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domingo, 21 de junho de 2015

Transpetro terá que reparar dano ambiental na Baía de Sepetiba!



No fim da semana passada, os moradores dos municípios Mangaratiba e de Itaguaí foram surpreendidos com a notícia sobre o vazamento do oleoduto da Petrobrás que poluiu a Baía de Sepetiba. O desastre ecológico ocorreu na madrugada de sexta-feira (19/06). O óleo escorreu pelo rio Itinguçu, desceu pela cachoeira e desaguou no mar, alcançando as praias de Coroa Grande e de Itacuruçá a ponto de impactar nocivamente uma importante área de manguezal.

Apesar dos trabalhos de contingência que foram feitos no local pela Transpetro (subsidiária da Petrobrás), estima-se que o volume do derrame tenha sido de no mínimo 30 mil litros, o que compromete a pesca e a vida marinha, bem como pode trazer consequências negativas para o turismo em Mangaratiba. Segundo a bióloga do Instituto Boto Cinza, Kátia Silva, existe uma preocupação com os cetáceos da baía que estão em risco de extinção:

"Os botos podem morrer por contaminação em contato direto com o óleo ou pela alimentação pois o manguezal, berçário de peixes, mariscos e caranguejos, devido as suas raízes, está sendo uma barreira natural para que óleo não invada de uma vez só o mar"

Evidentemente, a Transpetro terá que pagar uma pesada multa pelo prejuízo ecológico que causou em nossa região, além de estar sujeita a indenizar os pescadores e quem tenha sido diretamente afetado com o acontecimento. E, no arbitramento dos valores, entendo que há que se levar em conta a reincidência da empresa. Isto porque, pouco tempo atrás, aconteceu outro vazamento em Angra dos Reis, o que foi até motivo de uma audiência pública no município vizinho dia 29 de maio.

A Comissão de Meio Ambiente da ALERJ solicitou laudos à Secretaria Estadual do Ambiente para dimensionar o ocorrido e aguarda informações da polícia. Nas próximas semanas, deve ser feita uma audiência pública para discutir os impactos e mitigações do vazamento com a comunidade local, ambientalistas, técnicos de governos e a Transpetro. Logo, as populações dos municípios de Itaguaí e Mangaratiba devem ficar atentas quanto a essa oportunidade de se manifestarem. Não só com o intuito de reivindicar uma reparação de danos como também para repensar o futuro da região, cabendo refletir se vale a pena continuar vivendo com um risco ambiental em nome de um falso progresso que não beneficia a maior parte do coletivo.

Mangaratiba, ao lado de Angra dos Reis, situa-se dentro da região conhecida como Costa Verde, um dos destinos turísticos mais procurados do país e que abriga grande parte da Mata Atlântica ainda preservada. Porém, com tantos empreendimentos econômicos impactando a natureza, esse nosso paraíso cada vez mais tem sido degradado, o que daqui uns anos corre o risco se tornar irreversível. Não podemos deixar!

Uma ótima semana a todos!


OBS: A imagem acima trata-se de uma foto divulgada pelo Instituto Boto Cinza.

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