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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Conchas que as crianças de hoje só acharão em museus...




No começo da tarde desta sexta-feira (04/12), ao caminhar pelo Centro de Mangaratiba, deparei-me com a nova sede do Museu das Conchas, situada no número 109 da Rua Rubião Júnior. Cuida-se de um dos únicos voltados exclusivamente para a exibição de coleção malacológica.

Sinceramente, eu nem sabia da existência desse museu aqui no município onde moro. Já tinha visto uma coleção de conchas no histórico casarão do Solar do Sahy, a qual veio a ser transferida para esse novo endereço junto com as peças que tinham num outro local relativamente distante do Centro. Este espaço anterior confesso que não cheguei a conhecer, muito embora já tivesse caminhado algumas vezes pelo bairro da Junqueira e pela Enseada de Santo Antonio.

Ao visitar o museu nesta tarde, lembrei-me dos velhos tempos de minha infância quando frequentava a casa da minha avó paterna em Muriqui, no mesmo imóvel onde atualmente resido junto com Núbia. Recordo que, ao brincar na praia, encontrava facilmente um montão de conchinhas na areia do mar e trazia umas comigo para o Rio de Janeiro. Chegava então na escola, ou mesmo na vizinhança, e mostrava para meus coleguinhas as carcaças de moluscos que tinha achado durante o fim de semana.

Passaram-se algumas décadas e hoje já não vejo mais nenhuma concha quando ando pela praia de Muriqui. Infelizmente, a devastação do meio ambiente tem exterminado a fauna no litoral sul-fluminense e em outros lugares do Brasil também. São inúmeros os empreendimentos econômicos atualmente existentes na esquecida Baía de Sepetiba que, aliados com a falta de saneamento básico e as ações predatórias continuamente praticadas, prejudicam a vida marinha.

Ora, que direito temos de exterminar espécies e impactar de tal maneira o ecossistema aquático?!

Será esse o planeta que iremos entregar para as gerações que vão nos suceder?!

A reflexão feita hoje por mim é que, caso já fosse pai, meus filhos só poderiam ver conchas indo a um museu ou acessando a internet. Essa ruim consequência dos nossos atos já seria perceptível entre a maioria das crianças do Estado do Rio de Janeiro nascidas no século XXI.

De qualquer modo, devemos reconhecer o valoroso trabalho do colecionador e mantenedor do museu, o Sr. Carlos Bernardo Servolino, Doutor Carlitos. A grande diversidade de peças lá expostas seria resultado de anos de pesquisa desse homem! Inclusive, a coleção reúne exemplares até de outros continentes como um que é proveniente da Grande Barreira de Corais (Austrália), com seus 157 quilos distribuídos por 1 metro de comprimento, 70 de largura e 50 cm de altura.

Ao todo, o acervo conta com algo em torno de 1.200 espécies de conchas de diversos países. Além disso, o museu possui uma biblioteca com aproximadamente 400 livros de malacologia. Trata-se de um lugar que, embora pequeno, vale a pena ser visitado por ser propício para conscientizarmos as pessoas quanto à preservação da natureza.

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