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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Que respeitem a memória de Mário Filho e a identidade do povo fluminense!



Na semana passada, uma proposta legislativa do deputado estadual André Ceciliano (PT), presidente da ALERJ, causou revolta a inúmeros cariocas e torcedores do Maracanã. É que o parlamentar apresentou um projeto que pretende mudar o nome do estádio que, atualmente, chama-se Mário Filho, para Edson Arantes do Nascimento, o Pelé.


Tudo bem que o Pelé foi um excelente jogador da seleção brasileira, tendo vencido, com muitos gols de placa, três dos quatro mundiais que disputou, mas fico a indagar sobre quais foram as suas ligações com o futebol carioca e o estádio em si, já que ele é mineiro e fez carreira pelo time do Santos no Estado de São Paulo? 


Será que não haveria tantas outras homenagens a ele a exemplo da marca dos pés na Calçada da Fama do Maracanã?!



Assim, deparei-me com as mais ásperas críticas ao deputado autor da proposta, sendo que hei de concordar com boa parte delas, ainda que respeitando a opinião do nobre presidente da Assembleia. Pois, data venia, além da mudança de nomes de estádios ser algo de pouca utilidade diante de tantos outros problemas graves que o Rio de Janeiro enfrenta, como ficaria então a memória do jornalista Mário Leite Rodrigues Filho (1908 - 1966)?


Vale ressaltar que o proprietário do extinto Jornal dos Sports (e irmão do escritor Nelson Rodrigues) foi o maior incentivador da construção do então "Estádio Municipal", em 1950, conforme escrevia nas inesquecíveis páginas cor de rosa do saudoso diário de notícias esportivas. Logo, foi acertada a escolha do nome oficial do Maracanã em sua homenagem, quando o Marechal Ângelo Mendes de Moraes o inaugurou.




A meu ver, penso que se deve evitar mudar as denominações das ruas, praças, escolas, hospitais, escolas, estádios, rodovias e prédios públicos. Principalmente quando já houver a atribuição do nome de alguém. Seja porque tais modificações afetam a identidade do cidadão e a sua orientar no espaço geográfico, como também precisamos respeitar a memória da pessoa homenageada.


Para concluir, devemos sempre lembrar do quanto o nosso eterno Maraca já foi agredido com as caras e desnecessárias obras feitas em razão da vergonhosa Copa de 2014, sendo que, do velho estádio, cuja capacidade era maior do que a do atual, só sobrou mesmo o nome do jornalista. Logo, espero que os demais deputados da Casa Legislativa sejam coerentes ao respeitar a memória de Mário Filho e a identidade da população do Rio de Janeiro, rejeitando o projeto.

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