca, já não vai mais haver tanto motivo para os cidadãos usarem tanto o automóvel porque terão à sua dosposição um transporte coletivo menor e aí justificaria o governo local adotar medidas para reduzir o tráfego de veículos. E que mora na área não seria prejudicado pelo pedágio porque poderiam pedir isenção.
Sei que muitos cariocas não vão gostar do que estou propondo, mas me parece o mais sensato. Afinal, são momentos como este em que precisamos provar que amamos mesmo o meio ambiente.
Valeu aí pelos comentários. Abração!