Neste mês completam-se setenta anos da Tomada de Monte Castello, considerada um dos mais importantes feitos do Exército brasileiro em toda a nossa história militar. Embora a mídia pouco esteja relembrando esse acontecimento, sabe-se que tal batalha foi decisiva para conter o avanço dos nazistas no norte da Itália durante a 2ª Guerra Mundial.
Sob o comando do marechal João Batista Mascarenhas de Morais (1883 — 1968), os valentes pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB) lutaram bravamente por três meses, durante os quais foram realizados seis ataques com um grande número de baixas. Enfrentando o rigoroso inverno europeu e o fogo intenso dos alemães, a 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária (1ª DIE) conseguiu tomar um estratégico reduto dos inimigos no dia 21 de fevereiro de 1945. E, a partir daí, abriu-se caminho para uma série de novas vitórias até à completa rendição dos nazistas em 08/05/45.
"O rigoroso inverno de 1944-45, suportado galhardamente por nossos soldados, caracterizou-se pela luta em torno do Monte Castello, importantíssima posição alemã que deveria ser conquistada pela 1ª DIE. Na luta por esse reduto, Mascarenhas de Morais confirmou a já sabida teoria de que os grandes generais não se revelam apenas na vitória, mas também na adversidade. Efetivamente, os dois primeiros assaltos brasileiros foram repelidos pelos alemães, fortemente instalados em suas posições. Aliás, em ambas as ocasiões, Mascarenhas não esteve no comando direto dos ataques, os quais foram dirigidos pelo general Zenóbio da Costa. Mas, sem desanimar com os reveses, o chefe brasileiro soube manter o ardor combativo de seus soldados, até o glorioso dia 21 de fevereiro de 1945. Nessa data, a 1ª DIE, sob a direção pessoal de Mascarenhas, tomou finalmente o Monte Castello, depois de uma árdua progressão realizada sob intenso fogo dos alemães, abrindo caminho para uma série de outros sucessos: Castelnuovo, Montese (a mais sangrenta batalha da campanha), Zocca..." (extraído de Grandes Datas Nacionais, Editora Michalany Ltda, 1997)
Ao todo, 1.916 brasileiros morreram em consequência das ações de guerra. Na FEB, foram 13 oficiais e 430 soldados que perderam a vida, além de 17 desaparecidos. Porém, pode-se dizer que, graças aos nossos bravos combatentes, a Itália recuperou a sua democracia ficando livre do terror nazista. A presença da Força Expedicionária na Europa tornou-se então valiosíssima para auxiliar os trabalhos do V Exército Norte-Americano, atuando como uma inegável ponta-de-lança.
Setenta anos depois dessa inesquecível conquista, o mundo vive agora uma outra ameaça que é o Estado Islâmico. Não só o Oriente Médio como a África e a Europa encontram-se ameaçados por terroristas organizados que hoje dominam porções territoriais na Síria, Iraque e até na Líbia. Vários jornalistas e cristãos já foram decapitados por esses criminosos sendo que um piloto jordaniano acabou queimado vivo numa jaula, o que caracteriza um ato de extrema crueldade e covardia.
Mais do que nunca o mundo precisa intervir pondo fim a essa barbárie enviando tropas terrestres da ONU antes que os terroristas se espalhem pelos cinco continentes. E, neste sentido, o Brasil não pode se omitir. Seja através da nossa diplomacia, bem como participando de ações militares, temos aí o dever de zelar pela vida e pela liberdade das pessoas.
Esta semana, apesar do Carnaval ser umas das principais manchetes dos jornais, a imprensa nacional deveria dar algum destaque às comemorações do episódio da Tomada de Monte Castello. Relembrar um passado de lutas e de glórias contribui para a significação do presente ajudando a projetar um futuro pacífico. Logo, vale a pena parabenizar mais uma vez os feitos de nossos soldados, os quais foram os verdadeiros heróis brasileiros do século XX.
OBS: Imagem acima extraída da galeria de fotos do Portal FEB, conforme consta em http://www.portalfeb.com.br/wp-content/gallery/fotos-da-feb-forca-expedicionaria-brasileira/feb-tomada-de-monte-castello.jpg
Gostaria de saber, como e porque Getúlio se acerta com os aliados, mandando homens sem treinamentos, sem uniformes, sem agasalho de frio, que ate foram mortos por ser confundidos pelos americanos com o inimigo?.
ResponderExcluirGostaria de mandar uma foto de Lamartine Neves, que a pouco tempo fiz recolocar o seu memorial num jardim na cidade de Aguaí - SP, mas ainda continua esquecido, onde ate poesia fizeram para uma pedra que la esta ao lado, mas esqueceram do Lamartine. jcarlosdestro@hotmail.com
Prezado José Carlos,
ExcluirInicialmente quero agradecê-lo por sua leitura e oportunos comentários.
De fato, a história oficial tendeu a glorificar mais os chefes e governantes sendo certo que Getúlio teve seus muitos pecados cometidos durante a guerra. Inclusive chegou a simpatizar com o nazi-fascismo mas acabou pressionado a se alinhar com os aliados. E, inegavelmente, os americanos nos usaram como ponta-de-lança na Itália para que os nossos pracinhas fizessem o trabalho mais arriscado.
Sobre a foto do Lamartine Neves pode enviá-la para minha contra no Facebook ou para o email rodrigoluz@yahoo.com
Ótimo final de semana!