Páginas

domingo, 23 de abril de 2017

O mundo de olho nas eleições francesas




É certo que cada país tem a sua soberania e que devem ser respeitadas as escolhas dos povos quanto à eleição de seus respectivos representantes. Porém, não dá para negar o quanto um resultado pode ser preocupante para o resto do mundo. Principalmente se está em jogo assuntos de grande importância como a economia globalizada bem como a vida de milhões de imigrantes estrangeiros.

Neste domingo em que quase 47 milhões de eleitores franceses devem ir às urnas no primeiro turno das eleições presidenciais, teme-se que a a votação poderá resultar no enfraquecimento ou até mesmo no fim da UE assim como da zona do euro. Isto porque a França, juntamente com a vizinha Alemanha, é um dos países da chamada "locomotiva" do bloco europeu.

Pelo que se sabe, quatro candidatos têm chances de ir para o segundo turno no próximo mês. De acordo com as pesquisas divulgadas na sexta-feira (21/04), data de encerramento da campanha eleitoral de lá, há um empate técnico entre o centrista Emmanuel Macron, com 23% a 24,5% das intenções de votos, e Marine Le Pen, da Frente Nacional, de extrema direita, com 22% a 23%.

Já o conservador François Fillon e Jean-Luc Mélenchon, um representante da extrema esquerda, disputam o terceiro lugar, encontrando-se num empate técnico com 19% dos votos, sendo que uma das pesquisas do instituto OpinionWay aponta Fillon muito próximo de Le Pen, pontuando com 21%. Contudo, o número de indecisos permanece elevado, algo em torno de quase 30%, enquanto que a taxa de abstenção (lá o voto é opcional) tem sido estimada em torno de 27%, fato que só faz aumentar as incertezas.

Mesmo estando milhares de quilômetros distante da França e da Europa, torço pela vitória do centrista Emmanuel Macron. O jovem ex-ministro da Economia do presidente François Hollande é apontado como o favorito na disputa presidencial, sendo um candidato declaradamente a favor de uma maior integração da zona do euro com orçamento comum e um ministro da Economia para o bloco. Pois, nesse momento de crise e indecisões, corajosamente ele propõe modernizar a Europa, defendendo uma harmonização social (salário mínimo, direitos trabalhistas, seguro-saúde) e fiscal para empresas, o que será um importante ajuste capaz de promover dignidade a todos os cidadãos europeus.

A meu ver, a globalização precisa ser aprofundada. Por mais que a extrema esquerda e os ultra conservadores sejam contrários a esse inevitável processo histórico, trata-se da evolução planetária pela qual passamos e que, se for bem conduzida, trará progresso econômico-científico para a humanidade bem como reduzirá as desigualdades entre os povos. E em que pesem alguns acontecimentos lamentáveis como o Brexit e a eleição de Donald Trump nos EUA, vejo-os como meros recuos incapazes de ir adiante.

Que os franceses votem bem neste domingo e a Europa continue servindo de exemplo para nós sul-americanos também nos unirmos através da ampliação do MERCOSUL ou pela constituição de um novo bloco regional.

Boa semana para todos!


OBS: Créditos autorais da imagem acima atribuídos a Agência Lusa - EPA/FACUNDO ARRIZABALAGA conforme consta em http://agenciabrasil.ebc.com.br/internacional/noticia/2017-02/candidato-independente-de-39-anos-pode-vencer-eleicao-presidencial-na

Nenhum comentário:

Postar um comentário