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quarta-feira, 16 de setembro de 2015

A violência do governo húngaro




Além da vergonhosa cerca na fronteira com a Sérvia, a polícia húngara agora tem lançado gás lacrimogênio e jatos de água para conter os refugiados sírios que buscam abrigo em solo europeu. Há anos que a humanidade não assistia tamanha brutalidade no Velho Mundo! Imagens exibidas pela TV têm mostrado imigrantes, dentre os quais crianças, procurando encobrir os olhos contra essa repugnante ofensiva policial.

Inegavelmente testemunhamos hoje uma crise migratória que tomou uma dimensão comparável aos acontecimentos da 2ª Guerra Mundial. Os refugiados sírios, além de tentarem escapar de um conflito no Oriente Médio com o Estado Islâmico, são mal recebidos na Europa e tratados como animais a ponto de lembrar os tempos do nazismo. É o que tem ocorrido na Hungria...

Penso que o mundo deve repudiar atos assim não podendo a comunidade internacional ficar omissa achando que o outro país tem o pleno direito de agir de tal maneira. Ainda que se considere a soberania de um Estado, no sentido deste permitir ou não a entrada de estrangeiros dentro de seu território, devemos considerar duas coisas: (i) a excepcionalidade de uma guerra civil que atinge Síria e Iraque; e (ii) o direito de passagem. Pois mesmo que entre eles haja algumas pessoas apenas querendo se mudar para uma região mais próspera do globo juntamente com um ou outro terrorista infiltrado, nada justifica tanta hostilidade de um governo.

A meu ver, é fundamental que seja elaborado um plano global para acolhimento desses refugiados. Países de maior dimensão e com economias mais estáveis devem se dispor a receber os refugiados. Além da Austrália e Estados Unidos, entendo que o nosso Brasil também pode ajudar dando direito de permanência a um número maior de pessoas. E, em que pese a passageira crise, os nossos problemas em nada se comparam com os do Oriente Médio. Aliás, nunca é demais lembrar de que, no passado, desde os tempos do Império Turco, recebemos muitos imigrantes sírios e libaneses os quais contribuíram positivamente para o desenvolvimento da nação brasileira no século XX.

Como cristãos precisamos estar atentos a esse problema social global. Devemos enviar apoio financeiro (a Missão Portas Abertas é uma das ONGs que mais atua) e, se for o caso, usar as estruturas de nossas igrejas para o recebimento de famílias que, nesse momento difícil, encontram-se sem casas e sem trabalho. Por isso chegou a hora de sermos resposta para nossos irmãos e irmãs que sofrem!

Portanto, meus amigos, fica aí o meu repúdio à conduta covarde do governo da Hungria e a sua polícia, manifestando-me para que a comunidade internacional, bem como a Igreja de Cristo, tomem as atitudes humanitárias cabíveis.

Uma ótima tarde de quarta-feira a todos!


OBS: Ilustração acima extraída a partir de uma página da Agência Brasil, mostrando imigrantes na Estação Ferroviária de Bicske, na Hungria (EPA/Herbert P. Oczeret/Agência Lusa/Direitos Reservados).

2 comentários:

  1. É Rodrigão. Os EUA e a Inglaterra que foram os cabeças da desestabilização no Iraque e na Síria, através de uma política equivocada, que vem provocando esse Êxodo, por enquanto, estão de bico calado. Vide link do texto sobre esse tema, postado no "Ensaios & Prosas":

    http://www.levibronze.blogspot.com.br/2015/09/politica-equivocada-produz-exodo.html

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    1. Boa tarde, Levi!

      Com certeza os USA têm responsabilidade nisso, ainda que parcialmente.

      Em 1991, o Bush Pai foi mais sábio ao manter o Saddam na Presidência do Iraque. Porém, o fim de tal regime permitiu o surgimento do EI que hoje atinge a Síria. Agora talvez o problema só se resolva com nova intervenção militar no Oriente Médio.

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