Lamentavelmente, o terminal rodoviário Novo Rio, umas das principais portas de entrada da
Cidade Maravilhosa, ainda é um ponto esquecido no mapa das políticas governamentais.
Situada num local feio, fétido e poluído, a rodoviária é também um lugar isolado, sem contar com uma estação de metrô e que nem sempre pode dispor de opções confortáveis para transportar o passageiro com um padrão de qualidade satisfatório. É o que se vê, por exemplo, em relação aos serviços de táxi oferecidos ali.
Ontem (14/12/2011), ao desembarcar no terminal, pouco antes das 20 horas, fiquei por vários minutos aguardando um táxi da cooperativa para me levar até o Grajaú, mesmo pagando uma cara tarifa pré-fixada de R$ 26,00 com bandeira 2. Pois, logo após comprar o bilhete do táxi dentro da rodoviária, o consumidor ainda fica em pé numa fila no lado de fora da rodoviária esperando a sua vez de entrar no carro.
Há momentos em que é fácil conseguir um táxi comum. Mas, em outras ocasiões, não. E a fila pode durar muito tempo...
Nesta quarta-feira, além de ter chovido na cidade (fator que aumenta a demanda pelo serviço de táxi), parece ter havido também congestionamentos no trânsito, o que são acontecimentos previsíveis e corriqueiros nas grandes cidades brasileiras. Porém, segundo me informou o motorista, as filas podem chegar a dobrar quarteirões em épocas de feriado, como se vê nos dias quentes de final e começo de ano.
Ora, como que esta cidade pretende receber turistas nos eventos esportivos agendados para a presente década?
Ou será que na cabeça do prefeito Eduardo Paes as pessoas só vão ficar andando de avião durante a Copa de 2014?
Além do mais, não é justo que pessoas idosas, gestantes e mães com criança de colo sejam atendidas em condições tão absurdas. E, sendo assim, onde é que fica o direito à prioridade desses cidadãos e a observância do princípio constitucional da dignidade do ser humano?
Refletindo sobre a maneira pouco respeitosa em que o consumidor é tratado na rodoviária do Rio, concluí ser
indispensável o Poder Público obrigar as empresas prestadoras de serviços de táxi a disponibilizarem ali uma sala de espera com ar condicionado e assentos. Deste modo, ao invés do passageiro ficar em pé e com sua bagagem formando fila numa calçada imunda, o usuário aguardaria sentado numa cadeira ergometricamente correta, esperando ser chamado conforme a numeração de sua senha.
Outrossim, este tipo de serviço precisa de novas e melhores regras que, através de lei municipal, assegure mais qualidade, segurança e respeito ao consumidor. Pois, tendo em vista o preço cobrado pelos taxistas, bem como os interesses da coletividade, nossas autoridades precisam adotar medidas que reduzam a vulnerabilidade do passageiro.
Entendo que, se o órgão local com poderes de regulação puder elaborar e aplicar um eficiente plano de metas de qualidade para ser gradualmente alcançado até 2016, a situação deste tipo de transporte poderá mudar consideravelmente em todo o município do Rio. Assim, todas as empresas e cooperativas passariam a fornecer protocolos padronizados que facilitariam bastante a fiscalização pelo Poder Público e pela sociedade. Neste caso, um chamado telefônico, em condições normais, teria que ser cumprido dentro de um prazo máximo. Qualquer atraso obrigaria o fornecedor a devolver imediatamente o dinheiro pago acrescido de uma multa a ser recebida pelo consumidor para compensar a perda de tempo, sem prejuízo de uma eventual reparação por danos material ou moral. E, caso a empresa ou cooperativa trabalhe com cartões de crédito ou de débito, teria que tratar todos os seus clientes com igualdade, não podendo dar um tratamento diferenciado para aquele que paga em dinheiro ou aceitar apenas esta forma de pagamento quando a procura aumentar em razão de fato extraordinário (houve vezes em que a cooperativa de táxis na rodoviária só estava aceitando pagamentos em dinheiro porque a demanda tinha disparado).
Independente de quaisquer mudanças na legislação aplicável aos táxis, o Poder Público deve também ser mais exigente na relação contratual no tocante à prestação desse serviço em terminais rodoviários, aeroportos, estações ferroviárias e de transportes aquáticos. Não apenas por causa do alto fluxo de pessoas, mas principalmente em razão das condições específicas do passageiro que, além de estar portando bagagem, também sofre o cansaço físico decorrente da viagem e necessita de um espaço adequado para aguardar pelo seu atendimento. E aí, se a lei passar a exigir esta cláusula para fins de validade contratual, bem como houver vontade política da Prefeitura, as coisas poderão começar a mudar.
OBS: A foto acima, cuja autoria é atribuída a Eliane Carvalho, foi extraída do
site da Prefeitura do Rio de Janeiro em http://www.rio.rj.gov.br/web/smtr/exibeconteudo?article-id=1426064
rodrigo, é verdade, a rodoviária é muito mal localizada e o serviço de taxi deixa a desejar. o lugar é mesmo feio e precisaria de um "choque de ordem" que o meu xará gostava de fazer no início do seu governo. por outro lado, a rodoviária era bem pior do que é hoje. hoje ela está reformada, tem até cara de aeroporto; antes era um horror.
ResponderExcluirCaro habitante da capital carioca Dr. Rodrigo Luz, como faz muito tempo que não vou ao Rio não posso opinar, mas com toda certeza TAXI é um problema nacional não sendo diferente na pacata e remota Várzea Paulista onde me refúgio do resto do planeta.
ResponderExcluirÔ Edu, mata minha curiosidade se vc voltar a ler este post. Em que lugar do Rio vc mora?
Tenho pra mim que pelas inspirações só pode ser em Ipanema...
Rodrigo, desculpe usar o espaço pra conversas inúteis... rsrsrs
Edu, este prefeito é uma piada! Um demagogo de marca maior. Tanto ele quanto o governador Sérgio Cabral. Concordo que a rodoviária já foi muito pior, mas não melhorou por causa do Sr. Eduardo Paes. Ao que parece, existiria uma concessionária, a SOCICAM, que responde pela administração do local, cujo contrato seria anterior ao (des)governo do PMDB.
ResponderExcluirAbraços.
Franklin,
ResponderExcluirConcordo com você! Quando morei em Nova Friburgo, muitos também reclamavam dos serviços de táxi. E não tenho dúvidas de que situações não muito diferentes ocorrem em São Paulo também.
Aqui onde tô morando também é um refúgio dentro da agitada cidade do Rio de Janeiro. O Grajaú, embora não tenha praia, é um lugar muito bonito com bastantante verde, natureza, bem residencial, livre do tráfego pesado de veículos e dispondo de um aprazível parque estadual e que faz divisa com o Parque Nacional da Tijuca. Mais sossegado até do que onde eu morava no Centro de Nova Friburgo.
Espero que algum dia possa vir novamente ao Rio e tomarmos um café. E, certamente, vai achar a cidade bem diferente, ainda que com muita coisa por fazer e bastante mudanças feitas pelos políticos que foram só aparência e escondem a sujeira debaixo do tapete.
Valeu!
No dia 18 de outubro 2012. ganhei um passeio com acompanhante da Radio Globo,para assistir o programa direto de lá. moro na Praia de Mauá Magé, Fui de Central e desci narodoviária para pegar um taxi e chegar no horário marcado na Rua do Russeal 434. O taxista me cobrou R$98,00. Um absurdo eu disse a ele que ia me queixar com Rpberto Canázio, ele abaixou para R$70. O que merece esse taxista?
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