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sexta-feira, 18 de abril de 2025

As ideias de um homem e sua consciência

 


Há exatos 503 anos, mais precisamente em 18 de abril de 1521, Martinho Lutero defendia os seus ensinamentos na assembleia da Dieta de Worms, apesar do risco de excomunhão.


Na ocasião, o monge reformador do cristianismo havia sido convocado a fim de renunciar ou reafirmar as suas opiniões em resposta a uma bula papal do Papa Leão X. E, oportunamente, ele chegou a concluir que:

 

"A não ser que eu esteja convencido pelo testemunho das Escrituras ou pela razão clara (pois não confio nem no papa ou em concílios por si sós, pois é bem sabido que eles frequentemente erraram e se contradisseram) sou obrigado pelas Escrituras que citei e minha consciência é prisioneira da palavra de Deus. Não posso e não irei renegar nada, pois não é nem seguro e nem correto agir contra a consciência. Que Deus me ajude. Amém"


Fato é que Lutero era um defensor da consciência humana. Trata-se da ideia de alguém ser verdadeiro consigo mesmo de modo que ir contra a sua consciência não seria correto e nem seguro.


Entretanto, no final da dieta, o Imperador emitiu o Édito de Worms, o qual foi um decreto que condenou Lutero como "um herege notório " e proibiu os cidadãos do Império de propagar suas ideias. E, mesmo tendo sido considerado um fora-da-lei pelo imperador Carlos V do Sacro Império Romano Germânico, ele não mudou de ideia e viveu durante um período de sua vida na clandestinidade.


Sem levar esse relato necessariamente para o lado religioso, podemos ver na vida de Lutero uma inspiração não só de ideias como de comportamento. Afinal, nos tempos atuais, tem sido escasso o número de homens que se posicionam com firmeza, inclusive na política, pois se deixam levar por aquilo que lhes parece ser mais conveniente aos próprios interesses.


OBS: Imagem referente a um retrato de 1877 representando Martinho Lutero pelo pintor alemão Anton von Werner (1843 - 1915).

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