"Mas aqueles que esperam no Senhor renovam as suas forças. Voam bem alto como águias; correm e não ficam exaustos, andam e não se cansam." (Isaías 40:31; NVI)
Quem é que não se recorda da triste ocasião em que a brasileira Fabiana Murer ficou de fora do pódio das Olimpíadas de Pequim (2008) quando houve o polêmico sumiço de sua vara?! Tratou-se de um bizarro incidente ocorrido naquela competição. Algo, inegavelmente, capaz de causar abalo emocional numa atleta que se preparou durante um longo tempo a fim de brigar pelas melhores posições na competição, de modo que ela acabou não acertando mais nenhum de seus saltos e ainda derrubou o sarrafo três vezes.
Nesta quarta-feira (26/08/2015), porém, Fabiana superou o drama que sofrera no estádio Ninho do Pássaro, conquistando a medalha de prata no salto com vara, com a marca de 4,90m. Ela, que há sete anos atrás havia prometido não mais retornar a Pequim, desta vez obteve justo na China a melhor marca de sua carreira, configurando, pois, o novo recorde sul-americano. E, tal como nos Jogos Pan-Americanos de Toronto, que tiveram excelente nível no salto com vara, a brasileira foi superada apenas pela cubana Yarisley Silva, a qual levou o ouro com 4,91m.
Da mesma maneira que os medalhistas do mundo esportivo, também passamos por momentos ruins em nossas caminhadas. Sofremos derrotas que muitas das vezes nos levam a querer desistir de tudo, despertando os mais diversos sentimentos negativos. É quando pensamos em abandonar os nossos sonhos, a carreira profissional, a família que amamos e até a fé.
Entretanto, precisamos ter em mente que as dificuldades surgem no nosso caminho para que possamos superar limites. E aí devemos nos inspirar na metáfora da renovação da águia, ave que possui a maior longevidade da classe (o animal chega a viver uns setenta anos).
Segundo os estudiosos, quando a águia alcança os seus quarenta anos de idade, ela se encontra com as unhas compridas e flexíveis, já não consegue mais agarrar as suas presas para alimentar-se, o bico torna-se curvo e voar já é não tão fácil. Então, a natureza só lhe oferece duas alternativas: morrer ou enfrentar um doloroso processo de renovação que pode durar uns cento e cinquenta dias.
Pode-se dizer que a renovação da águia consiste em se recolher num ninho próximo a um paredão no alto da montanha onde não será necessário voar. Ali o animal começa a bater com o bico em uma parede até conseguir arrancá-lo. Depois, com o nascimento de uma nova estrutura, ela vai arrancando suas unhas e passa a se livrar das velhas penas. Só após cinco meses parte para um vitorioso voo estando já renovada.
Não sei com suficiência de detalhes como foi o momento de renovação de nossa atleta para conseguir superar o traumático episódio das Olimpíadas de Pequim. Contudo, é certo que Fabiana precisou lutar contra sentimentos e pensamentos de derrota, sem se deixar levar pela improdutiva autocomiseração. Voltou a treinar e foi saltar novos obstáculos, sendo hoje uma das nossas candidatas ao ouro em 2016 no Rio.
Igualmente, amigos, precisamos pegar a nossa vara para transpormos as barreiras que surgem adiante. E, se nas sucessivas tentativas, caímos, não é o fim. Com fé, esperança e vontade de vencer, podemos dar a volta por cima rompendo em nós o limite. Então, uma vez renovados interiormente, temos a chance de alcançar um desempenho mais satisfatório do que os anteriores, ainda que os resultados não sejam os mesmos. Ou seja, é possível subir mais alto.
OBS: Foto extraída do site oficial da atleta em http://www.fabianamurer.com.br/noticias/319-2015-08-26-16-17-00
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