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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Procurando por vida longe de casa...

Os noticiários de ontem divulgaram a confirmação descoberta do telescópio da NASA que encontrou um planeta gêmeo da Terra em outro sistema solar distante em uns 600 anos luz daqui e que se enquadraria naquilo que os cientistas hoje denominam de "zona habitável".

O novo astro foi batizado de Kepler 22b (em razão do nome do telescópio norte-americano) e foi visto pela primeira vez no ano de 2009, tendo sido confirmado recentemente. E, de acordo com os cientistas, este planeta irmão seria maior do que o nosso, mas teria uma translação inferior ao ano terrestre com uma rota de 290 dias ao redor de sua estrela a qual, por sua vez, seria menos quente do que o sol.

Eu que sou um admirador das pesquisas espaciais desde a infância, quando já decorava os nomes de todos os planetas do nosso sistema solar (na época Plutão ainda não tinha sido destituído), sem dúvida que eu vibrei com a notícia. Principalmente porque a descoberta tem tudo a ver com o meu discurso teológico já que defendo abertamente dentro do meio religioso a existência de vida em outros planetas.

Contudo, logo depois que li esta notícia no Yahoo e fui até a sala comunicar à minha esposa, veio em minha cabeça um insight. Pois, enquanto o telescópio da humanidade fica olhando para bem longe a procura de vida, esquecemos da abundância de vidas humanas, animais e vegetais que estão se manifestando à nossa volta.

Este lampejo de luz ocorreu-me quando, por alguns instantes, minha mulher deixou de prestar a atenção no que eu falava para apreciar a imagem de um bebê mostrado na TV. Para ela, naquele momento, o sorriso de uma criança era mais interessante do que as descobertas espaciais da Agência Espacial dos Estados Unidos!

O que o homem está procurando tão longe? Será que a vida não está tão pertinho dele? Que valor estamos dando à vida que se manifesta no nosso próximo e dentro de nós? Não estaria o nosso olhar perdido no espaço?

Além dos ecossistemas aquáticos e terrestres, temos também um universo a ser explorado e que talvez seja infinitamente maior. Trata-se da mente humana.

Cada ser humano tem um imenso universo dentro de si a ser conhecido. Porém, nem sempre conseguimos valorizar a vida que existe bem pertinho. Uns ainda são capazes de derramar o sangue do seu semelhante, deixar crianças morrendo de fome, queimar florestas, fazer guerras e tem aqueles que matam de outras maneiras destruindo sentimentos.

Esta noite, estando a refletir, lembrei-me de passagem do Evangelho de João quando Jesus conversa com a mulher samaritana e assim lhe diz:

"aquele, porém, que beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna" (Jo 4.14; ARA)

Ou, como se verifica em outra parte do mesmo Evangelho:

"Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva." (Jo 7.38; ARA)

Nada contra as pesquisas espaciais. Muito pelo contrário. Mas certamente seria ótimo se direcionássemos o nosso "telescópio" também para mais perto. Inclusive para "dentro" de nós mesmos, afim de que possamos ter um encontro verdadeiro com a Vida e compreendermos o seu significado.


OBS: A origem da imagem, exibida em diversos jornais, acima é da Agência Espacial dos Estados Unidos – NASA.

10 comentários:

  1. Parece que essa é sempre uma ansiedade insaciável no ser humano Rodrigão.

    Procuramos longe o que está perto!

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  2. Você sintetizou bem a ideia, Franklin!

    Acredito que, por trás de todas essas pesquiss espaciais, temos a convivência de vários sentimentos. Tanto esta busca por algo longe, esquecendo-nos daquilo que está perto, como também existe aí um desejo enorme de expansão dentro do homem em busca de mais conhecimento e de significação para a nossa existência fútil.

    Registre-se ainda o nosso desejo de marcação da presença humana. E eis aí um dos motivos pelo qual os norte-maricanos colocaram nas sondas interestaleres Voyager 1 e 2 uma mensagem da humanidade para um improvável resgate por outra civilização. Trata-se de um disco fonográfico de 12 polegadas, similar aos LP de vinil, feitos de cobre e folheados em ouro. Isto também expressa o sentimento positivo de compartilhar.

    De qualquer modo, as responstas para a indagação sobre qual é o sentido da vida talvez só as encontraremos dentro de nós, ainda que venhamos a percorrer toda a Via Láctea e depois o restante do Universo físico.

    Grande abraço, amigão!

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  3. Rodrigo,

    O homem procura no espaço uma sociedade mais digna do que a conhecida aqui.

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  4. Rodrigo,

    somos desbravadores por natureza; fico imaginando como seria espetacular se encontrássemos vida em algum lugar; possivelmente, vida inteligente seja algo praticamente impossível(segundo muitos cientistas) já que as condições únicas e aleatórias que ocorreram por aqui, é praticamente impossível ter acontecido em outro lugar. é claro que se consideramos de fato, que tudo foi por puro acaso e "sorte".

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  5. Pois é, Altamirando. Ou será que não estamos procurando a nossa dignidade perdida?

    Abraços.

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  6. Meu caro Edu,

    Também acho que seria bem interessante se descobríssimos um outro planeta com vida e vida inteligente semelhante à nossa.

    Há cientistas que entendem não ser muito recomendável tentarmos uma comunicação com extraterrestres porque, segundo a opinião deles, estaríamos chamando a atenção dos ETs para nos combatermos ou nos escravizarmos.

    Mas aí fico a indagar se uma vida inteligente, que se projetou para bem longe de sua atmosfera, já não teria evoluído o suficiente para domar o seu lado mal?

    E será que tais civilizações extraterrestres estariam tão interessadas em encotnrarem vida fora da terra deles?

    Concordo que seria muito improvável encontrarmos vida bem semelhante à nossa tão pertinho de casa em razão das inúmeras variáveis que incidiram sobre a nossa evolução.

    Mas, por outro lado, não podemos achar que as condições favoráveis para que uma forma de vida inteligente se desenvolva devam ser totalmente iguais às nossas.

    Outrossim, ainda que venham existir diferenças na forma, será que a consciência não teria semelhanças?

    Enfim, temos aí inúmeras indagações a serem formuladas e discutidas cientificamente. De qualquer modo, se pudéssemos estabelecer uma relação de troca com povos situados em outro planeta seria um escelente ganho de conhecimento e aprendizado. Isto se também não tivermos interesses destrutivos e de colonização do ambiente destes outros seres, expandindo para outros mundos a nossa nefasta economia de mercado.

    Um abraço!

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  7. Grande Rodrigão. Desejo com todo meu coração que não encontrem vida em outros planetas, principalmente, porque o nosso está em total desordem. Se estas vidas fossem mais frágeis que nós, o que faríamos contra essas vidas? Se não podemos cuidar do nosso planeta e de nós mesmos...

    Gostei da direção do olhar da sua esposa.

    Um beijão.

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  8. É verdade, Gui.

    Hoje não temos ainda condições de sermos cuidadores do Universo, visto que mal temos sido capazes de administrar decentemente este lindo planetinha que Deus nos deu. Veja, pois, o que os homens fazem com os animais e com os seus semelhantes...

    Realmente vocês mulheres têm um olhar diferente de nós. Enquanto gastamos tempo com uma racionalização do Universo, vocês sentem a Vida mais de perto, percebendo a realidade de um outro modo. E são estas e outras diferenças entre homens e mulheres que muito contribuem para a humanidade poder caminhar sabiamente sobre a Terra.

    Abração.

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  9. Eu até acredito que possa ter vida "humana" em outro planeta, mas em que isso nos beneficiará ou ao contrário,difícil saber. Agora é um desperdício no meu entender gastar tanto pra isso, mas certos Homens chegam a tal desenvolvimento que isso é normal, é assim, sempre desbravando. Mas a passos pequenos temos evoluído, do tempo de minha avó até hoje, vejo muiiita evolução, ainda bem, em todas as áreas.

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  10. Concordo, Wilma! Felizmente a humanidade tem evoluído, apesar de ainda vermos tanta violência, destruição do meio ambiente, etc. De qualquer modo, percebo que o passado foi muito pior, com campos de concentração, escravidão, extermínios em massa, genocídios, patriarcalismos, confissões sob tortura em processos judiciais, dentre outros desrespeitos pela vida humana que, hoje, seriam inadmissíveis.

    Encontrar vida bem parecida com a nossa em outro planeta, em termos de forma humana, seria uma enorme coincidência. Mas por que não? O Universo é tão grande e a nossa galáxia também. E pode ser que a Terra tenha sofrido intervenções de outras civilizações no passado. Logo, qualquer semelhança seria mais do que mera coincidência, não acha?

    Concordo que os excessivos gastos com estas pesquisas são excessivos e inapropriados quando ainda temos problemas no mundo como a fome, serviços de saúde precários, péssimas habitações, deficiências nos sistemas educacionais, etc. Todavia, as explorações e projetos da NASA não são piores do que as guerras dos Estados Unidos como esta contra o Iraque da era Bush que gastou trilhões de dólares.

    Bom seria se a ciência e a tecnologia estivessem a serviço da coletividade e não dos governantes, do mercado ou das elites. Não concorda?

    Abraços.

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