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segunda-feira, 10 de junho de 2019

Pensando em nossas praias daqui alguns anos...



Na publicação desta segunda-feira (10/06) do portal Notícias de Itacuruçá, editado pelo professor Lauro Santos, o blogueiro fez o seguinte questionamento numa de suas notas que levou o título "Como será?":

"Quem viveu Itacuruçá e Mangaratiba há cinquenta anos, se pergunta como será o município, por exemplo, em 2050? Lembremos que Sepetiba já foi um dos locais de veraneio mais frequentados do Rio de Janeiro."

Embora eu não tenha frequentado a praia de Sepetiba, nos tempos de minha infância, cheguei a ver fotos de lá antes do início de sua degradação. Pois, até os anos 60 e o começo da década de 70 do século passado, pode-se dizer que suas águas seriam consideradas balneáveis em que muitas famílias se divertiam ali durante o verão como se vê na imagem ao lado do Arquivo Nacional, conforme extraída da postagem O Rio começa em Sepetiba, do blogue Saiba História, do meu comentarista Prof. Adinalzir.

Ora, fato é que hoje o Município de Mangaratiba vive um processo semelhante como vem acontecendo com Itacuruçá, Muriqui, Praia Grande, Praia do Saco, Ibicuí e Conceição de Jacareí. A cada boletim do INEA, fico perplexo com os resultados divulgados sendo que, no mês passado, somente a Praia Grande e um trecho de Ibicuí estariam próprios para banho.

Realmente a pergunta me fez pensar sobre como estarão as praias do nosso belo Município da Costa Verde daqui uns 30 anos?!

Será que Mangaratiba terá se transformado em mais uma região portuária?!

Só nos sobrarão algumas ilhas tipo a Marambaia que se encontra numa área militar?!

E o que dizer das chances de sobrevivência do boto cinza dentro da nossa baía de Sepetiba?!


Com toda sinceridade, não culpo apenas os grandes empreendimentos que vêm causando impactos ambientais na baía a exemplo do Porto de Itaguaí, do Terminal da Ilha de Guaíba ou das instalações do submarino nuclear na Ilha da Madeira. Responsabilizo também as prefeituras, inclusive a nossa de Mangaratiba, por serem omissas no tocante ao esgoto que continua sendo lançado in natura nos rios e mares, sem que medidas suficientemente adequadas sejam tomadas. É o que tenho visto aqui mesmo, no Distrito de Muriqui, a exemplo dos dois rios que deságuam na nossa praia.

Certamente que para promover o saneamento básico torna-se necessário que um prefeito não pense somente em novas eleições e tenha como foco investir naquilo que jamais será visível ao público como as tubulações de esgoto, até que então possa entrar em funcionamento uma estação de tratamento a ser construída.

Por sua vez, o morador precisa se importar mais com a questão e fazer do saneamento básico completo uma de suas principais reivindicações, bem como estar disposto a pagar o preço porque se trata de um serviço que precisará ser acrescido nas nossas faturas de consumo cobradas pela empresa de abastecimento, se não vier a ser algo subsidiado.

Que a pobreza muitas das vezes acaba sendo um entrave, não discordo. Porém, ela não deve jamais servir de justificativa para as flagrantes omissões que vejo todos os dias aqui. Até porque somos um país relativamente rico (e um Município também rico) de modo que estamos jogando fora o nosso patrimônio natural de uma maneira bem estúpida, cuja recuperação certamente será muito mais cara para as gerações futuras amanhã.

Tendo em vista não só o direito ao lazer junto à natureza dos nossos filhos e netos (em 2050 já terei idade suficiente para ser um bisavô de 74 anos), mas também a qualidade de vida de todos, penso que precisamos lutar insistentemente pela causa. E vale lembrar que, em outubro do próximo ano, teremos novamente eleições municipais, o que será um momento para o assunto ser debatido em todas as cidades brasileiras quando os candidatos poderão ser cobrados por seus eleitores no tocante ao saneamento básico...

Ótima semana a todos!

5 comentários:

  1. Realmente suas previsões nos levam a pensar e quem sabe até chorar.
    Parabéns pela reflexão e agradeço pela citação ao meu blogue!

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    1. Caro Prof. Adinalzir.

      Inicialmente obrigado por sua visita.

      Sem dúvida, se nada for feito quanto à poluição dos nossos córregos e rios, qual será o legado ambiental para a futura geração? Sem querer alimentar o pessimismo, considero sr necessária uma atitude já dos nossos governantes e legisladores que pouco têm feito para corrigir o problema da degradação ecológica .

      Ótima noite e uma excelente terça-feira.

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  2. Em Portugal os veraneantes têm muita culpa das praias estarem sujas. Tudo se atira para o chão, desde garrafas de vidro e/ou lata, plásticos, guardanapos, restos de comida, espinhas de peixe, etc etc etc. Parece mentira mas é verdade. O Povo não é respeitador do espaço dos outros, essa é que é a verdade.

    Oxalá um dia as mentalidades humanas mudem.
    .
    Abraço sedutor.

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    1. Olá, Sílvia.

      Uma pena que tanto lá quanto cá os problemas se repitam quanto ao luxo. Mas pelo que observo, a Europa encontra-se numa situação bem melhor no que diz respeito ao esgotamento sanitário.

      Volte sempre!

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