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segunda-feira, 20 de março de 2017

Será o voto em lista fechada uma boa solução para o momento?

Há uma proposta de reforma eleitoral que tem sido discutida no meio político brasileiro mas não anda agradando à opinião pública. Trata-se do voto em lista fechada que muitas lideranças pretendem aplicar já para as eleições de 2018 quando milhões de brasileiros estarão escolhendo os seus futuros representantes nos próximos quatro anos para o Congresso Nacional.

Sinceramente, a ideia até que seria boa se o momento fosse outro e não pairasse no ar tanta descredibilidade em que a todo momento deputados e senadores tentam uma manobra contra o povo para se livrarem das investigações policiais relacionadas à Lava Jato. Pois pelo que acompanho nas notícias, inúmeros cidadãos antenados já consideram a proposta como golpe e várias pessoas chegam a declarar a anulação do voto em 2018, caso a proposta passe. Isto porque, dentro do atual contexto, o voto em lista teria por objetivo reduzir uma previsível renovação do Congresso no ano que vem, evitando que muitos, entre os cerca de cem parlamentares que podem se tornar réus na Lava Jato, percam o foro privilegiado e tenham os processos contra eles remetidos para a primeira instância da Justiça Federal.

Como se sabe, a lista fechada, há tempos adotada em alguns países, é algo que contribui para fortalecer os partidos,  políticos o que, em tese, vem ao encontro daquilo que tanto defendo - o fortalecimento das nossas instituições. Mas o fato é que os nossos partidos políticos não gozam de um pingo de estima e nem de credibilidade perante a opiniao pública, o que explica a rejeição à proposta de voto em lista fechada nas ruas. E, sob certo aspecto, o eleitor não estaria errado em seu modo de pensar porque inexiste uma democracia interna na maioria dessas instituições cujos estatutos permitem um controle de cima para baixo a ponto de retirarem da militância o direito de decisão. Aliás, diga-se de passagem que poucas agremiações partidárias brasileiras têm afiliados militantes...

Se a proposta passar, não somente será mesmo muito alto o número de nulos nas próximas eleições como também os grandes partidos poderão permanecer no poder pela velha prática de compra de votos ainda que algumas legendas mais leves, sem os corruptos da Lava Jato entre seus quadros, também se beneficiariam captando uma minoria de eleitores esclarecidos. Ou seja, partidos menores e que seriam considerados uma referência contra a corrupção, tipo a Rede Sustentabilidade da Marina Silva, por exemplo, cresceriam mas não o suficiente para conquistarem uma ampla maioria.

Nesse momento crítico, o que mais a nação precisa seria o andamento célere dessas investigações já que falta legitimidade aos atuais parlamentares para mudar qualquer regra. Pois não dá para aprovarem algo tão polêmico justo agora no terceiro ano de mandato estando todos bem perto das eleições de 2018, quando poderemos renovar as duas casas do Congresso Nacional pondo essa cambada de bandidos pra correr de Brasília. 

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