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terça-feira, 21 de abril de 2020

O amor secreto de Tiradentes no Rio



Não quero hoje, 21/04/2020, lembrar do Tiradentes enforcado. Chega de assistir cotidianamente tantas cenas de pessoas morrendo por causa da COVID-19, como a TV tem mostrado o tempo todo. 

Sendo assim, nesta data que homenageia o herói nacional da Inconfidência Mineira, preferi compartilhar algo sobre um breve romance que o alferes teve na cidade do Rio de Janeiro com uma comerciante da rua do Ouvidor. Segundo um texto da Wikipédia, baseado nas crônicas Memórias da Rua do Ouvidor, do romancista Joaquim Manuel de Macedo, eis que Tiradentes e Perpétua Mineira teriam tido um caso: 

"Na crônica Memórias da Rua do Ouvidor, capítulo 7, o escritor e médico fluminense Joaquim Manuel de Macedo relata que, neste mesmo ano de 1787, Tiradentes conhece uma certa "Perpétua Mineira", dona de uma casa de pasto na rua do Ouvidor, na cidade do Rio de Janeiro e apaixonam-se, mantendo um romance por pouco mais de dois anos. Em 1790, o Conde de Resende é nomeado Vice-Rei do Brasil, com a missão de acabar com a conspiração mineira. Perpétua também passou a ser espionada, sua casa de pasto foi por vezes invadida e já não se encontrava mais com Tiradentes, que já havia sido preso. Segundo a crônica, Perpétua foi vista pela última vez em 21 de abril de 1792 nas proximidades da forca onde havia sido executado seu amante" - citação extraída de https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Tiradentes

Para quem não sabe, o itaboraiense Joaquim Manuel de Macedo (1820 — 1882) foi um médico, jornalista, político, professor, romancista, poeta, teatrólogo e memorialista. Além de Memórias da Rua do Ouvidor, escreveu pelo menos duas outras crônicas sobre a cidade do Rio de Janeiro: Um Passeio pela Cidade do Rio de Janeiro (1862) e Labirinto. Tinha uma forte ligação com Dom Pedro II e com a Família Imperial Brasileira, chegando a ser preceptor e professor dos filhos da Princesa Isabel. Porém, apesar de todas essas amizades na Corte e de relativa parcialidade do seu relato acerca de Tiradentes, pareceu-me confiável o que escreveu acerca de Perpétua assim como se encontraria próximo da realidade o texto que romanceou.

Quanto à vida pessoal do Tiradentes, supõe-se que ele nunca se casou, mas teve vários casos amorosos. E, por conta disso, muitos moradores de Minas Gerais reivindicam ser descendentes dos possíveis filhos do alferes, tendo quatro deles (três trinetos e uma tetraneta) obtido uma módica pensão especial do governo, através das leis números 7.705/1988 e  da 9.255/1996.

Acerca de Perpétua, dela nunca mais se teve notícias depois da noite de 21/04/1792, data em que Tiradentes foi enforcado. O referido cronista do século XIX informa que ela simplesmente sumiu do Rio de Janeiro, sem deixar registros. 

2 comentários:

  1. Que história tão interessante!

    Tudo de bom e mta calma e paz.

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    1. Oi, CEU.

      Não se sabe até onde o escritor romanceou já que eram poucas as fontes que dispunha a respeito e o próprio admitiu isso em seu livro. Mas, por certo, é uma bela história.

      Agradeço pela visita.

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