Páginas

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Turismando perto de casa

Desde o feriado da Semana Santa, tenho feito meus últimos passeios perto de casa, sem nem ao menos precisar tomar um ônibus. Dependendo somente dos meus pés, tenho conhecido com detalhes este pedacinho do Rio de Janeiro onde estou morando há quatro meses, apesar de já ter vivido aqui duas vezes: na infância (1976-1983) e adolescência (1988-1992).

Sou um cara que gosto de ir longe, mas também aprendi a viajar para perto. Na época de colégio, um professor de Matemática ensinou-me que o infinito não é encontrado apenas na grandeza dos numerais inteiros ou naturais. Entre zero e um, por exemplo, cabem incontáveis decimais: 0,1; 0,01; 0,001, 0,0001...

Assim, se falta a um viajante dinheiro e/ou tempo para sair do Rio de Janeiro rumo a Búzios, Porto Seguro, México, Europa e Austrália, ele tem a opção de conhecer com riqueza de detalhes a sua própria cidade. Pode visitar seus bairros, praias, ruas, praças, parques, museus, monumentos, prédios históricos, feiras, cachoeiras, picos, restaurantes, igrejas, ilhas, bibliotecas, etc. E ainda tem a oportunidade de pesquisar a respeito da história local afim de estabelecer ligações entre o presente e o passado, aprendendo sobre a essência do Universo tal como o filósofo Immanuel Kant (1724-1804) que, durante seus quase 80 anos de vida, praticamente não saiu da cidade onde nasceu na Prússia – Königsberg.

Diferente de Kant, o qual costumava dar seus passeios britanicamente às três e meia da tarde, não faço nada dentro da rotina. Vario bastante nas caminhadas e tenho procurado sempre um novo visual da minha cidade e, em especial, do Grajaú e de toda a região da Grande Tijuca. Para isto, tenho subido os morros do Rio de Janeiro, tanto nos parques ecológicos como nos bairros ricos e comunidades carentes. E acho que dei uma tremenda sorte em ter voltado para cá pouco depois da política de “pacificação”. Caso contrário, se ainda fosse na época do domínio territorial das facções de drogas, restariam poucos lugares para ir.

O Grajaú é um pacato bairro carioca e que dispõe de um belíssimo parque ecológico estadual de 55 hectares administrado pela Prefeitura Municipal. Suas matas integram-se com as do referenciado Parque Nacional da Tijuca. Próximo ao maior pico da localidade, com seus 444 metros, existe um vale cheio de cachoeirinhas do rio Joana e que agora estão podendo ser visitadas sem risco de balas perdidas decorrentes das guerras entre grupos criminosos rivais pelo controle dos pontos de venda de drogas.

Além do seu incrível potencial ecoturístico, o Grajaú oferece oportunidades de uma boa convivência social na principal praça do bairro. Caminhando pelas suas arborizadas ruas, pode-se deparar com lindas casas que passaram a valer milhões depois da política pacificadora. E até os apartamentos dos prédios antigos e sem elevador passaram a despertar um charme das décadas douradas de 50 e 60. Uns com pastilhas e outros com aconchegantes varandas. Isto sem esquecermos das pacatas vilas que, infelizmente, foram fechadas com portões de ferro nos tempos mais violentos.

Contudo, os meus passeios têm sido extensivos aos bairros próximos também. O Grajaú, como já dito, faz parte da Grande Tijuca. Do quarto andar onde fica meu apartamento, na Praça Edmundo Rego, avisto tanto o pico do bairro junto com as matas do Parque da Tijuca como também vejo para o outro lado uma parte do Morro dos Macacos, o Andaraí e do Sumaré com suas altas torres. E, mesmo com a explosão imobiliária de edifícios ocorrida nas últimas décadas do século XX, felizmente a minha janela não chega a ser apenas um “quadrado” de onde somente se “vê cimento armado” a exemplo da Rua Nascimento Silva 107 na famosa música Carta ao Tom de Vinicius de Moraes (1913-1980) com Toquinho.

Sendo vizinho a Vila Isabel e ao Andaraí, o Grajaú fica ao lado da Nova Divineia, uma das comunidades carentes do então denominado Complexo do Andaraí. Desde que retornei ao Rio, eu já tinha em meu coração o desejo de ir ao encontro de tais comunidades e de conhecer aquelas mais próximas do Grajaú nas quais jamais havia andado. Porém, foi durante a Semana Santa deste ano que resolvi caminhar além da rua Borda do Mato, na outra margem do rio Joana, onde conversei com pessoas da Divineia buscando informações sobre novas cachoeiras, trilhas, roteiros para trekking e mirantes naturais.

Naquele dia, primeiro subi um pontilhão bem no alto da Divineia, mas fui orientado a não entrar para dentro da mata sozinho rumo ao Morro do Encontro porque lá ainda não estaria pacificado. Retornei e acabei fazendo uma caminhada mais tranquila indo até o Andaraí onde fui sair no ponto final da linha 217 logo depois da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Na conversa que tive com uns rapazes da Divineia, pude perceber o envolvimento do grupo com interessantes projetos comunitários. Um deles contou-me que havia feito curso de guia turístico na região do Tinguá (Nova Iguaçu) e que pretendia levar pessoas para conhecer as cachoeiras daqui. Também compartilhou outras ideias tipo reabrir uma antiga trilha que já ligou o Grajaú ao Alto da Boavista hoje fechada.

Tão logo cheguei no Rio, comecei a indagar sobre a existência de algum caminho por dentro da floresta que pudesse servir de acesso ao portão principal do Parque Nacional da Tijuca prosseguindo depois até às praias da Zona Sul. Quando subi o pico do bairro em fevereiro, descobri um vale que daria caminho até o Alto da Boavista, mas que carece de uma trilha e, desde então, tenho defendido que haja um projeto ecoturístico aqui neste sentido.

Enquanto não realizo esta sonhada caminhada, vou inventando outras que são mais acessíveis no momento. Ainda no feriado, mais precisamente no Sábado de Aleluia, tomei um delicioso banho de cachoeira no rio Joana. E, no Domingo de Páscoa, fui com Núbia ao Parque Recanto do Trovador, entre Grajaú e Vila Isabel. Andando por ali, fiquei olhando para as caras e demoradas obras de revitalização empreendidas pela Prefeitura no local. Lembrei-me dos gostosos tempos de infância quando cheguei a correr livremente por aquela espaçosa área com mais de 35 hectares junto com coleguinhas de escola.

O Parque Recanto do Trovador foi o primeiro jardim zoológico do país construído na segunda metade do século XIX pelo abolicionista Barão de Drummond (1825-1897) quando criou o bairro de Vila Isabel em homenagem à filha do imperador D. Pedro II. Porém, como ele começou a amargar prejuízos financeiros com o sustento dos animais, após perder a ajuda do governo com a proclamação da República, Drummond teve a genial ideia de inventar uma loteria para arrecadar recursos financeiros. Nascia a poucos metros de minha casa o popular jogo do bicho...

Desejoso por conhecer melhor Vila Isabel, resolvi outro dia subir até o alto da Igreja de Santo Antônio de Lisboa, construída no comecinho do século XX no topo de um morro. Encontrei-a em obras de restauração e, com o consentimento dos pedreiros, fui até o alto da torre onde fica o sino da qual pude contemplar uma incrível vista da área. Pude ver tanto o Grajaú quanto a Tijuca, Vila Isabel e o Centro com a Ponte Rio-Niterói cruzando a Guanabara. E quanto à Vila Isabel, era possível reconhecer dali de cima a Praça Drummond, o Boulevard 28 de Setembro com suas calçadas musicais, o convento Nossa Senhora da Conceição da Ajuda onde ainda viviam as freiras enclausuradas, o prédio da Igreja Metodista (1920), a quadra da escola de samba que leva o nome do bairro e o shopping Iguatemi.

Mesmo após subir as escadas da Igreja de Santo Antônio, eu ainda encontrei fôlego para ir mais alto. Desejei conhecer o Morro dos Macacos que, assim como a Divineia e o Andaraí, está também pacificado. Então segui até uma unidade dos bombeiros, na Rua Oito de Dezembro, e iniciei a dura caminhada até o cruzeiro onde o BOPE certa vez havia colocado uma bandeira do Brasil.

Sinceramente, a vista do Morro dos Macacos é show de bola! Perto desse cruzeiro há um campo de futebol que fica iluminado à noite dando para avistá-lo da janela de um dos quartos do meu apartamento. Lá de cima, dá para ver não só a região da Grande Tijuca como pude reconhecer a outra parte da Zona Norte no outro lado, identificando a Igreja da Penha e o Morro do Alemão, lugares onde estive com Núbia no finalzinho de março.

http://doutorrodrigoluz.blogspot.com.br/2012/03/um-tur-pelos-bairros-da-zona-norte-do.html

Fiquei um pouco de tempo lá em cima olhando minha cidade de um ponto de vista que até tempos atrás não era possível olhar. Uma visão que, num duplo sentido, as pessoas eram incapazes de vislumbrar nas décadas anteriores a ponto do termo “morro” tornar-se sinônimo de favela no vocabulário usado pelo carioca ao invés de significar somente um relevo da geografia despido de qualquer preconceito. E, se os políticos que nos governaram tivessem tido um pouquinho mais de visão, lugares como o Morro dos Macacos já fariam parte dos roteiros turísticos do Rio de Janeiro há bastante tempo com uma estrutura básica para receber visitantes.

Meu último passeio foi neste sábado (14/04) pelas matas do Sumaré. Sai do Grajaú a pé e cheguei até à deliciosa rua Saboia Lima, tida como um símbolo dos anos dourados da Tijuca. Sem saída para carros, este logradouro é também o acesso para a represa do rio dos Trapicheiros, hoje de propriedade da CEDAE. Bem à direita do portão de entrada da represa fica a Praça Hans Klussmann com sua exótica floresta embelezada por esculturas de bichinhos de cerâmica feitos pela iniciativa de um morador local.

Sem estar consciente de que o acesso à represa estivesse proibido, passei pelo portão, peguei informações com um morador e fui andando pela trilha que segue pelo rio dos Trapicheiros. Depois segui por um caminho bem íngreme pelo lado direito até chegar a uma bifurcação onde novamente escolhi entrar à direita chegando à comunidade do Morro da Formiga.

Lá de cima pude desfrutar de mais um ângulo da vista do Rio voltado também para a região da Grande Tijuca. Foi possível contemplar o outro lado do Morro do Andaraí onde fica a comunidade do Borel e aproveitei a oportunidade para conversar com moradores do local sobre como de prosseguir por meio de trilhas até o Alto da Boavista. Entretanto, algumas pessoas dali desaconselharam-me a continuar o passeio, contando-me que o comando da UPP teria fechando o acesso para o Alto da Boavista por dentro da mata e que também já não era mais possível chegar às cachoeiras que existem neste sentido.

Passando do meio dia e com o sol forte, desci o Morro da Formiga através das escadarias que dão na rua da Cascata onde, coincidentemente, mora o namorado de minha irmã Marina. E, retornando a pé para o Grajaú, concluí este meu último passeio exausto deixando para conhecer a cachoeira no rio dos Trapicheiros, entre a Formiga e o Salgueiro, numa próxima ocasião Assim, passei o domingo descansando, saindo de casa só para assistir o culto numa igreja evangélica do bairro, pegar o finalzinho da feira orgânica que teve na pracinha daqui e fazer compras no mercado.


OBS: A primeira ilustração, a representação cartográfica da Grande Tijuca, tem sua autoria atribuída a Paulo Dornelles e foi extraída da Wikipédia em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:GRANDETIJUCA.jpg.
A autoria da segunda, extraída também da Wiki, é atribuída ao usuário Abrivio e se encontra em http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Grajau4.jpg
Já as outras três imagens foram extraídas do site UPP Repórter em http://upprj.com/wp/, sendo que a autoria das ilustrações são atribuídas, respectivamente, a Moskow (Blog da Pacificação), Priscila Marotti e Analder Lopes. A policial militar desta última foto trata-se da capitã Alessandra Carvalhaes.

10 comentários:

  1. KARAKA MEU!! SE EU MORASSE PERTO DE VC, COM CERTEZA IRIA SER SEU PARCEIRO DE AVENURAS TURÍSTICAS (se permitisse um cara que gosta de aprontar loucuras junto), GOSTO DEMAIS DISSO BROTHER!!! VEJO QUE ESTÁ APROVEITANDO BEM ESSA NOVA FASE NO RIO RODRIGÃO, FICO FELIZ POR VC!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fala, Franklin!

      Seria um prazer caminhar contigo, meu brother!

      O Rio de Janeiro realmente oferece incríveis opções de passeios e que estão sendo agora ampliadas com a redução da violência.

      Mas caminhando por essas comunidades carentes, tenho tido o desejo cada vez maior de desenvolver um trabalho social e evangelístico. Levar um evangelho que seja vivo, transformador e convocando as pessoas para transformarem positivamente a realidade onde vivem.

      De qualquer modo, eu não seria o primeiro a fazer isto. Caminhando por aí, tenho visto projetos sendo realizados. E, inclusive, notei que tais comunidades estão tendo mais quadras de esporte e opções de lazer.

      Enfim, é a minha nova fase de vida junto com a nova fase do Rio, sendo que isto se trata de um processo que, a meu ver, independe dos governos local e regional. É a sociedade se mexendo, oq ue também me influencia.

      Abraços.

      Excluir
  2. Olá, sem querer ser chato, mas o rio que desce o vale da cachoeira (caminho do Marumbi - Trilha do Pico do Perdido no final da rua Marianópolis) é o Rio Perdido e a sua direita (sentido borda do mato) o Rio Jacó.

    O Rio Joana é aquele que passa pelo antigo Boulevard e também atrás do hospital Pedro Ernesto, em Vila Isabel.

    A trilha que liga a Floresta da Tijuca com Grajaú (passando pelo Pico do Perdido) já existe a zilhões de anos, porém é uma área em recuperação do parque (sofre com constantes incêndios, essa semana teve mais um) e o parque nãi autoriza caminhadas por lá, embora tenha grupos que façam essa caminhada.

    Abraços.

    Jerê

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Jerê,

      Sejam bem vindo ao meu blogue!

      Primeiramente, muito obrigado pelos esclarecimentos. Eles são fundamentais porque faltam mais placas, informações escritas e orientações da administração do PNT nestas trilhas.

      No entanto, o que você colocou me faz indagar sobre onde começa o rio Joana? Qual seria a sua nascente principal? Será então aquela que forma o rio do Perdido, sendo que o rio Joana só receberia este nome quando as águas dois dois cursos d'água se juntam na Borda do Mato? Agora fiquei curioso... (rsrsrs)

      Realmente a trilha que liga o grajaú ao Alto da Boavista existe, mas como bem colocou trata-se de uma área de recuperação do parque e por isto o caminho não estaria "limpo". Na caminhada que fiz em fevereiro, acredito ter encontrado o vale que me levaria ao Alto da Boavista. É o que relatei aqui no blogue:


      Diferente da entrada pincipal do Parque da Tijuca, situada no Alto da Boavista, não existe nenhum controle sobre quem transita pelas matas do Grajaú passando por ali. Não há nenhum funcionário no local para recepcionar o turista sendo que apenas se vê uma placa com o logotipo do IBAMA pedindo para que as pessoas ajudem a preservar a natureza. E, logo do outro lado da portaria, é muito comum encontrar oferendas de macumba e lixo pelo caminho, não havendo nem ao menos placas com informações sobre uma velha casa em ruínas no meio da floresta.

      Apesar disto, procurei aproveitar o passeio e fazer um reconhecimento melhor da trilha buscando perceber a existência de outros caminhos alternativos já que tinha ouvido histórias de gente que fez travessias pela mata até a entrada principal do Parque da Tijuca. E, na tentativa de interpretar o ambiente, identifiquei mais ou menos onde seria o vale que serviria de acesso para a direção do Pico da Tijuca, mas preferi não me aventurar pela ausência de uma trilha. Daí retornei e prossegui em direção ao pico do Grajaú, tendo alcançado um grupo de rapazes que estavam indo pra lá.


      (trecho publicado no artigo Caminhando pelas florestas do Rio de Janeiro, de 26/02/2012, em http://doutorrodrigoluz.blogspot.com.br/2012/02/caminhando-pelas-florestas-do-rio-de.html )


      Realmente é importante que, na ausência de um projeto ecoturístico o parque não autoriza esta caminhada que, conforme um segurança da rua Marianópolis confirmou-me este mês, existiriam grupos que têm feito suas caminhadas ali e que, geralmente, vêm descendo do Alto da Boavista pra cá. E acho que nestas condições, com riscos de incêndios nas matas, não é bom por causa da segurança do meio ambiente.

      De qualquer modo, eu defendo a polêmica proposta de que exista um roteiro de caminhada ali definido pelo PNT, com placas, funcionários na portaria da rua Marianópolis e cercas para as pessoas não saírem da trilha que passaria a receber uma manutenção periódica. Lógico que esta ideia precisaria ser aprovada democraticamente pelo Conselho Gestor do PNT e em harmonia com os planos de segurança da cidade e de recuperação ambiental.

      Particularmente, sou um ambientalista que não sigo uma linha radical do preservacionismo. Ainda mais em se tratando de uma unidade de conservação como o PNT que se destina mais ao lazer comunitário e turístico do que para a conservação de espécies ameaçadas de extinção. Enquanto na Serra do Mar acho que precisa haver maior restrição, penso que, no PNT, o foco principal precisa ser o desenvolvimento de um ecoturismo com margem mais ampla de sustentabilidade.

      Abraços e obrigado pela participação. Suas considerações são bem vindas!

      Excluir
  3. Olá,

    O Rio Jona nasce na encosta do Morro do Elefante e a sua foz é no Rio Maracanã. O Rio Joana recebe os rios Andaraí (Serra do Andaraí), Cachorros (Indefinido), Cascata (Noroeste do Morro da Formiga) e Jacó.

    A trilha que liga começa no Caminho do Morro do Elefante, chegando até sua linha de cumeada (onde fica tudo abertão), depois desce até um colo e de lá segue passando por um capinzal até a base do Pico do Perdido, depois é só descer o caminho do Marumbi, passando pela Vila Rica e chegando no portão do final da rua Marianópolis.

    A tal "casa em ruínas" são as Ruínas da Fazenda Vila Rica, essas e outras informações vc pode adquirir vendo um mapa oficial. Aquela região não há controle pq nao há efetivo disponível, placas as vezes colocamos em alguns lugares nos mutirões, mas em determinados locais, acaba sofrendo com ações de vandalismo, sendo arrancadas e/ou pichadas, a questão do lixo, foi feito um mutirão com voluntários e monitores ambientais do PNT em fevereiro, onde foram retirados uma caçamba lotada de lixo do rio Perdido.


    Essa trilha até o Pico do Perdido é bem frequentada, a travessia nem tanto. Chance de ter projeto ecoturístico do parque nessa área é zero, uma vez sendo uma área de recuperação e já estipulada no plano de manejo.

    PNT é um parque onde o objetivo principal é estimular a visitação consciente.

    Abs

    Jerê

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Amigo,

      Mais uma vez te agradeço pelos esclarecimentos. Porém, agora surgiu mais uma dúvida. É que não compreendi como o rio da Cascata, que nasce no noroeste Morro da Formiga, torna-se formador do rio Joana se, em tal caso, ele não iria ter que desaguar na margem direita do rio Maracanã (o principal)? Confesso que agora fiquei um pouco confuso... (rsrsrs)


      Ainda não subi o Morro do Elefante e estou tentando identificá-lo da janela daqui de casa. Deve ser interessante a vista lá de cima. Já estive no Pico do Perdido (recentemente), bem como já subi no da Tijuca e no Papagaio (alguns anos atrás).


      Acho uma pena um projeto de ecoturismo de travessia não poder ser contemplado no plano de manejo do parque. Pois pelo menos uma visitação guiada já seria bom. Inclusive para o guia mostrar ao interessado os projetos de reflerestamento dentro da UC e quem sabe até atrair novos voluntários. E penso que, como o trecho que vai do portão da rua Marianópolis até o alto do pico do Grajaú é bem frequentado, torna-se necessário nos adequarmos à realidade para que haja um projeto de ecoturismo numa parte do local. Do contrário, pessoas continuarão fazendo usos indevidos largando lixo, acendendo fogueiras, perdendo-se nas matas, etc.


      Sobre o mutirão feito aqui eu fiquei sabendo após a sua ocorrência pela Ester lá no grupo de discussões sobre o parque no Facebook. Não sei se houve outros colaboradores além dos voluntários, mas penso que tanto no Grajaú quanto na Divineia surgiriam interesados em dar apoio aos trabalhos e quem sabe até desenvolverem em parceria a manutenção do local. Ainda mais pelo fato dos moradores da área utilizarem com frequência as cachoeiras dali e fazerem subidas ao pico e treinamentos de montanhismo, penso que seria mais um interesse para prestarem auxílio.


      Não concorda?


      Abraços.

      Excluir
  4. Quem ajudou foram os voluntarios do parque, como sempre, nao vi ninguem de nenhuma comunidade ajudando nao. O Voluntariado do PNT é bem legal e vai mta gente, próximo mutirão será 19/05 na Pedra Bonita.

    Abraços.

    Jerê

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Caro Jerê,

      Mais uma vez obrigado por responder e ainda espero uma oportunidade de conhecer este grupo de voluntários, embora eu procure focar a minha atuação mais aqui no Grajaú e adjacências.

      Neste sábado, estive na área do PNT que você mencionou num outro comentário acima que teria sido atingida por um incêndio, pelo que pude concluir que o local ainda não está mesmo em condições de receber um projeto de visitação.

      Subi pelo caminho do Marumbi, deixei o Pico do Perdido para trás e cheguei numa área descampada onde vi umas torres sustentando cabos de energia. Ali, por ser um capinzal, eu me confundi e acabei indo na direção da estrada Grajaú-Jacarepaguá, pensando estar me aproximando da Piscina do Cigano. Só que aí como nest área fica a comunicade do Encontro e não conheço ninguém ali, ao invés da Divineia onde estou frequentando e se encontra pacificada, resolvi retornar.

      Achei uma pena mesmo ter ocorrido um incêndio ali.

      ANtes de subir pelo Marumbi, caminhei pelas matas da Divineia e, sbindo pelas matas que têm pra cima de uma casa e de um local de captação de água, antes de um pontilhão, cheguei até um belo mirante natural. Dali dá pra ver o Grajaú por outro ângulo, mas não consegui enchergar muito além porque o tempo não estava bom. Ainda na parte da manhã ameaçava chuva, o que acabou ocorrendo no fim da tarde de hoje aqui no Grajaú.

      Neste outro caminho que fiz, subindo pela Divineia, a trilha só está boa até este ponto. Tentei prosseguir subindo mais, porém o caminho estava cheio de picão e foi se fechando. E, quando as coisas vão ficando difíceis, estando eu sozinho, não arrisco e volto por onde eu vim.

      Enfim, aos poucos vou conhecendo em detalhes o parque, o que considero essencial antes de propor coisas ao conselho gestor da unidade.

      Grande abraço!

      Excluir
    2. A Represa dos Ciganos fica distante, ela se localiza na direção do Hospital Cardoso Fontes, há um caminho do outro lado da estrada que leva até lá.

      Existe um outro vindo da floresta da tijuca, mas é bem complicado e não permitido pela administração.

      Experimente conhecer o setor A do PNT pela Floresta da Tijuca ao invés da borda, é bem mais interessante!

      Abs

      Jerê

      Excluir
    3. Obrigado pelas dias, Jerê!

      Realmente é melhor mesmo começar a conhecer a área pelo setor A do parque onde estão as principais atrações e roteiros já definidos. Gostaria muito se pudesse sair daqui do Grajaú caminhando pela mata e chegar até o Alto da Boavista, o que seria mais animador do que tomar dois ônibus de minha casa até lá (um até a Rua Conde de Bonfim e outro desses que vão pra Barra da Tijuca pelo alto da serra). Acho que, se o Grajaú tivesse uma outra entrada do PNT unida a do Alto da Boavista incentivaria bastante um turismo no bairro.

      Meus passeios pela Borda do Mato têm sido mais motivados para fins de reconhecimento da área onde moro afim de descobrir as potencialidades de ecoturismo aqui e familiarizar-me com a região apreciando as vistas dos difernetes pontos de observação: Andaraí, Pico do Perdido, Igreja de Santo Antônio e Morro dos Macacos, dentre outros. Tem valido a pena!

      Nestas andanças, pude constatar sobre o quanto a rodovia Grajaú-Jacarepaguá é danosa para o parque. Acho que seria um grande benefício para a cidade se a via fosse transformada num tipo de estrada parque em que circulariam somente microônibus e veículos menores em velocidade baixa. Também poderia ser cobrado um eco-pedágio que seria revertido em receita para o parque. Somente os moradores ficariam isentos. E havendo algum turismo ali na Represa dos Ciganos, os frequentadores se tornariam aliados da conservação do meio ambiente e defensores da estrada-parque e quem sabe de um projeto maior capaz de unir futuramente as matas do PNT com o Parque Est. da Pedra Branca através de um corredor de biodiversidade.

      Paralelamente, os moradores seriam preparados apra lidarem com a natureza, uma necessidade que tenho notado em minhas andanças. Tanto na Divineia como na Formiga e no Salgueiro, as pessoas têm se queixado do aumento da mata e reclamado do aparecimento de animais nativos em suas residências como cobras, macacos, etc. Bem, confrontando-me com esta realidade (se fosse comigo eu acharia ótimo ver um macaco passeando pelo meu quintal), penso que um projeto de inclusão eco-social das comunidades carentes seria interessante afim de que pessoas desses locais sejam economicamente beneficiadas com o PNT e com o ecoturismo.

      De qualquer modo, preciso ainda conhecer como andam oecoturismo e a participação da sociedade civil na dese do PNT lá no Alto da Boavista. Desde que cheguei ao Rio, ainda não voltei lá. Aliás, faz anos que não ando no setor A pela Floresta da Tijuca. Morando ainda em Nova Friburgo, fiz umas caminhadas ali quando vim ao Rio visitar a família. Numa delas subi ao Pico da Tijuca e, em outra, fui ao Pico do Papagaio. Certamente que, se eu voltar lá, reconhecerei mais lugares denro do Rio de Janeiro. Semf alar que ainda existem outros morros e trilhas nesta área para andar.

      Abraços.

      Excluir