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sábado, 26 de dezembro de 2020

E se os bondes não tivessem acabado no Rio?!



O veículo acima da foto pertencente ao Arquivo Nacional foi o que substituiu o saudoso bonde na década de 60. Eram os trólebus, mais conhecidos como "chifrudos", e foram implantados por Carlos Lacerda em 1962, sendo movidos a eletricidade. 


Entretanto, o sistema enfrentou problemas de ordem econômica, jurídica, política e técnica até ser sumariamente desativado em abril de 1971. Seus veículos vieram a ser convertidos para tração diesel, porém o resultado foi insatisfatório e a frota acabou sucateada no final dos anos 1970.



Embora termos veículos movidos a eletricidade esteja novamente virando moda no mundo, fato é que os antigos bondes também eram ecologicamente melhores do que os atuais ônibus e vans que tomam conta das vias públicas na maioria das cidades brasileiras. Porém, os bondes eram ecologicamente melhores e o Rio de Janeiro tinha uma ampla rede de trilhos espalhados pelo seu espaço urbano, sendo que, nos últimos anos, algo semelhante passou a ocupar o cenário urbano com outra denominação -.o VLT (veículo leve sobre trilhos).



Penso que um dos maiores erros do Estado brasileiro foi permitir que as petrolíferas e a indústria de automóvel aplicassem os seus métodos corruptos para eliminar tranvias e qualquer tipo de transporte elétrico, a fim de que fosse fomentado o uso do carro particular, caminhões e ônibus. Porém, a conivência dos governos permitiu que não somente os trilhos dos bondes fossem suprimidos como também inúmeras ferrovias pelas quais trafegavam trens de passageiro.


Verdade é que, se hoje os trilhos ainda estivessem espalhados pela capital estadual, teríamos parte da estrutura necessária para o funcionamento de uma rede de VLTs que cobriria não somente a região central da cidade como vários outros bairros. Isto é, os modernos bondes do século XXI interligariam muitas localidades com as estações do Metrô e dos trens da SuperVia


Além disso, no atual contexto, em que os combustíveis fósseis tendem a ser cada vez menos utilizados, os trólebus certamente voltariam a ter utilidade onde os trilhos não estivessem presentes. E, aliás, podem ser uma transição para o VLT e substituir os ônibus do BRT.



Um ótimo sábado a todos!


OBS: Créditos autorais da última foto (do VLT Carioca, em junho de 2016, passando ao lado do Theatro Municipal) atribuídos a Fernando Frazão/Agência Brasil, conforme consta em http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/foto/2016-06/inauguracao-do-veiculo-leve-sobre-trilhos-vlt-carioca 

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