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terça-feira, 18 de junho de 2024

O Apelo de 18 de Junho



Há exatos 84 anos, mais precisamente em 18 de junho de 1940, o general Charles de Gaulle (1890 - 1970) discursava na rádio de Londres, na qual apelava à continuação dos combates contra a Alemanha nazista e previa a mundialização da guerra. Esse discurso - pouco ouvido na época, porém publicado na imprensa francesa no dia seguinte, e divulgado pelas rádios estrangeiras - é considerado o texto fundador da resistência francesa:


"Os líderes que, por muitos anos, estiveram à frente dos exércitos franceses, formaram um governo. Este governo, alegando que nossos exércitos seriam desfeitos, concordou com o inimigo em parar de lutar. Claro, fomos subjugados pelas forças mecanizadas, terrestres e aéreas do inimigo. Infinitamente mais do que seu número, foram os tanques, os aviões, as táticas dos alemães que nos fizeram recuar. Foram os tanques, os aviões, as táticas dos alemães que surpreenderam nossos líderes. o ponto de trazê-los onde estão hoje.

Mas a última palavra foi dita? A esperança deve desaparecer? A derrota é definitiva? Não!
Acredite em mim, falo com você com pleno conhecimento dos fatos e lhe digo que nada está perdido para a França. O mesmo meio que nos superou pode nos levar a um dia de vitória. Pois a França não está só! Ela não está sozinha! Ela não está sozinha! Ela tem um vasto Império por trás dela. Ela pode se aliar ao Império Britânico que mantém o mar e continua a lutar. Ela pode, como a Inglaterra, usar sem limites a imensa indústria dos Estados Unidos.
Esta guerra não se limita ao infeliz território do nosso país. Esta guerra não se acaba com a batalha da França. Esta guerra é uma guerra mundial. Todas as faltas, todos os atrasos, todo o sofrimento, não impedem que haja estar, no mundo, todos os meios necessários para um dia esmagar nossos inimigos. Vencidos hoje pela força mecânica, seremos capazes de superar no futuro por uma força mecânica superior. O destino do mundo está aqui. Eu, General de Gaulle, atualmente em Londres, convido os oficiais e os soldados franceses que se encontrem em território britânico ou que aí venham, com ou sem armas, convido os engenheiros e os trabalhadores especiais das indústrias de armamento que se encontram em território britânico ou quem viesse lá, para se colocar em contato comigo.
Aconteça o que acontecer, a chama da resistência francesa não deve ser apagada e não será apagada."

Lendo hoje essas encorajadoras palavras que foram ditas numa época tenebrosa e refletindo sobre a covarde invasão russa da Ucrânia, sem dúvida não é mera coincidência a possibilidade de repetição de alguns fatos nos dias atuais, tendo em vista que a guerra tende a se tornar europeia e, talvez, mundial.

Em todo caso, espero que o condenado Trump não volte nunca mais à Casa Branca e que Zelenski jamais fique só.

Que todo o Ocidente apoie a Ucrânia!

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