Na manhã deste domingo, quando eu estava a ler a Bíblia com minha esposa, prestei a atenção num interessante detalhe ocorrido durante o milagre de Jesus sobre a ressurreição da filha de Jairo. Uma passagem que, no livro de Marcos, encontra-se relatada nos versos de 21 a 24 e 35 a 43 do capítulo 5, sendo também exposta em Mateus 9:18,23-23-26 e em Lucas 8:40-42,49-56. Porém, a parte que me interessou mais aparece melhor registrada no 2º Evangelho, conforme reproduzo a seguir com os devidos destaques em negrito:
"Falava ele ainda, quando chegaram alguns da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre? Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente. Contudo, não permitiu que ninguém o acompanhasse, senão Pedro e os irmãos Tiago e João. Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito. Ao entrar lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme. E riam-se dele. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava. Tomando-a pela mão, disse Talitá cumi!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te." (Mc 5:35-41; ARA)
Embora a postura de Jesus na casa da família, quando expulsou de lá as pessoas, possa nos parecer algo um tanto indelicado, eis que o Mestre teve a atitude correta diante daquela situação de irreverência e de incredulidade dos que ali estavam. Pois vejo nele uma preocupação em relação à fé dos pais da menina afim de que o comportamento dos outros não desviasse o casal do alvo inicialmente proposto que era buscar o restabelecimento da saúde da criança.
Certamente que Jesus não estava interessado em fazer nenhum espetáculo de cura como infelizmente alguns pregadores da atualidade tentam exibir na mídia determinados eventos tidos como "milagrosos" nos seus cultos religiosos. Nosso Senhor não somente procurava o anonimato nas obras que realizava como também estava consciente dos objetivos de sua missão. Logo, não lhe interessava provar nada para aquela gente pranteadora que chegou a ridicularizar suas palavras, duvidando.
Refletindo sobre esse episódio bíblico, pensei no quanto é importante aprendermos a nos proteger de ideias contrárias à fé. Muitas vezes não temos como deixar de conviver com pessoas que, até inconscientemente, dizem coisas negativas, mas podemos rejeitar o acolhimento de tais palavras nos nossos corações. Ao invés de desenvolvermos ideias de pranto e de derrota, temos aí a oportunidade de focar na solução, trazendo a companhia de Jesus para dentro de nossa morada interior.
E não foi isso o que Jairo e sua esposa fizeram? Pois, embora tivessem o bom pastor ao seu lado, o chefe da família, também presidente de uma congregação sinagogal na Galileia, foi firme na sua decisão de buscar a ajuda do Mestre. Ele jamais retrocedeu em qualquer momento, mesmo ouvindo as mais duras palavras de desânimo: "Tua filha já morreu; por que ainda incomodas o Mestre?". Mas o pai da criança (e acredito que sua mulher igualmente) preferiu dar ouvidos a outra mensagem muito mais encorajadora e construtiva: "Não temas, crê somente".
Meus amados leitores, que possamos ter atitudes de fé semelhantes a de Jairo e de sua esposa! Que rejeitemos pensamentos negativos e aprendamos a lidar sabiamente com aquelas pessoas em nossa volta que tentam semear frustrações. Compreendendo-as, porém sem darmos ocasião para que suas palavras derrotistas entrem no coração da gente.
Uma ótima semana a todos!
OBS: A ilustração acima refere-se ao quadro Ressurreição da filha de Jairo, pintado em 1546 pelo renascentista italiano Paolo Caliari, mais conhecido como Paolo Veronese (1528 – 1588). Extraí a imagem do acervo virtual da Wikipédia, conforme se encontra em http://en.wikipedia.org/wiki/Raising_of_Jairus%27_daughter#mediaviewer/File:Paolo_Veronese_cat01c.jpg
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