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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Tenham todos uma feliz Páscoa!


Eu comemoro a Páscoa!

Faço isto não porque nasci numa família católica ou por ter recebido uma sólida formação teológica no meio batista. Mas continuo celebrando a Páscoa porque vejo significado em manter esta importantíssima tradição judaico-cristã em meus costumes.

Não necessito ir a uma igreja ou a uma congregação para festejar a Páscoa. Posso fazer isto na companhia de meus familiares e me lembrando do que representa a ressurreição de Jesus bem como a libertação do povo hebreu da escravidão egípcia. Tão pouco preciso estar comendo ovos de chocolate, sendo que de modo algum sou contra quem se alimente de doces nesta época do ano. Muito menos me incomodam as maneiras tradicionalistas de pessoas ou grupos ortodoxos reunirem-se na Páscoa.

Lembrando-me de Moisés, a Páscoa é para mim uma declaração de liberdade. É o convite de Deus para não mais permanecer condicionado às escravizantes compulsões que alimentamos dentro de nós. As coisas erradas que praticamos e tanto nos impedem de escrever uma linda história de vida.

Recordando-me de Jesus, Páscoa representa novidade de vida. Também me diz que a nossa existência em Deus é eterna, multidimensional e acima das limitações físicas. Significa que, tal como Cristo, nós também não acabamos e recebemos o seu tranquilizador recado:

"Paz seja convosco!"

Assim, a Páscoa torna-se um especial momento de renovação das esperanças, uma oportunidade de encararmos os desafios com uma nova perspectiva. Refletindo sobre a ressurreição, podemos finalizar longos dias de luto, sairmos da caverna das emoções tristes e darmos a volta por cima. E, com fé, rompemos com aquelas dificuldades que tanto aprisionam a alma.

Que neste mês de abril, a Luz da Páscoa possa iluminar seu coração, trazendo ânimo novo e clareza para seus olhos. E, deste modo, reitero meus votos de feliz Páscoa, desejando que você a celebre com as pessoas próximas a si mas, primeiramente, em seu coração na busca de compreender melhor a profundidade do mistério pascal.


OBS: A ilustração acima trata-se de uma obra do pintor francês Noël Coypel (1628-1707) retratanto a ressurreição de Jesus.

5 comentários:

  1. Rodrigão, vc já sabe minha opinião sobre práticas judaicas.

    Nada contra desde que não queiram colocar isso justificando teológicamente como praxis do N.T. ou fazendo das mesmas campanhas marketeiras.

    Um judeu tabajara maluco que foi pregar na "minha" igreja quando eu ainda não era o pastor titular (pois se já fosse aquele malacabado nem tinha botado os pés naquele lugar), disse que a igreja deveria celebrar a páscoa pois quando assim fazia os demônios territoriais eram amarrados e impedidos de agir assim como foram impedidos de agir no êxodo.

    Dorme no barulho desse judeu insano!!! Minha vontade era de dar uns tabefes naquele sem vergonha que rapou o caixa da igreja com o aval de um outro picareta (o titular da comunidade na época).

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  2. Rodrigão


    Entendo que a páscoa deve ser algo permanente em nós. Estamos sempre de passagem pelos revoltos mares da vida, e não devemos andar ansiosos, pois cada dia tem o seu mal a ser vencido, como se referiu Cristo em Mateus 6: 34. Consequentemente, a cada dia, temos de enfrentar a nossa páscoa (passagem)individual.

    Portanto ao te dizer boa páscoa , eu estou te dando um bom dia (rsrs)

    Abraços,

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  3. Olha só o Nobre Mago heim... Psicanálise com espiritualidade, senti até uma certa unção pascalina!!! rsrsrs

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  4. Caro Franklin,

    Penso que há muito que a Páscoa celebrada por cristãos deixou de ser uma prática judaizante. Entendo a posição de algumas igrejas evangélicas quando elas dizem que o cristão não celebra a Páscoa. Porém, as que celebram, como fazem muitas congregações batistas, estão dando um outros significado ao momento, diferente da situação que colocou.

    Realmente este cara que foi em sua ex-igreja parece ter sido mesmo mais um "tabajara". Hoje em dia, muitos judeus entendem que grande parte da Torá de Moisés, mais no ques diz respeito aos usos, costumes e festas, aplica-se somente ao povo de Israel, discernindo muito bem a cultura da espiritualidade. E aí o aprendizado da Torá para os não judeus fioca mesmo é na essência dos mandamentos.

    A meu ver, tanto a Páscoa cristã como a Pessach judaica são eventos que podemos apreciar sem religiosidade. Quando nós nos descontruímos de certos dogmas e doutrinas, aprendemos então a saborear de uma nova maneira aquilo que é culturalmente praticado. Então, nestas horas, aproveitamos um momento como a Páscoa para fins pedagógicos e transmitirmos ensinamentos mais profundos do que a prática superficial das religiões.

    Por ser um país de maioria católica (ainda que nem todos sejam praticantes), e também haver igrejas evangélicas que celebram a Páscoa, entendo ser oportuno o momento para uma evangelização. Algo que possa contribuir para a nossa elevação ao invés de se fazer um mero repeteco das tradições cristãs.

    Abraços.

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  5. Prezado levi,

    Assim como o nosso amigo Franklin, aprecio bastante o que colocou.

    Obrigado pelo seu valioso complemento, mestre!

    Bem lembrou acerca do significado da palavra hebraica Pessach. Pois realmente a vida aqui é uma eterna passagem embora, na prática, estamos sempre num lugar só. Ou em nenhum lugar...

    Mas posso também significar a Páscoa como o caminho para chegarmos à lucidez através da sobriedade e da luta que travamos contra o medo, superando-o. E aí entra o evangelho do esclarecimento que é fundamental para que a humandiade em sua Páscoa coletiva possa sair da anestesia do medo e ter uma nova perspectiva a respeito daquilo que a atemoriza.

    Assim como os israelitas temiam os egípcios pelos medos de mentira que lhe seram incutidos, mas foram acordados por Moisés para se libertarem daquelas correntes interiores, nós também podemos em nossa Páscoa tomarmos consciência das coisas que nos escravizam.

    Até quando as pessoas continuarão presas às falsas promessas, enganos psíquicos, mecanismos de coação psicólogica das religiões, ameaças dos poderosos, com medo da violência urbana nas cidades, vivendo sob a falsa crença que fulaninho é um "homem de Deus", ou pensando que tudo se resolve por si mesmo, dentre outras coisas mais que alimentamos na nossa mente?

    Mais do que nunca precisamos fazer da evangelização um instrumento para esclarecer as pessoas e levá-las a uma atitude libertadora.

    Que a "unção pascalina" (palavras do Franklin) possam integrar o nosso cotidiano!

    Valeu!

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