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sábado, 8 de março de 2025

O feminismo brasileiro surgindo no século XIX



Mesmo as mulheres brasileiras só tendo conquistado o direito ao voto na década de 1930, sugiram vozes na segunda metade do século XIX defendendo o feminismo, inclusive através de um livro. Publicado em 1868 por Anna Rosa Termacsics dos Santos, o "Tratado sobre a emancipação política da mulher e direito de votar" aborda questões relacionadas aos direitos das mulheres em um sentido amplo, como o acesso à educação, isonomia matrimonial, universo do trabalho profissional e direitos políticos. 


Para quem não sabe, a autora desse livro, publicado sob as iniciais A.R.T.S., foi uma das pioneiras do feminismo no Brasil. Ela reivindicava o o direito das mulheres em participar do mercado de trabalho, da educação e da política, defendendo o voto feminino. 


Na prática, o seu livro, em forma de manifesto, questionava os principais argumentos da época para manter a mulher longe da escola, do trabalho e da política, apresentando de forma contundente as falácias que construíam as crenças do senso comum. Ou seja, coisas que hoje seriam completos absurdos eram os valores de uma época cheia de preconceitos e desigualdades, inclusive com pessoas vivendo sob a escravidão nas fazendas brasileiras.


No entanto, a identidade de Anna Rosa só foi resgatada no atual século pela historiadora Cristiane Ribeiro, que a partir de 2016, começou um grande trabalho investigativo sobre essa precursora do movimento feminista brasileiro. Ribeiro descobriu que Anna Rosa era húngara, que chegou ao Brasil com sete anos de idade, foi professora de piano e canto, idiomas e alfabetizadora, tendo morrido em 15 de outubro de 1886.


Na atualidade, podemos dizer que é fácil ser feminista, porém, no século XIX, era algo ousado e tudo aquilo que as mulheres atuais vivem, inclusive se candidatando a cargos eletivos, era impensável no período imperial.


Certo é que as ideias estão sempre em evolução e muito ainda ser feito para termos uma verdadeira igualdade de gênero e tratamento digno a todas as mulheres, inclusive na área de saúde pública. Logo, mais do que nunca, a luta iniciada por Anna Rosa precisa ser levada adiante com objetividade e pautas unificadas.


Termino o texto parabenizando todas as mulheres pelo dia de hoje, desejando um excelente sábado a todas e todos.

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