Nesta última terça-feira (08/05/2012), fui até o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão - Antonio Carlos Jobim) recepcionar o meu avô materno
Georges Phanardzis que veio de Costa Rica ao Brasil nos visitar. A chegada de seu voo pela empresa panamenha
COPA Airlines estava prevista para às 0:30 hs já na quarta feira (09/05). Entretanto, resolvi sair mais cedo de casa já que não possuo automóvel e pretendia seguir seguramente de ônibus para lá.
Ao contrário do terminal rodoviário Novo Rio, o aeroporto do Galeão é muito mal servido pelas linhas de ônibus urbanos. Logo que desembarca ali, o passageiro fica na dependência dos coletivos da
Real Auto Ônibus LTDA, caso não vá de táxi ou de carona. E não são muitos os veículos desta concessionária que circulam por ali de modo que o consumidor muitas das vezes fica indefinidamente aguardando por sua condução junto com as malas e já cansado de uma viagem longa.
Além disso, o itinerário da linha 2018 da Real não abrange os principais bairros da cidade conforme pode se verificar pela página da
Rio Ônibus na internet. Isto pode obrigar o passageiro a tomar dois ou mais ônibus no trajeto de sua casa até o aeroporto dependendo de onde ele mora, como é o meu caso. Por este motivo, ao sair daqui do Grajaú, precisei ir primeiro até o aeroporto Santos Dumont, situado no Centro do Rio, para então embarcar no veículo da Real. E para a minha perplexidade a passagem ainda custou o triplo da tarifa comumente praticada no município que é de R$ 2,75 (dois reais e setenta e cinco centavos). Indo de um terminal aéreo ao outro paguei R$ 10,00 (dez reais) num ônibus parador regular que apenas tem ar condicionado, bagageiro e poltronas mais macias. E, se fosse pela linha expressa, ainda sairia mais caro. Um roubo!
Caso eu estivesse na rodoviária Novo Rio e desejasse chegar ao aeroporto internacional, teria que esperar o tal carro da Real do lado de fora do terminal, totalmente exposto ao desconforto do ambiente. Isto porque o ônibus nem ao menos faz parada dentro dentro das plataformas diferente do que pude observar certa vez quando estive na rodoviária do Tietê em São Paulo. E o pior ainda é não existir um acesso direto por meio dos trilhos aos dois aeroportos e também à rodoviária, conforme já verifiquei em outras cidades pelo mundo (na capital paulista o metrô liga os dois terminais de ônibus ao Centro e demais bairros).
Como se já não bastasse o isolamento do Galeão e da rodoviária, testemunhei também que ambos os aeroportos ainda não estão devidamente adaptados para receber quem seja portador de deficiência visual. Faltam as indispensáveis faixas em relevo no chão (o piso tátil), algo indispensável para a locomoção com autonomia para esse expressivo grupo de pessoas com necessidades especiais. Deste modo, uma das principais portas de entrada do país evidencia para o resto do mundo a nossa vergonhosa falta de inclusão social.
Até quando vamos continuar mantendo essa nossa mentalidade de terceiro mundo sendo o Brasil umas das maiores economias do planeta?! Que crescimento é este em que a população do país mal se beneficia da riqueza produzida?!
Já que eu havia saído de casa cedo, pude caminhar com calma pelos dois aeroportos. Para não falar que só encontrei coisas negaivas, eis que, no terceiro piso Santos Dumont, vi uma interessante exposição contando a história da navegação com maquetes de vários tipos de navios utilizados em outras épocas. Por sua vez, no Galeão, fiquei olhando as lojas de souvenir e os estabelecimentos da praça de alimentação com seus preços moderadamente acima da média (há shoppings no Rio onde os valores são até mais altos do que nos aeroportos).
Contudo, num dos locais em que entrei, as vendedoras estavam orientadas a não aceitar cartões de crédito para importâncias consideradas baixas e ainda mentiram no começo dizendo que a sua empresa só trabalhava com a função débito. Depois, como demonstrei que pretendia levar várias camisetas com estampas turísticas do Rio de Janeiro, uma delas reconsiderou a resposta dada anteriormente e admitiu que agiam daquela maneira porque senão levariam “esporro” do patrão se a venda no cartão de crédito fosse pequena.
Tal situação exemplificou o quanto os comerciantes brasileiros carecem de transparência e de profissionalismo. Pois se um lojista decide por sua livre vontade trabalhar com cartões de crédito, ele não pode restringir as vendas a limites quantitativos dentro desta modalidade de pagamento. Vale ressaltar que ninguém está obrigado a aceitar cheques e cartões. Porém, no momento em que um estabelecimento faz a sua escolha de lidar com o público consumidor de uma maneira, torna-se necessário agir com coerência e não conforme a conveniência circunstancial.
Todavia, os meus olhares estavam mais voltados para as questões relacionadas à cidadania e à prestação dos serviços públicos do que para os conflitos decorrentes do não cumprimento das regras do direito privado. Fiquei feliz em reparar o atendimento de plantão do posto do Juizado Especial Cível no Galeão funcionando mesmo em horário noturno (o do Santos Dumont estava fechado naquele horário). E foi graças à presença da Justiça nos aeroportos bem movimentados que as companhias aéreas passaram a respeitar mais os seus clientes, tornando-se a atuação do Poder Judiciário importantíssima para amenizar a situação caótica na qual o Brasil mergulhou de uns anos para cá com o aumento de passageiros viajando de avião.
Lembrando do apagão aéreo, este tem sido a maior preocupação que envolve o Galeão de modo que o fato tornou-se até piada. Uns dizem que o fim do mundo previsto pelos maias não poderá acontecer em 2012 porque os aeroportos brasileiros não oferecem condições para o país receber um evento de tão grande porte. Assim, rimos da nossa própria tragédia com muito humor para não chorarmos porque a incompetência dos órgãos oficiais tem sido tão grande que o governo Dilma tardiamente resolveu apostar na privatização desses espaços.
Chegando perto do portão de desembarque dos voos internacionais, notei a existência de uma pequena salinha da Prefeitura ali destinada para o atendimento de pessoas deportadas. O local estava vazio e só tinha uma funcionária de plantão. Entrei ali e aproveitei para conversar com a jovem universitária Luciene sobre o serviço prestado pelo governo municipal.
Pouca gente faz ideia de como é dramática a deportação dos nossos compatriotas em terras estrangeiras. Muitos brasileiros que vão clandestinamente para o exterior em busca de uma vida melhor, correm o risco de perder todo o patrimônio conquistado quando são presos pela imigração. Finalmente, quando são enviados de volta para o país com uma mão na frente e outra atrás, tornam-se dependentes da assistência estatal assim que desembarcam em solo nacional, sendo o Rio de Janeiro umas das principais cidades de destino dos deportados.
Para piorar as coisas, a Prefeitura do Rio nem ao menos é capaz de fornecer uma passagem para a pessoa deportada ir para junto dos seus familiares em sua cidade de origem aqui no Brasil. Quando chegam à
Cidade Maravilhosa, elas são conduzidas ao abrigo municipal onde dividem o mesmo espaço com moradores de rua, os quais experimentam uma realidade totalmente diferente, sem que o governo nem ao menos se sensibilize com essa situação, a qual tende a se agravar cada dia mais por causa da crise econômica no exterior.
Conversando com a inteligente funcionária da Prefeitura, o tempo de espera passou bem rápido. Começamos falando da situação dos deportados e terminamos debatendo sobre a atuação das igrejas (Luciene é membro da Assembleia de Deus e faz parte do ministério de casais junto com seu esposo). Então, quando o relógio estava prestes a dar meia noite e meia, despedi-me dela e fui até à saída do desembarque esperar pelo meu avô.
Junto com o voo do Panamá chegou um outro da Argentina praticamente no mesmo horário. Fiquei esperando o vovô por mais de meia hora e deixamos o aeroporto depois de uma hora da madrugada voltando para o Grajaú num táxi (a companhia cobrou salgados R$ 79,00 pelo serviço). Com um trânsito mais tranquilo, rapidamente eu já estava em casa com ele.
Graças a este passeio que fiz, pude reparar detalhes de grande relevância num dos principais aeroportos do Brasil situado na cidade sede da final da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Constatei que muitas reformas estruturais ainda precisarão ser realizadas no
Tom Jobim e corremos o sério risco de que, na época dos eventos esportivos, o governo apenas tome umas medidas paliativas para ajudar provisoriamente na locomoção do turista estrangeiro enquanto que a circulação dos nacionais poderá enfrentar congestionamentos nas filas das empresas de aviação.
Lamentavelmente, assim é o Brasil. Mas até quando continuaremos caminhando desse jeito?!
OBS: A foto ilustrativa acima foi extraída do site oficial da Infraero em
http://www.infraero.gov.br/index.php/br/aeroportos/rio-de-janeiro/aeroporto-internacional-do-rio-de-janeiro.html
Cara, tomara que vc encontre os meios para viabilizar a transformação para melhor de todas essas constatações que tem feito. Quem sabe uma candidatura a vereador já não seria um bom começo?! Conhecendo sua integridade, creio que a cidade maravilhosa só teria a ganhar!
ResponderExcluirAmigo, Franklin.
ExcluirMais uma vez agradeço por seu apoio e incentivo, mas não sou candidato. Pelo menos não desta vez em que acabei de chegar ao Rio há quase 5 meses, estou ainda me situando na cidade e nem me encontro filiado num partido.
Antes de tudo, pretendo é fazer a "política de Deus" (lutar pelo reino celestial nos corações das pessoas e da sociedade). Meu ministério tem se baseado nestas duas palavras: ESPIRITUALIDADE e CIDADANIA. E junto também incluo o amor. Entendo que a espiritualidade não é algo alienado que fica confinado a orações em templos. Também não vejo a cidadania como um segmento da atuação humana, mas algo que se associa com o nosso ser integral e que precisa estar motivada por valores espirituais autênticos.
Se fosse ccandidato hoje, eu teria que jogar o jogo do sistema eleitoral... Teria que dançar conforme a música, adotar um discurso só para agradar o eleitor, lidar com as expectativas dos outros e fazer coisas que não me agradariam. E, se fosse ser sincero, teria dificuldades até dentro do partido quando admitisse que, se fosse eleito, certamente não mudaria o mundo e ainda correria o risco de fazer menos do que consigo estando aqui fora por causa dos compromissos de agenda.
Sendo um simples cidadão, pude já encaminhar há pouco uma denúncia à Infraero, através da internet, falando sobre o problema da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência visual. E, se fosse vereador, incentivaria o cidadão a agir assim também já que, em termos jurídicos, uma indicação legislativa aprovada pela Câmara e encaminhada ao governo federal teria o mesmo efeito do que uma simples reclamação, exceto pelo pso político.
Ora, será que agir como um educacionista no meio de um povo mal formado e informado sobre os seus direitos eu não contribuiria mais do que sendo mais um vereador?
O vereador tem como função típica principal fazer leis municiáis. Quando ele atua perante o governo para resolver assuntos ligados à área administrativa, a sua proposta tem o mesmo poder que qualquer cidadão, exceto pelo respaldo.
De qualquer maneira, Franklin, eu mais uma vez te agradeço e quem sabe não levo adiante a ideia que me deu para outras eleições?! Entrego nas mãos de Deus para que a vontade Dele se cumpra em minha vida, conforme o Seu querer e não o meu.
Grande abraço!
Rodrigo, ainda não li na íntegra o texto,mas já adianto que é uma vergonha, os aeroportos no mínimo deveriam ter uma condução de dentro dos aeroportos que transportassem os viajantes de um aeroporto ao outro e ainda parando na Rodoviária, já que está no caminho, e o nosso aeroporto do Galeão é muito difícil de chegar e em certos horários pra mim proibitivo mesmo com condução própria, de taxi então, vixe!! as poucas vezes que utilizei o Tom Jobim aluguei um carro e ainda saí morrendo de medo de alguém me pegar na próxima curva, achando que trazia algo valioso... Estou lendo por parte pois tenho q ir ali na VIVO resolver mais um problema: fatura abusiva da Internet, ÓH Céus!!! não é fácil ser brasileiro!!
ResponderExcluirOi Wilma.
ResponderExcluirObrigado por comentar.
Algumas companhias aéreas já transportam ops seus passageiros de um aeroporto ao outro quando eles estão em trânsito. Não tenho certeza, mas parece que a TAM já faz isto.
Infelizmente o ônibus não tem circulação tão frrequente e o valor da passagem é caro. E quanto ao táxi comum, existe um guichê onde é possível utilizar da tarifa pré-fixada (o preço chega a ser metade das demais companhias). Porém, assim que desembarcam no Galeão, muitos turistas, sejam estrangeiros ou não, são imediatamente captados pelas companhias de táxi especiais devido à falta de informnação.
Espero que consiga resolver o seu problema com a VIVO. Senão, pegue o número do protocolo e reclame na ANATEL. Certamente que a emrpesa dará um tratamento diferenciado. É o jeito...
Abraços.
Obrigada, vi ali no cantinho à esquerda...
ResponderExcluirLivrei-me com a Vivo de pagar R$121,00 q me cobravam indevidamente, aquilo ali parece que não tem critério pra nada, tudo é na base de muito estresse...e com apenas uns 15dias do novo contrato hoje já diminuíram a velocidade afirmando que já consumi meus 5Gigas, anteriormente eram 4G, aconteceu o mesmo, reclamei,passaram pra 5G...vou reclamar novamente. Como cansa!!!
Quanto ao táxi, confesso q só em ultíssimo caso, não me são confiáveis, e outro dia não tendo outro jeito, na Rodoviária, fiquei envergonhada, parecia urubu na carniça, no caso eu era a carniça, e tive que me aventurar, foi um leilão vergonhoso...por fim um ofereceu 50reais até ao Tom Jobim e eu por achar mais justo paguei 60reais, e também pra não me jogar praga, afinal ia andar de avião,rsrsrs e, é um bom estirão e com riscos para todos: o carro, eu e o motorista. Mas o preço me parece tabelado é de 69reais saindo da Rodoviária. Uma ótima semana.
Lidar com esas empresas de telefone gera muito estresse. ALgo que nem a ANATEL consegue dar conta de maneira satisfatória. Aliás, a ANATEL é suficientemente omissa para que c oisas deste tipo ocorram.
ResponderExcluirOs táxis de tarifa pré-fixada não podem cobrar nada além do que foi contratado. Qualquer quantia a mais viola o direito do consumidor. Mas, por outro lado, como não existe um taxpimetro ligado, o passageiro não pode, por exemplo, parar num local para fazer coisas e voltar ou ir além do percurso combinado. Se o passageiro paga para ir da rodoviária até Copacabana e depois ele resolve prosseguir até o Jardim Botânico, cria-se ali um novo contrato que passa a ser regualdo pelo taxímetro. Só que o problema seria onde o taxímetro seria ligado. Se o passageiro já está em Copacabana, será quando sair deste bairro, mas sendo antes de chegar em Copacabana, entrando num outro caminho, a situação já muda.
Os táxis amarelinhos quanto a cooperativa deles encontra-se estabelecida no terminal de transportes (aéreo ou rodoviário) são mais confiáveis do que aqueles que circulam por ali na busca de conseguir passageiros. Quando o passageiro desconhece a cidade e falta uma referência do taxista, ele se expõe a pagar mais caro com um motorista que pode ficar dando voltas a mais sem necessidade, e escolhendo caminhos mais longos para ganhar mais através do taxímetros. Por este motivo é que muitos preferem mesmo o sistema pré-pago. O preço é só aquele e, ainda que o trânsito engarrafe ou o motorista pegue um caminho mais longo, nada pode ser cobrado além. Aliás, neste sistema, os taxistas vão sempre querer chegar mais rápido .
My name is Maria Leovari and I am from Greece. I believe that George Phanardzis has been a friend/schoolmate of my father, who passed away on 20 June. Today I found a letter addressed to him from George Phanardzis dated 1998 and I remembered my dad talking to me about him, so I tried a google search. The letter contained some photos, too. If your grandfather was born and grew up in Egypt, it's the same person.
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