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domingo, 16 de junho de 2024

Atualizando o Discurso da Casa Dividida



Em 16 de junho de 1858, antes de se tornar presidente dos EUA, quando disputou uma eleição para o Senado, Abraham Lincoln proferiu um dos seus mais célebres discursos até hoje reverenciados. 


Tomando por base uma citação atribuída a Jesus no verso 25 do capítulo 12 do Evangelho de Mateus, na qual o Mestre disse que toda cidade ou casa dividida contra si mesma não subsistiria, Lincoln demonstrou o quanto seu país precisava se unir para superar o grave problema da escravidão. Esta, por sua vez, sabemos que levou os americanos a lutarem entre si numa sangrenta guerra civil (1861-1865).


"'Uma casa dividida contra si mesma não pode permanecer'. Eu acredito que este governo não pode suportar, permanentemente, ser metade escravo e metade livre. Eu não espero a divisão da União - Eu não espero ver a casa cair - mas espero que ela deixe de ser dividida. Ela terá que se tornar toda uma coisa ou outra.

Ou os adversários da escravidão irão deter a propagação da mesma, e a opinião pública deve repousar na crença de que deva ser extinta definitivamente, ou seus defensores irão estendê-la adiante, até que ela se torne legal em todos os Estados, velhos ou novos - Norte como no Sul."


Felizmente a escravidão acabou nos Estados Unidos e, décadas depois, foi a vez do Brasil abolir também essa vil exploração do trabalho humano. No entanto, a desigualdade social permanece até hoje em ambos os países, sendo muito maior aqui do que por lá.


Se bem pensarmos, uma situação de desigualdade e de injustiças faz com que qualquer país, mesmo sem guerra civil, torne-se uma nação frágil e, consequentemente, derrotada. Principalmente se falta o básico para a população viver com dignidade.


Embora as políticas públicas tenham melhorado bem a condição do brasileiro depois de promulgada Constituição de 1988 (com exceção dos quatro anos do governo Bolsonaro), tendo a estabilidade monetária do Plano Real e os avanços dosa governos Lula e Dilma contribuído bastante nesse sentido, considero muito preocupante a maneira como muitos ainda vivem. E um dos problemas hoje enfrentado é o aumento dos preços dos alimentos não resolvido satisfatoriamente.


Por outro lado, temos também as fakenews que desinformam a população e causam divisões infundadas. Os destinatários dessas mensagens mentirosas, desprovidos de um mínimo de senso crítico, acabam reagindo de maneira equivocada, sem buscarem as fontes de informação ou desconhecendo-as.


Evidentemente que a polarização políticas acentuada promove essa divisão da sociedade no plano ideológico. Mas aí fica a seguinte indagação no ar: a quem interessa dividir e destruir a "casa" com notícias mentirosas?


Creio que, para sermos uma nação forte, devemos, ao mesmo tempo, manter e ampliar os programas sociais, bem como a riqueza do país, mas, nunca nos esquecermos de divulgar a informação certa, combatendo as fakenews. Pois, como se sabe, é com credibilidade e com bem estar social que se une a casa.


Ótima semana, pessoal!


OBS: Litografia de Leopold Grozelier retratando Abraham Lincoln como candidato republicano à presidência dos EUA em 1860, numa aparência mais jovem e sem barba.

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