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domingo, 7 de setembro de 2014

Não vamos desistir do Brasil!




Pouca gente deve ter se animado para assistir ao primeiro amistoso da seleção depois daquele vergonhoso mineiraço da Copa. Confesso que eu também não me sentia empolgado na noite desta última sexta-feira (05/09) e, vencido pelo sono, preferi dormir logo depois do Jornal Nacional.

No fundo, acho que o meu inconsciente queria comunicar-me que só voltaria a se interessar novamente por futebol quanto estivéssemos perto do próximo do Mundial, ou já na fase eliminatória da futura competição, caso o trabalho do Dunga convencesse. Porém, quando chegou o horário do Globo Esporte de ontem, acabei não resistindo à curiosidade sobre o resultado e ouvi com satisfação a notícia de que ganhamos da Colômbia com um decisivo gol do atacante Neymar, chamando-me a atenção o fato da equipe ter atuado com seriedade na partida. Ou seja, nossos jogadores demonstraram ali o desejo de escrever uma nova história, o que me pareceu um animador recomeço e que vai requerer uma dedicação contínua até chegarmos à Rússia em 2018 tendo em vista que ainda enfrentaremos uma disputada classificação pela frente entre as equipes da América do Sul.

Se bem lembrarmos, eis que milhões de brasileiros foram às ruas protestar e exigir mudanças na política entre junho e julho de 2013, sendo que agora estamos bem perto de confirmar esse desejo nas eleições. Ou seja, daqui a exatamente 27 dias iremos decidir quem irá administrar o Brasil pelos próximos quatro anos. Aliás, teremos que eleger não somente quem governará a federação e os nossos respectivos estados, como também os que vão elaborar as leis, votar o orçamento e apresentar propostas de interesse da coletividade.

Ora, apesar de tantos escândalos de corrupção e das mentiras pregadas pelos candidatos a cada campanha, iremos desistir de participar ativamente da democracia?!

Penso que não e a campanha de Marina Silva tem me inspirado a ser persistente nisto tendo em vista que, há menos de um mês atrás, a candidatura do PSB à Presidência sofreu um duro golpe com o acidente aéreo que matou Eduardo Campos dia 13/08. Aquele foi sem dúvida um evento inesperado para nós todos e que abalou o país. Porém, apesar da tragédia, as lideranças progressistas que amam o Brasil não desistiram de lutar de modo que a escolha de Marina Silva para encabeçar uma nova chapa foi bem acolhida pelo eleitor brasileiro e, principalmente, em Pernambuco, terra de Eduardo. Aliás, desde então, as intenções de voto não têm parado de crescer dando a entender que boa parte das pessoas sonha com mudança no cenário político, não pretendendo repetir mais os erros do passado (PT e PSDB).

É certo que, nesse momento tão importante, Dilma e Aécio não vão deixar de atacar Marina de maneira que ouviremos as piores distorções contra a pessoa da candidata. E, considerando o seu restrito tempo de televisão, se comparado com o da inchada coligação do PT, pode ser que o crescimento de Marina diminua um pouco nas semanas seguintes, o que é natural. Só que, quando chegar o segundo turno, as duas presidenciáveis serão confrontadas e terão espaços iguais na mídia durante a propaganda gratuita, sendo óbvio que a maior parte da votação de Aécio deve se transferir depois para Marina visto serem ambos de oposição e também por causa do menor índice de aprovação do governo.

Seja como for, nós os formadores de opinião não podemos desistir de influenciar os rumos da política brasileira, seja no período eleitoral ou fora dele, afim de construirmos uma pátria verdadeiramente livre em todos os sentidos. Continuaremos trabalhando para que, tanto nas ruas quanto nas urnas, o cidadão contribua para uma melhora significativa do país em todos os níveis, além de nos esforçarmos com nossos estudos, trabalho, pesquisas, ações voluntárias em favor do próximo, criação de novas ideias, etc. E, se Marina for a próxima presidente, teremos uma motivação a mais para nos mobilizarmos através dos movimentos sociais já que existe a real expectativa de sermos dialogalmente ouvidos em nossas reivindicações.

Quanto à seleção de futebol, desejo de todo o coração que o trabalho do Dunga vá bem. Sei que minha vida (e nem a de ninguém) não vai mudar se o Brasil conquistar o seu hexacampeonato em Moscou daqui uns quatro anos. Porém, a nossa participação na próxima Copa terá um sabor a mais caso a educação, a saúde, a habitação popular, o meio ambiente e a mobilidade urbana estejam em condições bem melhores do que atualmente.

Não vamos desistir do Brasil! Eu, porém, não vou. E estou junto com a Marina.

Uma boa semana a todos e parabéns à nação por mais um ano comemorativo da Independência!


OBS: A imagem acima foi extraída do site de notícias da Agência Brasil que mostra o Brasil no amistoso contra a Colômbia dia 05/09/2014 em que Neymar, o novo capitão do Brasil, marcou seu 36 gol pela seleção, sendo o quarto gol dele de falta. Os créditos autorais da foto são atribuídos Rafael Ribeiro / CBF, conforme consta em http://www.ebc.com.br/esportes/2014/09/brasil-vence-a-colombia-por-1-a-0-com-golaco-de-falta-de-neymar

7 comentários:

  1. Rodrigo, o governo petista já buscou essa maior aproximação com os movimentos sociais. O problema é que "movimento social" nem sempre reflete a sociedade, pois quase sempre, são cooptados pelo governo dito "popular de esquerda".
    Marina é uma cara nova, mas confesso que não vejo nela a força de mudar muita coisa onde realmente precisamos mudar: reformas políticas, tributárias, trabalhistas.
    Espero que ela ganhe por uma questão de rodízio no poder, mas Marina terá muita dificuldade em trazer "os melhores" para o seu lado. Duvido muito que consiga, pois os políticos no Brasil quando são oposição, torcem para quem está no poder se dê mal.

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    1. Olá, Eduardo!

      Primeiramente obrigado por sua visita ao blogue e comentários.

      De fato os movimentos sociais passam por uma crise de representação, mas dialogar com as entidades estudantis, de classe, ONGs e igrejas faz parte da governança. Acredito que, se o governo de Marina não pretender cooptar ninguém, ela desenvolverá um bom trabalho sendo certo que muitas entidades já estarão a serviço dos partidos políticos que as controlam. Ou seja, nem sempre será possível esse desejado diálogo. Mas, caso a unicidade sindical deixe de existir, com várias entidades atuando numa mesma base territorial, talvez fique mais fácil o entendimento entre as partes.

      Em relação a isso há que se reconhecer um significativo avanço de Marina em relação a Dilma porque enquanto o PT ainda tenta controlar os movimentos sociais, a nova política que a minha candidata defende busca uma relação mais madura. Ou seja, Marina pode contribuir muito para fortalecer a democracia brasileira como também fez Fernando Henrique Cardoso em seus oito anos pois, neste sentido, admiro o ex-presidente. FHC foi um democrata e tanto!

      Acredito, amigo, que nenhum presidente muda sozinho um país. A sociedade precisa querer e desejar as transformações. Ela também tem que se reinventar passando a ver o governo com outros olhares. Certos grupos, ao invés de só baterem panela, precisam aprender a conversar, estabelecer objetivos em comum acordo, traçar metas e aceitar cumprir os compromissos acompanhando o desenrolar dos trabalhos. Pois, se tivermos uma política mais transparente, este será o caminho e que dependerá de ambas as partes para dar certo.

      Uma vez eleita, Marina terá um duro jogo de xadrez pela frente. Precisará analisar a configuração do novo Congresso eleito, ver com quais grupos conseguirá ter apoio e acho que, no fim das contas, ela vai é acabar com uma presença maior dos partidos de centro e de direita com alguns da esquerda. Talvez o PT recuse a fazer parte porque dificilmente aceitará um papel secundário e aí a nova presidenta vai contar mesmo é com o PSDB, DEM, PR, PMDB, PTB e PDT. Ter petistas e tucanos juntos acho bem difícil, mas seria uma possibilidade de dispensarmos o PMDB.

      Ora, não foi assim que Itamar também fez quando substituiu Collor na Presidência?!

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  2. ah, e nem falei da seleção. por que será...?? rsss

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    1. mas vi o jogo e não gostei muito. mas enfim, é um recomeço, vamos ver pra frente.

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    2. De fato o Brasil está apenas recomeçando. Temos time para disputar as eliminatórias da Copa, mas ainda falta muito para vencermos o Mundial da Rússia.

      Por outro lado, as seleções dos outros países não serão mais as mesmas. Teremos uma Alemanha diferente, menos experiente e que também está recomeçando, apesar de ter saído do Rio com o caneco.

      Na boa, acho que não vai dar para termos ainda grandes expectativas, exceto apostarmos no amadurecimento desses jogadores e dependermos do talento de Neymar. Nosso maior adversário nas eliminatórias e Copa América deve ser a Argentina, mas temos que abrir o olho também com Chile, Colômbia, Uruguai e Paraguai, além de Equador, Peru, Venezuela e Bolívia por causa dos jogos na altitude.

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  3. "De grão em grão a galinha encehe o papo". Fez um gol na Alemanha, um gol na Colômbia. O ruim é ficar nesse negócio de fazer só um por partida. (rsrs)

    Quanto a política, esperemos o que o Paulo Roberto ainda vai tirar da cartola. Ele já implodiu Lula e sua escudeira, o preseidento da Câmara, do Senado e vários parlamentares da base aliada do governo. (rsrs)

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    1. Prezado Levi,

      Como vai?

      Obrigado por retornar mais uma vez ao meu blogue!

      Acho que o maior problema na vida de nossa seleção nem seria o ataque, mas a defesa, motivo pelo qual defendi que o novo técnico deveria ter sido o Muricy Ramalho. Aliás, se não tivéssemos tomado os sete gols naquela desastrosa partida contra a Alemanha, aquele único acerto do time certamente decidiria o jogo em seu tempo normal. Não concorda?

      Atualmente o PT está bem sujo de lama e a popularidade do governo não seria mais satisfatória para assegurar a vitória de Dilma num segundo turno. Só que eu apontaria a perda de fôlego da nossa economia e seus reflexos como causa principal e não os escândalos sobre corrupção. Pois se o Brasil estivesse crescendo aceleradamente e os serviços prestados fossem também satisfatórios, dificilmente alguma denúncia abalaria o PT. Mas o fato é que a Petrobrás é o assunto da CPI e a cada notícia surge mais sujeira, afetando justamente a maior empresa do país responsável pelo ciclo de desenvolvimento que se pretende inaugurar com a exploração do pré-sal.

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